1
FENDER
MUSICMAN
YAMAHA
KRAMER
JAYDEE
G&L

2
BASS COLLECTION
IBANEZ
RICKENBACKER
ZON
STATUS
PEDULLA
ALEMBIC

3
PEAVEY
WARWICK
KUBICKI
ARIA PRO II

4
GIBSON
TOBIAS
WAL
FODERA
KEN SMITH
JERZY DROZD
SCHACK

5
ENCONTROS
6
FX, AMPS E COLUNAS

7

GRANDES COLECÇÕES

 

 

 

GIBSON

GRABBER 1978

    Quem viu o Mike Pope todo orgulhoso da nova Fodera com seu nome, até pode pensar que o pormenor do PU móvel, que desliza ora mais prá bridge, ora mais pro braço, dando possibilidades sonoras diferentes, era genial, inventado pelo engenheiro e excelente músico, cujos preamps vêm desde há uns anos, equipando os baixos mais desejados do Mundo. Mas não. Em 1973 a Gibson  teve esta ideia. O modelo Grabber Bass, com o G-3 (com 3 PUs) e o Ripper (2 PUs) dominaram as vendas da marca, sendo o Grabber o modelo mais vendido na segunda metade dos anos 70.  O Grabber era o primeiro bolt-on da marca e tem um "sliding pickup" que literalmente desliza, manualmente, na sua posição. O som é mais próximo dos Fenders do que os outros modelos. Foi construído para ser um baixo barato, de forma a concorrer com os Fenders e muitos modelos importados principalmente do Japão. Em 1975 um Grabber custava pouco mais de 300 dólares, tal como os PBass.
   As cores usadas no Grabber foram vermelho vinho, ebony, satin natural, maple gloss, nogueira, branco e vermelho candy apple no início dos anos 80. As cores raras são o branco e o nogueira. O PU é um hambucker Gibson, as cravelhas Schaller e a bridge dá a possibilidade de pôr as cordas na própria bridge ou através do corpo. Foi feito um exemplar em 1973 e 219 em 1974. Em 1975 o modelo apareceu no catálogo da Gibson. O corpo era maple em vermelho vinho ou ébano. Em 1975 o corpo mudou para alder e foi o ano em que mais exemplares se fizeram, 2637 baixos. A cor satin natural  juntou-se às duas anteriores. Em 1976 foi acrescentada a cor branca, uma das mais raras. Em 1977 foram introduzidas as cor nogueira e maple gloss que é apenas o verniz sobre a madeira. O Grabber neste ano era feito em maple ou alder.  Em 1982 juntou-se o candy apple red e, em 1983 o modelo foi descontinuado.
         Há um registo detalhado dos exemplares feitos até 1979, tendo sido feitos 808 baixos no ano deste e um total de 6800 neste período. O Grabber passou a ser o modelo de entrada de gama da Gibson, substituindo o EBO e teve muito boas vendas. Os baixistas mais famosos que usaram este Gibson foram o Gene Simmons, dos Kiss, a Suzi Quatro e o Louis Johnson dos Brothers Johnson e que gravou também para o Michael Jackson para quem criou linhas famosas e influentes (Billy Jean, Just Can't Get Enough, etc etc).
 
      Em 2009, foi feita uma edição reissue de apenas 350 exemplares, o Grabber II.

 

TOBIAS

STANDARD 5 FRETLESS

     Isto é um "tubaias" como eles dizem. Michael Tobias  começou a marca em Abril de 1977, em Orlando. O primeiro serial era o 0178 Janeiro de 1978, a data do primeiro instrumento. Depois do nº578, voltou ao nº179. O homem mudou de terra algumas vezes. Em 1980 fechou a Guitar Shop onde fez os primeiros Tobias e foi para S.Francisco onde trabalhou na Sierra Guitars. Aí foram feitos cerca de 50 instrumentos. Em maio de 1981 mudou-se para Costa Mesa, Califórnia e depois para Holywood. Mudou-se mais umas vezes, trabalhou na reparação e foi construindo uns baixos. Em 1988 deixaram de fazer reparações e construíam os Tobias. Tinham tantas encomendas que não aceitaram mais até à NAMM Show de 1990. Perante o crescimento do negócio e a incapacidade de responder a todos os pedidos, vendeu a marca à Gibson em 1-1-90 e o primeiro serial foi 1094. Até ao número 2044, foram feitos na Califórnia com o Mike Tobias e a equipa, até 1992. A Gibson mudou-os para instalações maiores em  Burbank. A equipa chegou a ter 10 pessoas. Diz o próprio Tobias que, até ao nº 2044, apesar de pertencer à Gibson, a equipa fez os baixos da mesma maneira. Mas depois disso, a Gibson mudou a fábrica para Nashville e o Tobias começou a MTD, um ano depois, por obrigações de contrato.


Dois fretless de excepção, o Pentabuzz e o Tobias St

    Este baixo feito no início dos anos 90, no período de transição. Tem PUs e electrónica Bartolini, TCT, de 3 bandas, com o potenciómetro dos médios dentro da cavidade do preamp (como eram feitos na época).

   

     É um fretless com linhas, escala de pau ferro com acabamento sintético, como os Pedulla Pentabuzz. O corpo é ash, neckthrou, com tiras de maple e bubinga. O "Standard" foi produzido na época pré-Gibson, também conhecida por "Burbank CA era". O corpo era preparado em Nagoya, no Japão e o resto da instalação feito pelo Mike Tobias e a sua equipa na Califórnia, embora se diga que apenas o setup e inspecção final era feita pelo homem, o que, se calhar, até é verdade. A produção parou porque o câmbio do yen e o dólar deixou de justificar a produção. Os modelos deste período eram o Standard, Basic, Classic e Signature. Foram apenas feitos 400 Standard e muito poucos eram fretless. Os PUs não tinham radius, sendo planos, como alguns Tobias vintage. Um teste a este baixo saiu na BassPlayer de 1994 . Medidas nut 4,45 cm e no 24º fret, 7 cm; entre cordas, na ponte, 17,5mm.  Este baixo é o numero 111053, o que devia querer dizer: os primeiros dois dígitos são o mês, os dois seguintes o ano e os dois últimos o numero de produção. Não bate lá muito certo, mas, de qualquer forma, é de 91/92 de certeza, um dos 400 feitos.


Aqui, ao lado do primo americano Classic, do Zé Luis, de 6 cordas


    Os Standards feitos no Japão são como os velhos Tobias, nada comparáveis aos posteriores feitos na Korea e pela Gibson em Nashville. O preço em 1991 eram 2.000 dólares. As madeiras não são tão exóticas como as dos americanos, nem tinham opção de acabamentos, mas no resto é igual. Da propria voz do Mike Tobias: "Business was still very good and we were not able to make anywhere near enough basses to fill the orders. Instead of trying to jack up production, we tried to get outside vendors to build for us. We had 110 Model T basses made for us by a very fine builder in New England, and then we got the Terada factory in Nagoya, Japan to make the Standard bass for us. This was and is a great bass, but the dollar/yen ratio killed the project. There were about 400 Standards".

     Em 1983, foi dos primeiros luthiers a fazer baixos de 5 cordas.    Em 1986 Jimmy Haslip tornou-se endorser da marca e em 1987 foi feito o primeiro fretles, um Basic 5. Nesta época foram endorsers também Gary Willis, Chris Squier, Keith Jones e outros. Andrew and Freddy, músicos de gospel, contribuiram para a difusão dos Tobias no género e pelas várias igrejas.

     Em resposta ao crescimento da marca, em 1-1-1990 foi vendida à CMI, da Gibson.Neste período foi lançado um novo modelo, o Killer B, o Growler e o Standard. A equipa continuou a mesma, até que, em Abril de 1992, a Gibson mudou a empresa para Nashville, Tenessee. Passou a fazer um modelo na Coreia, conhecidos por Tobbys (deLuxe e Pro). O primeiro serial da Gibson é o 1094. As madeiras e a electrónica deixaram de ter a mesma qualidade e a marca nunca mais foi a mesma. A Gibson tem uma custom shop onde faz os velhos clássicos. Actualmente todos os Tobias são feitos nos EUA, na fábrica de Arkansas. A Gibson pagou ao Mike Tobias para lá ir uns tempos pra ensinar os gajos a fazer os baixos como antigamente.

     Mike Tobias passou a viver na zona de Woodstock e começou a sua nova marca, MTD. Muitos são feitos na Coreia segundo as suas especificações. E assim se foi a lenda.

 

 

WAL

WAL MK I  1987

     Os WAL começaram a ser feitos em 1976 pela Electric Wood Ltd, uma companhia formada por Ian Waller, um perito em electrónica e Pete Stevens, mestre luthier. A intenção era fazer um baixo que reunisse as qualidades dos Fendes e dos Gibson num instrumento. São o expoente dos fabricantes europeus. Todos os pormenores são cuidados e são dos instrumentos mais caros, feitos na Europa, com valores a começar nos 3500 euros. Mesmo usados valem por aí. Os Wal ficaram muito conhecidos pelo som fretless e muitos instrumentos eram feitos com dois braços, um deles fretless.  Muitos músicos famosos adoptaram o instrumento, como Paul McCartney, Geddy Lee, John Entwistle, Martin Kemp (Spandau Ballet), Colin Bass (Camel) e Mick Karn, baixista dos Japan, falecido em janeiro de 1011 e que, autor de excelentes linhas de fretless foi concerteza um dos baixistas mais influentes da actualidade. Em 1988, Ian Waller morreu subitamente aos 43 anos, de ataque cardíaco. O Stevens decidiu não deixar morrer a marca e assim fez, integrando o luthier Paul Herman na empresa.
    Os modelos Wal dividem-se em Mk1, 2 e 3. O Mk1 era o fabricado na época do Ian Waller. O Mk2 foi originalmente uma versão de 5 cordas com o corpo maior, passando a haver também de 4. O Mk3 é um corpo diferente, outro modelo. Algumas características dos Wal são os botões de alumínio, entrada jack e XLR para o instrumento (como os Jaydee), cravelhas Schaller, PUs Wal com polos reguláveis para cada corda, como os Smith e os G&L. As madeiras utilizadas são o maple canadiano e mogno do Brasil.
      O  Wal tem o serial W2876, fabricado em maio de 1987 e assinado pelo Waller na tampa da electrónica onde escreveu as madeiras utilizadas. Este exemplar viu manufacturado na mesma altura um suplementar braço fretless, feito propositadamente para o mesmo corpo. Uma característica muito interessante que mais nenhum fabricante adopta.

 

FODERA

EMPEROR de luxe 2005

      A Fodera também faz guitarras, mas foi com os baixos que se tornou uma marca de referencia. Foi fundada em Brooklyn em 1983 por Vinnie Fodera, luthier e Joey Lauticella, músico. O Fodera era estudante de artes e foi contratado em 1977 pelo Stuart Spector para os tarbalhos em madeira dos seus baixos no atelier de Brooklyn, Nova Iorque. Ali trabalhou 3 anos e meio e estabeleceu contactos com grandes luthiers como Ned Steinberger. O Ken Smith contratou com o Spector a manufactura de instrumentos personalizados e foi o Fodera que ficou encarregado dessa tarefa, sob a orientação do próprio Ken Smith. O Spector viu-se incapaz de corresponder a todas as encomendas e o Fodera em 1981 passou a trabalhar directamente com o Ken Smith, fazendo o Smith toda a parte electrónica e os ajustes finais de cada instrumento. Em 1982 conheceu Joey Lauricella, baixista e cliente do Smith que lhe põs a possibilidade de desenharem os seus próprios instrumentos.  Em 1983 o Fodera comprou a parte do Smith e fez o primeiro Fodera que, curiosamente era uma guitarra e não um baixo. Ainda antes de ter a sua marca, Fodera já havia desenhado o modelo Monarch, divulgado pelo Victor Wooten. Anthony Jackson que tinha trabalhado com o Ken Smith na construção de um baixo de 6 cordas, foi um dos primeiros clientes que teve o instrumento em 1984. O primeiro baixo de 5 cordas foi um Alembic custom para Jimmy Johnson, mas o segundo foi um Fodera. O modelo Emperor foi o segundo a ser construído em 1984 e é o mais vendido da marca, usado pelo Marcus Miller, Mike Pope, James Genus, etc. O Imperial é baseado no baixo do Anthony Jackson e foi divulgado por Matt Garrison e Richard Bona, entre outros.
     São dos instrumentos mais caros que há... (não falando nos Alembic de 40.000 euros, lol). Os clientes tem pelo menos 2 anos de fila de espera nas encomendas. As madeiras, dizem eles, tem pelo menos 80 anos. Nos ultimos 25 anos foram feitas menos de 3.000 Foderas, o que as torna raras. A marca Fodera é das mais prestigiadas do mundo. Mesmo a série económica NYC é bastante cara. Feitos á mão, não há dois iguais e são feitos menos de 200 exemplares por ano, cerca de uma dúzia por mes. As encomendas feitas no final de 2011 serão entregues na Primavera de 2013. Podia ser pior lol...
     Os PUs variam entre seymour Duncan e EMGs, havendo alguns Bartolini pelo caminho e o pre deste há uma décadda é feito pelo baixista e engenheiro Mike Pope, que detém a sua própria marca.
     Este baixo foi feito em 2002, tem o numero de série registado na Fodera #xxxxx, corpo maple, braço laminado maple,  um dos mais finos e melhores braços de sempre. Nas expressões deles: curly maple top, swamp ash body, Ebony fingerboard with madre of pearl dots. Day of birth 24-1-2002.

    FODERA E SMITH

    O Rainer Bastian www.mrbassman.net é mais um aficionado baixos de topo. Teve inúmeros instrumentos e trocou algumas impressões muito interessantes comigo. Os Fodera e os Smith tem  em comum uma parte da sua história. O Fodera foi empregado do Smith e com ele terá aprendido alguma coisa.  Diz então o Rainer, comparando as duas, com a sua experiencia:
"About Fodera's and Smith's:
     Smith basses have a Smith signature tone - they are very similar in their sound and the production quality is consistently VERY high. If you get a Smith (neck through of course) you will get a Smith tone - outstanding, unique, wonderful mids cutting through EVERY mix and a smooth treble bite, full of attack or growly - just as you want it.
    The Foderas I played so far told me a different story. Every Emperor Deluxe or Elite I played was .... mainstream. Outstanding and very flexible - no doubt - but no character tonewise. On the other hand I recently bought 2 Monarchs with EMGs whih are quasi "exploding" in my hands. Unbelievable ! And surprising ! As I never liked the EMG tone in other basses. This is bass heaven - played through a Epifani UL rig.
    Nevertheless: The production quality at Fodera seems to be much more towards a range between very high and .... quite poor ! I have seen noisy circuits and repairs bad done by Fodera. For every time I think about that I can't belive that Foderas are so expensive..."

 

KEN SMITH

      Os Ken Smith são um marco na história do baixo eléctrico, pela inovação e perfeição que trouxeram á industria. Todos são feitos á mão e com o setup final feito pelo próprio Ken Smith, que os assina na tampa da electrónica. As madeiras são escolidas por ele que detém o maior armazém  climatizado de madeiras para instrumentos do mundo, com cerca de 20 espécies diferentes. Dali faz os seus baixos e vende madeiras para outros fabricantes. Vale a pena consultar a página dos Smiths para ver a descrição das várias madeiras utilizadas nos intrumentos. Tem 8 a 10 anos de permanencia no armazém climatizado até serem utilizadas. As inovações dos Smith foram muitas, desde os straplocks embutidos, os circuitos impressos, o reforço de grafite nos braços, braço largo de 5 e 6 cordas e as medias 128 e 130 da corda si ou a ponte com intodução aberta das cordas. Muitas das novidades dos Smith se tornaram standards na industria. segundo eles, os Smith são o casamento dos métodos de construção dos séculos XVI a XIX e da modernidade.
    O Ken Smith é contrabaixista desde criança, e dedicou-se á construção dos instrumentos. Ainda continua a tocar em orquestras locais e grupos de jazz. Aos 17 anos foi escolhido para o grupo de Horace Silver em 1969 mas, por causa da idade não podia permanecer nos bares nocturnos e foi substituido pelo Stanley Clarke, mais velho um ano. Tocou com vários músicos incluindo o Sinatra, Ginger Rogers e a Shirley Bassey. Ken conheceu Carl Thomson, um luthier conhecido que vivia no mesmo prédio e estabeleceu uma amizade que o influenciou a fazer os seus próprios instrumentos. Como começou a ter pedidos, contratou com a Spector o fabrico dos mesmos, sob o seu desenho. A Spector encomendou por sua vez o fabrico dos mesmo ao Vinnie Fodera. Em 1980 o Smith fez a sua própria oficina que venderia em 1984 ao Fodera. A partir de 1985 os Smith foram feitos num atelier em Pensilvãnia, que o Smith viria a comprar em 1995, encarregando-se a partir daí da totalidade do processo.
    Em 1981 fez o Smith de 6 cordas em colaboração com o Anthony Jackson (que depois se passou para o Fodera). Inspirado também pelo seu contrabaixo italiano do século XVIII, o Ken Smith aprumou-se na construção do baixo eléctrico. A construção do baixo perfeito era um gosto pessoal e não um objectivo de negócio. Tornou-se num negócio muito lentamente, segundo o próprio Ken.
    Os BT começaram a ser feitos em 1981 com 4 botões e alguns switches. Em 1986 os graves/agudos ficaram juntos num botão concentrico que o Smith vendeu também para a Fender e outras marcas. Em 1993 estes botões ficaram separados de novo e foi acrescentado mais um para os médios, ficando 5 botões. Os PUs demoraram 3 anos a ser realizados pelo Ken. Em 1981 com os BT apareceram os primeiros soapbars. Os primeiros 20 PUs foram feitos pelo Bill Lawrence com cobertura de madeira. Nos seguintes o Bill põs revestimento de plástico, pormenor que o Ken não esperava, mas assim ficaram até hoje. A primeira chafarrica do Smith foi em Broklin em 1980, perto da casa dos pais do Vinnie Fodera. Ken Smith já o conhecia desde 1978 da escola. Conheceu por essa altura também o Joey Lauricella que era um músico numa banda de casamentos e afins, o que não era considerado um meio profissional. O Lauricella nunca trabalhou com o Smith. Era apenas um cliente que lhe comprou meia dúzia de baixos e lhe levou alguns clientes. O Smith faz questão de referir que o Fodera era um seu empregado (primeiro á peça e depois a salário) e que nunca fez um baixo Smith, "apenas trabalhou neles". O Smith diz que foi só trabalho de madeira. Todos os baixos foram completados pelo próprio Smith com instalação de electrónica e demais peças. Ali começaram a trabalhar os dois e o Ken Smith fez na Spector alguns baixos, trabalhando aí o Fodera que era na altura estudante de artes - (ver atrás a história na secção da Fodera Emperor). O que é certo é que o Smith, empenhado mais como músico no trabalho de estúdio, vendeu o atelier ao Fodera com todas as ferramentas e madeiras. Nesta fase inicial foram feitos 200 baixos e o numero actual vai pelos 5700.  Em 1993 foi desenhado o modelo BMT. O braço destes tem 7 laminados e foram armazenados e secos durante vários anos antes de ser utilizados num novo baixo. Foram construídos durante 5 anos cerca de 140 baixos. Depois veio o BSR que é uma mistura do BT e do BMT. Tudo começou porque, tendo um contrabaixo excelente, com 300 anos, o Ken Smith propõs-se conseguir um baixo eléctrico que se lhe igualasse. Como ele diz, "o resto é história". Stanley Clarke, John Patittucci, Anthony Jackson, Chuck Rainey, Melvin Davis, Hadrien Feraud, Marcus Miller, Gary Grainger e outros, tem um Ken Smith.
    Os Smith, a par com os Alembic e os Tobias (entretanto vendida á Gibson), foram pioneiros baixos artesanais de alta qualidade e elevado preço. Foram fundamentais no desenvolvimento do instrumento.

BT 5 (Acacia Koa) 1990

    Este BT Custom 5 é de 1991, serial xxxxx, o clássico de 3 botões, com cabeça grande, preta, muito procurado pelo som cristalino que tem. O pré é de 2 bandas, 9 volts.  Este é o topo de gama da época, feito em acácia koa, em extinção, pelo que foi descontinuada a sua utilização. Veio da Alemanha, do fanático dos Smiths, Rainer Bastian que o vendeu com pena, já que tendo muitos Smiths teve muito com que comparar. "Be shure that this is a top Smith 5 - as you can see in my website, I own and owned a lot so I had a lot to compare! The bass is perfectly set up with Smith TCRM-ML strings, very low action and a joy to play. The truss road needs no attention since 7 years. The bass was originally delivered 1990 from Ken Smith to the shop Uli's Musik in Leverkusen (witch doesn't exist anymore). From there it has been sold to a player in Bremen. I am the second owner and bought it in 2002. It was the origin of my deep love for Smith basses".

   O pré de 3 botões é o mesmo dos baixos de 4, que usava o Patitucci, com a diferença que um dos botões é concentrico. Comparando o pré de 3 botões com o de 5 (concentrico separados mais um), diz o Rainer:

    "I found out that between the old two band EQ and the NEW 18V 3 band EQ (with the frequency selector DIP switches inside) the tone lost more and more of its 'freshness'. In the end I sold the Walnut BMT 5 where I installed the new preamp, because I liked the BT5 tone better. Though we are talking about very subtle differences - there is a good reason why several US players look at BT5 basses with the 3 knob layout explicitly for their organic tone.
    And much more important: This BT5 has the fastest neck of all of the Smiths I ever owned - and I owned a lot. Try it to believe it. The thin neck layout is not produced by Ken anymore
. I' am sure that you will love this bass like me - if you like the Smith tone at all. I keep the 25th Anniversary only for it's rarity and beauty, and the BMT5 for it's better balance when hanging on the strap. Tonewise this BT5 is absolutely world-class".


BT 4 1987

     O BT4 veio depois, modelo igual, mais antiga, de 1987. Feita também em Koa. A tampa do truss road tem o "Smith" em madre pérola, pequena, leve, parece um brinquedo, mas é uma obra de arte. Serial 87336, assinada pelo Ken em 31 de Agosto. Os pots fazem lembrar os Alembic.

  BT 5M quilted maple 1995

      Este baixo é de quilted maple, feito em 1995, serial 5MQ128495. O próprio Ken me enviou as informações: é uma edição limitada feita durante um ano e pouco. A escala é em bubinga, sem pontos. Alguns anos depois fizeram uma edição bolt-on deste modelo. O "MQ" do serial é de Quilted Maple de que é feito o corpo. O efeito da madeira é próprio das raízes das árvores.  Vem com o preamp novo na época, com switches series/parallel. A propósito dos prés, faz o Rainer estas considerações, comparando-o com o BT5 anterior:
     
"About the 2 band and the 3 band preamps: Of course the 3-band EQ provides more flexibility in tone shaping due to the mid boost/cut, and the serial switch adds an interesting option too. But from my point of view I never missed them on the BT5 - and I played this bass both on stage and in studio. To be honest I am barely using any EQ shapings. I ever found that a good bass loses evenness and balance in it's tone when using the EQ. I also found the serial option too muddy and mid-oriented - but of course this is dependant from the personal taste.
     Furthermore - I found out that between the old two band EQ and the NEW 18V 3 band EQ (with the frequency selector DIP switches inside) the tone lost more and more of its 'freshness'. In the end I sold the Walnut BMT 5 where I installed the new preamp, because I liked the BT5 tone better. Though we are talking about very subtle differences - there is a good reason why several US players look at BT5 basses with the 3 knob layout explicitly for their organic tone.

  

BSR 5GN 2008

     Os Smiths são viciantes... faltava um Smith dos novos, com o novo pré com switchs interiores para regulação da tonalidade. Este é o BSR 5GN Tiger Maple, serial 5GN5655W08, topo de nogueira, flame maple, escala em ébano macassar. Veio da Martinica. Comprei-o ao Remi Rascar, um bacano frances que frequentemente tem gigs nas Antilhas e lá comprou o Smith que depois viajou para Portugal. O BSR tem um formato de corpo diferente do BT, o primeiro e mais conhecido modelo. Foi introduzido em 1993. Para além destes saíram o BMT e o CR, modelo bolt-on.


O Smith BSR 5GN a dar uma volta com o nosso amigo César Maranhão e a banda Zapping

BSR 4GN (walnut/tiger maple) 2008

     Finalmente um Smith de 4 cordas, dificílimos de encontrar, com o serial 4GN5630W08, acabado em 12-3-2008. Modelo com o novo pre, tal como o de 5 cordas anterior e com as mesmas espeficicações. Os Smith são extremamente bem construídos, peças únicas, com um som único muito orgãnico e com uma voz muito própria. Provavelmente são os melhores baixos do Mundo.

JERZY DROZD

SOUL IV Custom

      O baixo eléctrico é um instrumento recente (1950). Por isso, tivémos na nossa geração, oportunidade de assistir à evolução do instrumento. Se nas guitarras tudo continua mais ou menos na mesma, nos baixos já não foi assim. Desde o primeiro Precision Bass, assistimos a muitas inovações nos anos 80 (que podemos verificar nos baixos destas páginas), e nos anos 90/2000 deu-se uma espécie de nova revolução no baixo eléctrico com o aparecimento de uma série de novos luthiers que fazem instrumentos muito interessantes e diferentes. Estas mudanças, curiosamente, são mais ou menos paralelas à evolução do instrumento em termos de técnicas de execução. Se, nos anos 70/80, o baixo ganhou protagonismo com disco-sound e o jazz de fusão (ou jazz rock, se quiserem), nos anos 90/2000 deu-se um novo salto com o aparecimento de novas técnicas e abordagens do instrumento.
       Os Fenders podem ser a base de tudo, e foram os mais gravados, os mais copiados, os mais comprados, mas, quem fica agarrado só aos Fenders, perde mesmo muito. Os Fenders não são tudo.
       Assim, para além dos Fenders e dos baixos de luthiers que se tornaram grandes marcas há, então, esta nova vaga dos novos construtores, que tenho tido oportunidade de apreciar na Musicmess e nas mãos de alguns amigos. Estes novos baixos são impressionantes sobretudo pela busca de novos designs, mas não só. A participação no NAMM Show em Anaheim, Califórnia, que se realiza em Janeiro, tem dado visibilidade mundial aos novos luthiers que vêm os seus baixos adoptados pelos baixistas de topo. Desta nova vaga  São os Ritter (Alemanha), os Mayones, (Polónia, importados pelos nossos amigos da Casa Abreu, de Tentúgal, aqui ao lado), os Marleaux (Alemanha), Ken Lawrence, (EUA), Leduc (França), uns quantos outros e Jerzy Drozd, The Bass Art Company, de Barcelona, que tem um dos sites mais interessantes www.jerzydrozdbasses.com.  O Jerzy Drozd Barcelona Custom ganhou precisamente  a categoria de baixos, no NAMM Show de 2011.

       Este é um Soul IV, novíssimo, serial # 53511, de 4 cordas, feito em 2011. O corpo em freixo, braço maple, PUs single coil Jerzy Drozd JeDXS com preamp Aguilar OBP-3, com volume, balanço, Eq de 3 bandas e opção passivo, com switchs para activo/passivo e frequências de médios. A construção é irrepreensível. Este exemplar tem acabamentos simples, sem recurso a madeiras exóticas, com a particularidade de os botões e os PUs serem acabados a madeira. Alguns modelos mais cuidados são verdadeiras peças de arte. É levíssimo, com 3,150 Kg, o que o faz muito confortável. Vê-se a influência dos Warwick (ou Spector), no formato do corpo, assim como dos Tobias, na cabeça e no reforço do braço junto à cabeça. Também a bridge é de 2 peças como os Warwick (ou Alembic, se quiserem).  O som é forte sem que os médios sejam muito pronunciados, à maneira dos MusicMan, Yamaha TRB (dos anos 90) e dos Tobias.
      A encomenda de um baixo ao Jerzy demora de 6 a 8 meses. Podemos dizer que estes novos luthiers abrem novos caminhos para o baixo eléctrico, o que é admirável, numa altura em que parece que tudo já está inventado.

SCHACK

CARBON IV

      Andy Schack é um luthier alemão que fez alguns dos mais interessantes e inovadores baixos europeus. O início foi em 1982, mas o homem já não faz baixos como antigamente e ainda continua no negócio, mas com pouca actividade, uma vez que se dedica a uma nova área que nada tem a ver: mecanismos para lagos domésticos de peixes - Koi phish (serão carpas? Que raio... é mesmo intrigante, deixar os baixos para se dedicar a maquinarias de lagos de peixes, www.koi-andreas.de , do Andreas Schack, (telefone 06185-1744), fazendo jus à afirmação de que "há músicos que mais se deviam dedicar  era à pesca".
     Mas, voltando aos baixos, o site está apenas em alemão www.schack-guitars.de e os modelos usam também braço normal de madeira. É uma pequena industria familiar onde o pai, a mãe Eva e o filho Nico dão o seu contributo. O nome Schack é um nome respeitado. Inicialmente trabalhava associado com o luthier Wolfgang Staub. A série Carbon utilizava grafite e havia modelos neckthrou que, não tendo truss road deram alguns problemas. O Carbon é um instrumento realmente diferente. O sistema leva cordas double-end, baseado no Steinberger, com um sustain infindável. A afinação e na bridge, com duas peças como os Alembic e os Warwick (que copiaram da Alembic). O pré, construído pelo Schack é único, com pormenores que só encontramos nos Smiths recentes. Cada potenciómetro de cada frequência, tem um equalizador e já na época (anos 80) alimentava-se de 18 volts. Os PUs são Basstech, feitos pelo Schack e alguns modelos levaram Bartolinis. A electrónica tem reputação de ser das melhores que se fizeram para baixos eléctricos. Só assim se percebe que um pequeno luthier tenha ficado conhecido em todo o Mundo.

 

     Contribuiram para isso o fantástico Kai Eckhardt, baixista do John McLaughlin e o Jonas Helborg que recebeu de prenda um baixo de 10 cordas, construído para comemorar o 10º aniversário dos Schacks. Num artigo da Bass Player de Maio de 1993 está uma foto do bicho de 10 cordas, um carbon B2, afinado EADGCEBEF#B. O Jonas Helborg tinha na altura 26 anos, já tocava descalço, só com as meias enfiadas e era um moço sueco a dar os primeiros passos com as estrelas na Mahavishnu Orchestra. Já vi pessoalmente que o Helbourg, como artista da Warwick é um habituée na Feira de Frankfurt. Já há 20 anos ele por lá andava e foi lá que ele viu o Schack de 10 cordas, um instrumento espantoso cuja corda E é uma 8ª abaixo e, diz ele, vai tão baixo como o E dum Bösendorfer de cauda (!), com muita limpeza. O Andy Schack, volvidos estes anos, está muito interessado em comprar o mostrengo de 10 cordas, que não se sabe onde pára actualmente... Ou não sabia... enquanto escrevia isto, encontrei à venda o exemplar que não resisto a deixar aqui, este e o seguinte os únicos baixos aqui reproduzidos que não passaram lá em casa (e que não vão passar!). Parece que este é o segundo dos dois que foram construídos, este de 1996, à venda por 2.500 libras pelo proprietário inglês que o encomendou.

O Schack não se ficou por este estranho exemplar, mas também...


      Livra! Mas o meu é mesmo este pequeno Schack Carbon B2, é nº 541, um 4 cordas com braço de carbono e corpo em bubinga. PUs Basstech JB40s single coils, pre Schack BC3P. Curiosamente o formato do corpo é muito semelhante aos mais recentes também alemães, Marleaux. Um instrumento diferente, com os graves gordos e um médio "lata" da grafite, que lhe dão um som único.

  

    
      

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