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GIBSON GRABBER 1978
Quem viu o Mike Pope todo
orgulhoso da nova Fodera com seu nome, até pode pensar que o pormenor do PU móvel, que desliza ora mais prá bridge, ora mais pro braço, dando
possibilidades sonoras diferentes, era genial, inventado pelo
engenheiro e excelente músico, cujos preamps vêm desde há uns anos,
equipando os baixos mais desejados do Mundo. Mas não. Em 1973 a Gibson
teve esta ideia. O modelo Grabber Bass, com o G-3 (com 3 PUs) e o Ripper
(2 PUs) dominaram
as vendas da marca, sendo o Grabber o modelo mais vendido na segunda
metade dos anos 70. O Grabber era o primeiro bolt-on da marca e
tem um "sliding pickup" que literalmente desliza, manualmente, na sua
posição. O som é mais próximo dos Fenders do que os outros modelos. Foi
construído para ser um baixo barato, de forma a concorrer com os Fenders
e muitos modelos importados principalmente do Japão. Em 1975 um Grabber
custava pouco mais de 300 dólares, tal como os PBass.
TOBIAS STANDARD 5 FRETLESS
Isto é um "tubaias" como eles dizem. Michael Tobias começou a marca em Abril de 1977, em Orlando. O primeiro serial era o 0178 Janeiro de 1978, a data do primeiro instrumento. Depois do nº578, voltou ao nº179. O homem mudou de terra algumas vezes. Em 1980 fechou a Guitar Shop onde fez os primeiros Tobias e foi para S.Francisco onde trabalhou na Sierra Guitars. Aí foram feitos cerca de 50 instrumentos. Em maio de 1981 mudou-se para Costa Mesa, Califórnia e depois para Holywood. Mudou-se mais umas vezes, trabalhou na reparação e foi construindo uns baixos. Em 1988 deixaram de fazer reparações e construíam os Tobias. Tinham tantas encomendas que não aceitaram mais até à NAMM Show de 1990. Perante o crescimento do negócio e a incapacidade de responder a todos os pedidos, vendeu a marca à Gibson em 1-1-90 e o primeiro serial foi 1094. Até ao número 2044, foram feitos na Califórnia com o Mike Tobias e a equipa, até 1992. A Gibson mudou-os para instalações maiores em Burbank. A equipa chegou a ter 10 pessoas. Diz o próprio Tobias que, até ao nº 2044, apesar de pertencer à Gibson, a equipa fez os baixos da mesma maneira. Mas depois disso, a Gibson mudou a fábrica para Nashville e o Tobias começou a MTD, um ano depois, por obrigações de contrato.
Este baixo feito no início dos anos 90, no período de transição. Tem PUs e electrónica Bartolini, TCT, de 3 bandas, com o potenciómetro dos médios dentro da cavidade do preamp (como eram feitos na época).
É um fretless com linhas, escala de pau ferro com acabamento sintético, como os Pedulla Pentabuzz. O corpo é ash, neckthrou, com tiras de maple e bubinga. O "Standard" foi produzido na época pré-Gibson, também conhecida por "Burbank CA era". O corpo era preparado em Nagoya, no Japão e o resto da instalação feito pelo Mike Tobias e a sua equipa na Califórnia, embora se diga que apenas o setup e inspecção final era feita pelo homem, o que, se calhar, até é verdade. A produção parou porque o câmbio do yen e o dólar deixou de justificar a produção. Os modelos deste período eram o Standard, Basic, Classic e Signature. Foram apenas feitos 400 Standard e muito poucos eram fretless. Os PUs não tinham radius, sendo planos, como alguns Tobias vintage. Um teste a este baixo saiu na BassPlayer de 1994 . Medidas nut 4,45 cm e no 24º fret, 7 cm; entre cordas, na ponte, 17,5mm. Este baixo é o numero 111053, o que devia querer dizer: os primeiros dois dígitos são o mês, os dois seguintes o ano e os dois últimos o numero de produção. Não bate lá muito certo, mas, de qualquer forma, é de 91/92 de certeza, um dos 400 feitos.
Em 1983, foi dos primeiros luthiers a fazer baixos de 5 cordas. Em 1986 Jimmy Haslip tornou-se endorser da marca e em 1987 foi feito o primeiro fretles, um Basic 5. Nesta época foram endorsers também Gary Willis, Chris Squier, Keith Jones e outros. Andrew and Freddy, músicos de gospel, contribuiram para a difusão dos Tobias no género e pelas várias igrejas.
Em resposta ao crescimento da marca, em 1-1-1990 foi vendida à CMI, da Gibson.Neste período foi lançado um novo modelo, o Killer B, o Growler e o Standard. A equipa continuou a mesma, até que, em Abril de 1992, a Gibson mudou a empresa para Nashville, Tenessee. Passou a fazer um modelo na Coreia, conhecidos por Tobbys (deLuxe e Pro). O primeiro serial da Gibson é o 1094. As madeiras e a electrónica deixaram de ter a mesma qualidade e a marca nunca mais foi a mesma. A Gibson tem uma custom shop onde faz os velhos clássicos. Actualmente todos os Tobias são feitos nos EUA, na fábrica de Arkansas. A Gibson pagou ao Mike Tobias para lá ir uns tempos pra ensinar os gajos a fazer os baixos como antigamente. Mike Tobias passou a viver na zona de Woodstock e começou a sua nova marca, MTD. Muitos são feitos na Coreia segundo as suas especificações. E assim se foi a lenda.
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WAL WAL MK I 1987
Os WAL
começaram a ser feitos em 1976 pela Electric Wood Ltd, uma companhia
formada por Ian Waller, um perito em electrónica e Pete Stevens, mestre
luthier. A intenção era fazer um baixo que reunisse as qualidades dos
Fendes e dos Gibson num instrumento. São o expoente dos fabricantes
europeus. Todos os pormenores são cuidados e são dos instrumentos mais
caros, feitos na Europa, com valores a começar nos 3500 euros. Mesmo
usados valem por aí. Os Wal ficaram muito conhecidos pelo som fretless e
muitos instrumentos eram feitos com dois braços, um deles fretless.
Muitos músicos famosos adoptaram o instrumento, como Paul McCartney,
Geddy Lee, John Entwistle, Martin Kemp (Spandau Ballet), Colin Bass
(Camel) e Mick Karn, baixista dos Japan, falecido em janeiro de 1011 e
que, autor de excelentes linhas de fretless foi concerteza um dos
baixistas mais influentes da actualidade. Em 1988, Ian Waller morreu
subitamente aos 43 anos, de ataque cardíaco. O Stevens decidiu não
deixar morrer a marca e assim fez, integrando o luthier Paul Herman na
empresa.
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FODERA | ||||||||
EMPEROR de luxe
2005
A Fodera também
faz guitarras, mas foi com os baixos que se tornou uma marca de
referencia. Foi fundada em Brooklyn em 1983 por Vinnie Fodera, luthier e
Joey Lauticella, músico. O Fodera era estudante de artes e foi
contratado em 1977 pelo Stuart Spector para os tarbalhos em madeira dos
seus baixos no atelier de Brooklyn, Nova Iorque. Ali trabalhou 3 anos e
meio e estabeleceu contactos com grandes luthiers como Ned Steinberger.
O Ken Smith contratou com o Spector a manufactura de instrumentos
personalizados e foi o Fodera que ficou encarregado dessa tarefa, sob a
orientação do próprio Ken Smith. O Spector viu-se incapaz de
corresponder a todas as encomendas e o Fodera em 1981 passou a trabalhar
directamente com o Ken Smith, fazendo o Smith toda a parte electrónica e
os ajustes finais de cada instrumento. Em 1982 conheceu Joey Lauricella,
baixista e cliente do Smith que lhe põs a possibilidade de desenharem os
seus próprios instrumentos. Em 1983 o Fodera comprou a parte do
Smith e fez o primeiro Fodera que, curiosamente era uma guitarra e não
um baixo. Ainda antes de ter a sua marca, Fodera já havia desenhado o
modelo Monarch, divulgado pelo Victor Wooten. Anthony Jackson que tinha
trabalhado com o Ken Smith na construção de um baixo de 6 cordas, foi um
dos primeiros clientes que teve o instrumento em 1984. O primeiro baixo
de 5 cordas foi um Alembic custom para Jimmy Johnson, mas o segundo foi
um Fodera. O modelo Emperor foi o segundo a ser construído em 1984 e é o mais
vendido da marca, usado pelo Marcus Miller, Mike Pope, James Genus, etc. O Imperial é baseado no
baixo do Anthony Jackson e foi divulgado por Matt Garrison e Richard
Bona, entre outros. FODERA E SMITH
O Rainer Bastian www.mrbassman.net é mais um aficionado baixos de topo. Teve inúmeros
instrumentos e trocou algumas impressões muito interessantes
comigo. Os Fodera e os Smith tem em comum uma parte da sua
história. O Fodera foi empregado do Smith e com ele terá aprendido
alguma coisa. Diz então o Rainer, comparando as duas, com a sua
experiencia:
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KEN SMITH |
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Os Ken Smith
são um marco na história do baixo eléctrico, pela inovação e perfeição
que trouxeram á industria. Todos são feitos á mão e com o setup final
feito pelo próprio Ken Smith, que os assina na tampa da electrónica. As
madeiras são escolidas por ele que detém o maior armazém
climatizado de madeiras para instrumentos do mundo, com cerca de 20
espécies diferentes. Dali faz os seus baixos e vende madeiras para
outros fabricantes. Vale a pena consultar a página dos Smiths para ver a
descrição das várias madeiras utilizadas nos intrumentos. Tem 8 a 10
anos de permanencia no armazém climatizado até serem utilizadas. As
inovações dos Smith foram muitas, desde os straplocks embutidos, os
circuitos impressos, o reforço de grafite nos braços, braço largo de 5 e
6 cordas e as medias 128 e 130 da corda si ou a ponte com intodução
aberta das cordas. Muitas das novidades dos Smith se tornaram standards
na industria. segundo eles, os Smith são o casamento dos métodos de
construção dos séculos XVI a XIX e da modernidade. BT 5 (Acacia Koa) 1990 Este BT Custom 5 é de 1991, serial xxxxx, o clássico de 3 botões, com cabeça grande, preta, muito procurado pelo som cristalino que tem. O pré é de 2 bandas, 9 volts. Este é o topo de gama da época, feito em acácia koa, em extinção, pelo que foi descontinuada a sua utilização. Veio da Alemanha, do fanático dos Smiths, Rainer Bastian que o vendeu com pena, já que tendo muitos Smiths teve muito com que comparar. "Be shure that this is a top Smith 5 - as you can see in my website, I own and owned a lot so I had a lot to compare! The bass is perfectly set up with Smith TCRM-ML strings, very low action and a joy to play. The truss road needs no attention since 7 years. The bass was originally delivered 1990 from Ken Smith to the shop Uli's Musik in Leverkusen (witch doesn't exist anymore). From there it has been sold to a player in Bremen. I am the second owner and bought it in 2002. It was the origin of my deep love for Smith basses". O pré de 3 botões é o mesmo dos baixos de 4, que usava o Patitucci, com a diferença que um dos botões é concentrico. Comparando o pré de 3 botões com o de 5 (concentrico separados mais um), diz o Rainer:
"I found out that between the old two band EQ and the NEW 18V 3 band EQ
(with the frequency selector DIP switches inside) the tone lost more and
more of its 'freshness'. In the end I sold the Walnut BMT 5 where I
installed the new preamp, because I liked the BT5 tone better. Though we
are talking about very subtle differences - there is a good reason why
several US players look at BT5 basses with the 3 knob layout explicitly
for their organic tone.
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BT 4 1987 O BT4 veio depois, modelo igual, mais antiga, de 1987. Feita também em Koa. A tampa do truss road tem o "Smith" em madre pérola, pequena, leve, parece um brinquedo, mas é uma obra de arte. Serial 87336, assinada pelo Ken em 31 de Agosto. Os pots fazem lembrar os Alembic.
BT 5M quilted maple 1995
Este baixo é de
quilted maple, feito em 1995, serial 5MQ128495. O próprio Ken me enviou
as informações: é uma edição limitada feita durante um ano e pouco. A
escala é em bubinga, sem pontos. Alguns anos depois fizeram uma edição
bolt-on deste modelo. O "MQ" do serial é de Quilted Maple de que é feito
o corpo. O efeito da madeira é próprio das raízes das árvores. Vem
com o preamp novo na época, com switches series/parallel. A propósito
dos prés, faz o Rainer estas considerações, comparando-o com o BT5
anterior:
BSR 5GN 2008 Os Smiths são viciantes... faltava um Smith dos novos, com o novo pré com switchs interiores para regulação da tonalidade. Este é o BSR 5GN Tiger Maple, serial 5GN5655W08, topo de nogueira, flame maple, escala em ébano macassar. Veio da Martinica. Comprei-o ao Remi Rascar, um bacano frances que frequentemente tem gigs nas Antilhas e lá comprou o Smith que depois viajou para Portugal. O BSR tem um formato de corpo diferente do BT, o primeiro e mais conhecido modelo. Foi introduzido em 1993. Para além destes saíram o BMT e o CR, modelo bolt-on.
BSR 4GN (walnut/tiger maple) 2008 Finalmente um Smith de 4 cordas, dificílimos de encontrar, com o serial 4GN5630W08, acabado em 12-3-2008. Modelo com o novo pre, tal como o de 5 cordas anterior e com as mesmas espeficicações. Os Smith são extremamente bem construídos, peças únicas, com um som único muito orgãnico e com uma voz muito própria. Provavelmente são os melhores baixos do Mundo.
JERZY DROZD SOUL IV Custom
O baixo
eléctrico é um instrumento recente (1950). Por isso, tivémos na nossa
geração, oportunidade de assistir à evolução do instrumento. Se nas
guitarras tudo continua mais ou menos na mesma, nos baixos já não foi
assim. Desde o primeiro Precision Bass, assistimos a muitas inovações
nos anos 80 (que podemos verificar nos baixos destas páginas), e nos
anos 90/2000 deu-se uma espécie de nova revolução no baixo eléctrico com o
aparecimento de uma série de novos luthiers que fazem instrumentos muito
interessantes e diferentes. Estas mudanças, curiosamente, são mais ou
menos paralelas à evolução do instrumento em termos de técnicas de
execução. Se, nos anos 70/80, o baixo ganhou protagonismo com disco-sound e o jazz de fusão (ou jazz rock, se quiserem), nos anos
90/2000 deu-se um novo salto com o aparecimento de novas técnicas e
abordagens do instrumento.
Este
é um Soul IV, novíssimo, serial # 53511, de 4 cordas, feito em 2011. O
corpo em freixo, braço maple, PUs single coil Jerzy Drozd JeDXS com preamp
Aguilar OBP-3, com volume, balanço, Eq de 3 bandas e opção passivo,
com switchs para activo/passivo e frequências de médios. A construção é
irrepreensível. Este exemplar tem acabamentos simples, sem recurso a
madeiras exóticas, com a particularidade de os botões e os PUs serem
acabados a madeira. Alguns modelos mais cuidados são verdadeiras peças
de arte. É levíssimo, com 3,150 Kg, o que o faz muito confortável. Vê-se
a influência dos Warwick (ou Spector), no formato do corpo, assim como
dos Tobias, na cabeça e no reforço do braço junto à cabeça. Também a
bridge é de 2 peças como os Warwick (ou Alembic, se quiserem). O
som é forte sem que os médios sejam muito pronunciados, à maneira dos
MusicMan, Yamaha TRB (dos anos 90) e dos Tobias.
SCHACK CARBON IV
Andy Schack é
um luthier alemão que fez alguns dos mais interessantes e inovadores
baixos europeus. O início foi em 1982, mas o homem já não faz baixos como antigamente e ainda
continua no negócio, mas com pouca actividade, uma vez que se dedica a
uma nova área que nada tem a ver: mecanismos para lagos domésticos de
peixes - Koi phish (serão carpas? Que raio... é mesmo intrigante, deixar
os baixos para se dedicar a maquinarias de lagos de peixes,
www.koi-andreas.de , do Andreas
Schack, (telefone 06185-1744), fazendo jus à afirmação de que "há
músicos que mais se deviam dedicar era à pesca".
Contribuiram para isso o fantástico Kai Eckhardt, baixista do John McLaughlin e o Jonas Helborg que recebeu de prenda um baixo de 10 cordas, construído para comemorar o 10º aniversário dos Schacks. Num artigo da Bass Player de Maio de 1993 está uma foto do bicho de 10 cordas, um carbon B2, afinado EADGCEBEF#B. O Jonas Helborg tinha na altura 26 anos, já tocava descalço, só com as meias enfiadas e era um moço sueco a dar os primeiros passos com as estrelas na Mahavishnu Orchestra. Já vi pessoalmente que o Helbourg, como artista da Warwick é um habituée na Feira de Frankfurt. Já há 20 anos ele por lá andava e foi lá que ele viu o Schack de 10 cordas, um instrumento espantoso cuja corda E é uma 8ª abaixo e, diz ele, vai tão baixo como o E dum Bösendorfer de cauda (!), com muita limpeza. O Andy Schack, volvidos estes anos, está muito interessado em comprar o mostrengo de 10 cordas, que não se sabe onde pára actualmente... Ou não sabia... enquanto escrevia isto, encontrei à venda o exemplar que não resisto a deixar aqui, este e o seguinte os únicos baixos aqui reproduzidos que não passaram lá em casa (e que não vão passar!). Parece que este é o segundo dos dois que foram construídos, este de 1996, à venda por 2.500 libras pelo proprietário inglês que o encomendou.
O Schack não se ficou por este estranho exemplar, mas também...
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