Vivam! Um dia resolvi fazer um baixo á medida, com tudo o que havia de bom. Peguei num Washburn XB-400, por sinal, um dos melhores baixos de gama baixa e "chipei-o". PUs e pré Bartolini, tampa da electrónica e pilha em acrílico transparente, pintura personalizada do logotipo feita pelo meu grande amigo e não menor artista Fernando Jorge, descascado e encerado á maneira. Mas não tinha bem "aquele som"... Os fabricantes e luthiers passam muitos dispendios a aprumar os seus intrumentos e muitos também não soam e somos nós que faremos melhor? Ora... esqueçam lá isso. Parti então em busca do SOM PERFEITO. E muitos baixos depois, encontrei dezenas de instrumentos excepcionais.
     Estas páginas não pretendem ser mais do que uma amostragem e um registo de informações que para mim foram úteis e que poderão ter alguma curiosidade para os amigos baixistas.

1
FENDER
MUSICMAN
YAMAHA
KRAMER
JAYDEE
G&L

2
BASS COLLECTION
IBANEZ
RICKENBACKER
ZON
STATUS
PEDULLA
ALEMBIC

3
PEAVEY
WARWICK
KUBICKI
ARIA PRO II

4
GIBSON
TOBIAS
WAL
FODERA
KEN SMITH
JERZY DROZD
SCHACK


 

 

      Nos tempos idos de 1983, o primeiro baixo foi mesmo uma guitarra acústica com um microfone enfiado lá dentro e fita cola a fixar o cabo para não estorvar as cordas! E depois, já nos palcos a sério, uma cópia da Fender Telecaster Bass, que foi emprestado pelo Zé Maduro no Escape Livre. O Veríssimo era o teclista e tinha um synth mono Teisco, percursora da Kawai e um Goodin Strings. Era o tempo dos Farfisas, dos FBT, dos EKO e a Furacão vendia amplificadores como tremoços. Estavam a aparecer os primeiros PAs e a aparelhagem do conjunto era um amp com várias entradas apenas para as vozes e bateria e duas colunas com quatro altifalantes full range.

1983, Escape Livre com Veríssimo, Zé Maduro e Paulo Cavadas

1986, Escape Livre com Lita Papel, Zé Maduro e Pedro Simões. O amp aqui era um combo Furacão 15''

    Com 13 contos (65 euros) comprei o primeiro baixo mesmo meu: um Egmond. Sunburst, com cordas com uma cobertura de plástico e um empeno considerável no braço! Durante os anos 60, os irmãos Egmond foram dos maiores luthiers da Europa  na Holanda e mantiveram a actividade até ao início dos anos 80, altura em que a firma faliu por não conseguir concorrer com os novos modelos japoneses. Quando somos putos não pensamos e, então, o pobre baixo foi descascado e pintado com spray. Na cabeça que era sunburst a condizer com o corpo, passou a figurar a inscrição "Fender". Claro... toda a gente queria ter um Fender. Recentemente está activo um site da marca, por curiosidade:  http://www.egmondguitars.nl


 Egmond, Agosto 1985

 

FENDER

MUSICMASTER BASS

   Por falar em Fenders... Este Musicmaster custou 30 contos (150 euros), em 1986. Fui buscá-lo a Vale de Cambra com o nosso amigo Lita Papel, na altura companheiro da banda. Serial xxxxx. E um instrumento de aprendizagem, de escala curta 3/4, 30'', uma versão mais simples do Mustang Bass.
    A Fender produziu estes baixos entre 1971 e 1981. Eram feitos com restos de outros modelos. O corpo era aproveitamento do Mustang e os pickups eram de guitarras, com seis polos e não quatro. No início foram produzidos alguns em azul com guarda-unhas em madre-pérola, mas as cores fundamentais eram o preto, o branco e o vermelho e mais tarde foram introduzidas outras cores de outros modelos. Em 1981 foi lançada a linha Squier e os modelos mais baratos da Fender foram descontinuados. São dos modelos menos valiosos dos vintage Fenders. Ainda assim foram usados por gente famosa como Jim O'Rourke dos Sonic Youth, Alan Lancaster dos Status Quo, Dee Dee Ramone ou Tina Weymouth dos Talking Heads ou o Helder dos Clã..
   

1986, Escape Livre: Lita (guitarra/voz), Zé Maduro (bateria) e Pedro (teclados)

    O baixo aparece no vídeo dos Sacerdotes de Alquimia (1997) filmado pelo João Portugal (esse mesmo), na praia de Vieira de Leiria. O som, contudo, é do MM SR 94.

    Recentemente, em 2010, um segundo MusicMaster igual, serial 550789, de 1974, fez companhia ao primeiro.

1975

1974

 

JAZZ BASS

 O Jazz Bass foi o segundo modelo da Fender, a seguir ao P bass. Foi introduzido em 1960 como "Deluxe Model" e logo rebatizado de "Jazz Bass". O braço é muito fino e tem dois PUs single-coil bobinados á mão, com dois polos para cada corda. O som é mais recortado e médio do que o da P Bass. é um standard e um instrumento imprescindível. Os primeiros modelos tinhas dois botões concenctricos, com volume e tonalidade para cada pickup, nos dois primeiros anos de produção. Em 1961 passou a ter 3 botões, como ainda tem hoje, um volume para cada PU e um botão mais pequeno de tonalidade.
   Em 1965 a CBS comprou a Fender e algumas alterações surgiram. Os pontos passaram a ser de madre-pérola e as cravelhas ovais. Ainda em 1966 os pontos foram substituídos por rectãngulos de madre-pérola e os braços de maple foram disponibilizados como opção em 1967. No princípio, os braços maple tinham os rectãngulos pretos, mais usados em 1973. São muito raros os braços maple dos anos 60, assim como são mais raros os braços rosewood nos anos 70. Nos finais de 74, inicio de 75, a placa de fixação do braço passou para 3 parafusos com um mais pequeno de ajuste da inclinação do braço - tilt. 
     Os números de série eram inscritos até 1965 na chapa do braço, de 1962 a 1965 com um "L" a anteceder. Esta é conhecida por série L. A numeração seguiu até 1974 já sem o L, sempre na chapa do braço. Em 1965 o Logotipo aparece em letras grandes na cabeça e esta ficou conhecida como série "F". Em meados de 1976 o número passou para a cabeça, debaixo do logotipo, antecedido de uma letra referente á década, no caso, "S" de seventies. Nesta altura os baixos ficaram mais pesados, com braços mais bujudos. Esta é uma fase de decadencia que culminou em 1983 com a venda da Fender a um grupo de investidores. O clássico jazz bass voltou a ter a chapa de quatro parafusos e com capas dos pickups em branco. Novos variantes se seguiram, nenhuma conquistando a notoriedade do velho Jazz Bass clássico.
     A datação dos velhos Fenders não pode olhar apenas ao número de série, mas ao conjunto de todas as caracteristicas e numerações do instrumento encontradas no braço, no corpo, nos PUs e potenciómetros. Isso requer algum conhecimento nos números que não os da data e que á frente podemos ver na descrição do Precision Bass de 1974.
      Os números de série até 99999, sem o L, são anteriores a meados de 1963. De 1962 até 1965 a série L distribuiu-se do L00001 ao L9999. A série F, de finais de 1965 a meados de 1976:
       De 100000 ao 300000, de finais de 1965 a 1970
      
De 300000 a 330000, de 1971
       De 330000 a 370000, de 1972
       De 370000 a 520000, de 1973
       De 520000 a 580000, de 1974
       De 580000 a 690000, de 1975
       De 690000 a 750000, de 1976.
       Depois de 1976, a letra indica a década, S e o primeiro algarismo, geralmente é o ano. Mas não é clara a datação de um Fender.
     O meu FJazz cor de madeira com braço maple, de 1974 é um exemplo desta confusão.  Foi o meu instrumento principal durante muitos anos. Comprei-o por volta de 1987 mais uma vez aoLita Papel, por 100 contos (500 euros). Na altura já tinha começado a trabalhar e ganhava o equivalente a 300 euros por mes. Apesar do serial ser  xxxxx  de 1973, tem características introduzidas em 1974 como o pickguard branco e mesmo de 1975, como a placa de 3 parafusos, mas com o serial nela inscrito e o "bullet truss road". Em 1974 o apoio do dedo passou do lado inferior das cordas para o lado posterior.
       Fazem-lhe companhia mais tres vintages, de 72, serial xxxxxx, 73, serial 376xxx, corpo em alder, guarda-unhas tortoise, escala rosewod, pots 13773xx, PUs xxxx73, 3,9 Kg de peso e o característico parafuso longo de afinação das oitavas do E,  e ainda de 74, serial xxxxxx, escala maple, todos devidamente no seu estado original.

1974

Em 1988, no Bar Gladius, atrás do Mosteiro da Batalha. Nesta altura a música dos bares era bossa e clássicos, mais para entreter o ouvido.

1972

1973

1974

Os mesmos de 1972 e 1974

 

PRECISION BASS

   O Audiovox foi o primeiro baixo eléctrico inventado, nos finais dos anos 30. Mas o P Bass em 1951 foi o primeiro baixo eléctrico do Leo Fender a ser produzido em série. Substituiu os contrabaixos e foi uma revolução na altura. O primeiro modelo era baseado na guitarra Telecaster. Em 1957 ganhou a forma que ainda hoje tem, mais próxima da Stratocaster. O PU passou a hambucker e a escala passou a ser rosewood até 1966. As escalas rosewood são mais características dos anos 60 e as maple dos anos 70. O P Bass é o modelo mais copiado de sempre e tem um som standard típico do som Motown, do disco-sound e dos blues e, apesar de não ser um baixo muito versátil, tem um som que o torna indispensável.
    A Fender continuou a produzir o P Bass até aos dias de hoje. Depois de meados de 76 começou a série S, conhecida como decrescente em qualidade. A Fender acabou por praticamente falir em 1983, sendo comprada por um grupo de investidores.  
   A propósito das datas dos Fenders,
reproduzo parte do mail que o baixista italiano Giuseppe Zavanone, dos Ira Zero, a quem comprei o meu P Bass de 74, me enviou e que contém informação útil. Quando estava a negociar com ele, hesitei entre comprar este baixo e um mais recente com a pintura em melhor estado. Ele repondeu-me que, geralmente, um baixo com sinais de uso é porque foi muito usado, porque tem bom som... Se o baixo estiver novo, salvo por outras causas, em princípio é porque foi pouco usado porque, provavelmente não toca tão bem. Ponto de vista curioso...
  
     Hi Fernando! As you see serial code on the pots is end of 73, 74 on the pickups, 74 on the neck stamp. As you can read on Fender site dating page intro: 'due to Fender's modular production methods and often non-sequential serial numbering (usually overlapping two to four years from the early days of Fender to the mid-1980s), dating by serial number is not always precisely definitive'.
       In fact they put easily 600000 for 76, but fender doesn't know so much of its own history (they produce wrong reissue of 75 Jazz bass with 73 black blocks) and you can see that the most reputated site http://www.provide.net/~cfh/fender.html move 74 until 580000. My favourite book: "The Fender Bass An Illustrated History" page 104 puts 74 production on 510000 to 610000. I can give you a copy of this page if you can't reach the book, absolutely a bible to fender collectors.

      O meu primeiro P Bass era fretless, de 1979, comprado ao Amilcar do TV5 por 500 euros por volta de 1990. A Fender só no início dos anos 70 lançou este modelo fretless e, durante anos nunca capitalizou o potencial que Jaco Pastorius deu ao uso do instrumento. Este é de 1974, serial xxxxxx e é o preferido para as sessões de estúdio do Lino Vinagre. No braço tem o código 0103-4945, que se traduz desta maneira: 01=Precision Bass, 03=braço maple com escala rosewood, 49=semana de fabrico, 4=ano (1974), 5=dia útil da semana, sexta-feira no caso. Os baixos mais antigos eram mais leves e tinham melhores escalas. Este pesa apenas 3,7 Kg e, contrariando a ideia de que um instrumento pesado soa melhor, tem muito bom som.
     Ainda para companhia, um de PBass de 1975, braço maple, sunburst que veio acompanhado com o cartão de garantia da Fender e demais papelada, em nome do dono original, em estado novo, ainda com as cordas flatwounds originais. Provavelmente nunca foi tocado. Lá está na parede a render sem se mexer, lol.


1974

1975

JAZZ BASS PLUS

1990

       Em 1990 a Fender começou a produzir o FJ Plus de 5 cordas, um ano depois do modelo de 4 cordas. Tinha 22 frets, escala de pau ferro, corpo em amieiro (alder), hardware Schaller e electrónica do Philip Kubicki, com um comutador de 3 posições - activo, passivo e mute e com os Sensor-Lace PUs da Fender, activo de 9 volts. Este tem o serial N003050. Os guias das cordas e os botões são dos Kubicki.  O Kubicki produz com o seu nome um dos baixos mais singulares e com o som mais interessante que existe, o modelo Factor e Ex-Factor, que mais adiante veremos. Aqui podemos ler  como trabalhou pela primeira vez na Fender, em 1963, a fazer guitarras acústicas. Trabalhou lá nove anos:

 http://www.vintageguitar.dreamhosters.com/1763/philip-kubicki/

    Voltou á Fender nos finais dos anos 80 e lá trabalhou na Custom Shop no inicio do contrato com a Fender, pelo menos em 1989. Era um luthier muito considerado e fez guitarras para George Harrison e Hendrix. Estes Fender Jazz Plus, apesar de terem algumas peças Kubicki, sendo já dos anos 90, já não tiveram a mão do mestre. A produção foi curta e encontram-se relativamente baratos. Foi substituido pelo modelo USA Deluxe.

Família Fender que resta lá por casa: Precision 75, 74, Jazz 73, 72, 74 e 74
 

MUSICMAN

STING RAY BASS

   Quando o Fender vendeu a firma á CBS, em 1965, ficou contratualmente impedido de fazer guitarras e baixos durante uns anos. Ainda antes desse impedimento terminar, os sócios do Fender combinaram com ele começar uma nova marca. Assim, em 1971 nasceu a Tri-Sonic, rebaptizada em 1973 como Musitek e finalmente em 1974 como MusicMan. A empresa dedicava-se ao fabrico de amplificadores. O Fender tinha também a CLF que em Junho de 1976 começou a fazer guitarras e em Agosto, baixos, em Fullerton. Os instrumentos eram depois enviados para a musicMan que os distribuía. Foram desenhados pelo Fender e por Forrest White, assistidos pelo Sterling Ball que mais tarde viria a comprar a MusicMan.
    Foram os primeiros baixos activos. O SR Bass vendeu muito bem. Tinha electrónica muito avançada, concebida por Tom Walker. Em Dezembro de 1978 uma versão com dois PUs saiu. Chamava-se Sabre Bass e foi descontinuada em 1991. Problemas na pintura levou á devolução de muitos instrumentos da MusicMan á CLF o que criou problemas financeiros e desentendimentos entre os dois sócios. Em Outubro de 1979 o Fender deixou a sociedade e começou a criar baixos com outra marca em Março de 1980, a G&L. Nesta altura, corpos e braços eram comuns nas duas marcas, até 1981. Para além disso, foram feitos 2500 braços com o truss road direito, o que gerou mais problemas entre as companhias, sendo as vendas muito baixas. Nos finais de 79, o Fender e os sócios já não se falavam. No período de transição, a produção foi assegurada por Grover Jackson que obteve grande sucesso nos anos 80 com as suas marcas Charvel e Jackson. Em Junho de 1984, a MusicMan foi vendida ao Sterling Ball. A produção de amplificadores acabou. Os baixos e guitarras seguiram o caminho que se conhece, continuando a ser instrumentos de referencia e talvez os melhores baixos na relação qualidade/preço. A nova produção começou em 1985. Em 87 surgiu o SR5, o Sterling em 93 e em 2003 o Bongo. Em 2000 a EB fez uma versão mais barata do SR, o S.U.B. que foi descontinuado em 2007 devido á subida dos custos de fabrico. A par destes modelos, a EB tinha uma linha mais barata, OLP, que foi descontinuada em 2009, tendo começado a série Sterling (que nada tem a ver com o modelo Sterling Bass). Depois do sucesso que teve o Bongo, foi introduzida a opção de dois PUs em todos os modelos, com opções HH e HS.  Os conhecidos abafadores da bridge deixaram de ser aplicados em 1994 e depois dum período de transição, em 1996 as pontes passaram a ser mais curtas.
     O StingRay é muito conhecido e preferido pelo seu som gordo usado no rock e no funk, excelente para slap e extremamente bem contruido. A melhor fase, segundo os entendidos é do início dos anos 90, os modelos que tem seis parafusos na fixação do braço.  O som do SR pode ser ouvido em inúmeros marcos da música como toda a obra dos Chic (Bernard Edwards), Billy Jean do MJ (Louis Johnson), toda a discografia da Sade (Paul S. Denman),  Another Bite e outros temas dos Queen (John Deacon), todos os temas dos AC/DC, Rage Against The Machine até 1995, The Cars (Benjamim Horr), Cure, Red Hot Chilli Peppers (Flea), e por aí fora, Roger Waters, Radiohead, Guy Pratt (Pink Floyd), Foreigner, Pino Paladino (actualmente nos The Who) e mesmo no jazz, (Gary Grainger com John Scofield, "Still Warm", disco obrigatório).
      Este SR é de 1994, comprado nessa altura em que não havia internet nem representante em Portugal. Foi o meu baixo principal durante muitos anos. Custou na Sinfonia em Leiria 290 contos, (1450 euros). Serial XXXXXX.

1994

      A Musicman faliu em Outubro de 1983. O Ball comprou a MusicMan em 1984, salvando a marca. Desde o início a trabalhar com o Fender, o Ball preocupou-se com a continuidade da qualidade dos instrumentos. Só em 1987 o logotipo passou a ter o nome Ernie Ball incluído. Este pre-Ernie Ball foi comprado ao Ricardo Duarte, do Algarve, bacano que passou a vida a tocar pelos casinos. O baixo foi comprado no Caius em 1983 e veio em estado praticamente novo, com caixa creme e correia preta. ´`e um dos ultimos exemplares feitos pela marca original. Na altura os MM eram distribuídos com correia preta ou castanha, consoante a cor do instrumento. Incrivelmente, andou meses no OLX por 1000 paus, sem que ninguém lhe chegasse.        


1983

SABRE BASS

      O MM Sabre Bass foi introduzido em finais de 1978. O circuito é diferente do StingRay, assim como o corpo era ergonómico por trás enquanto que o SR não. Os braços são maple, salvo raras excepções que apareceram como opção em finais de 1979. Os PUs mais pequenos que os da SR, o braço bolt-on de 3 parafusos, bridge em ferradura e as cordas entravam normalmente na bridge, ao contrário do SR que eram throu body. Tem 3 switchs para várias configurações dos pickups... o primeiro da frente é um selector de pickups, o do meio faz fase, baixando drasticamente o som (parece inútil) e o terceiro é para dar mais brilho.
       Em 1983 os selectores foram substituidos por um único, mas os PUs passaram a sopbars sem os polos á vista. O pre passou a ser Ernie Ball em substituição do velho MusicMan. Algumas alterações foram sendo feitas. Em 1987 havia a opção do pré de 3 bandas com o pré do SR 5 que surgiu nessa altura. Em 1989 o neck bolt-on passou a seis parafusos, continuando a haver também com quatro e em 1990, o pré passou a ser em formato de meia lua como a alteração do SR5. Em 1991 acabou a produção. ´`e um excelente baixo, mas as opiniões sempre se dividiram, nem obteve nunca o sucesso de vendas do SR.
      O primeiro, de 1980, orignalmente de cor natural madeira, foi pintado de preto e posteriormente sunburst. Esta pintura distingue-se duma original porque geralmente na transição do preto ficam pequenos pontos na passagem.  O meu segundo Sabre é de 1979, sunburst, braço maple, serial xxxxx, estando em estado novo. Os MM Sabre vinham num dos estojos mais emblemáticos, o famoso estojo em lágrima, que de origem trazia uma bolsa com o respectivo logotipo, para guardar o cabo e a correia que acompanhava o instrumento. Só em 2003, a MM viria a ter outro instrumento com dois PUs, o Bongo (mais abaixo). Muitos Sabres tem notórios problemas no braço, provavelmente devido ao conhecido episódio dos braços: na altura do desentendimento entre a Musicman, que distribuía os baixos e a CLF que os fabricava, foram feitos 2500 braços com o trussroad direito. A afinação do trussroad limitada e o facto de os braços serem finos, faz com que muitos baixos tenham algum ligeiro trastejamento. O Leo Fender, aborrecido com a situação entre as duas empresas, começou a fazer um novo baixo, o G & L.

    1979

1980

STERLING

    Em baixo, de 1993 o Sterling lined fretless. Foi um modelo que surgiu nesse ano. Depois do StingRay 5 foi o segundo novo modelo criado pela EB e atenção: não confundir com a linha Sterling recém lançada, que é uma linha barata sob essa designação e não MusicMan. O corpo mais pequeno do que o SR e o braço mais estreito, tendo um switch como o SR5. O Ernie resolveu põr o nome do filho ao baixo. Foi o meu segundo fretless (depois do P Bass 79) e comprei-o em Londres. Serial xxxxxx. Utilizei-o para gravar o tema instrumental "Retorno A Um Sítio Novo" no album dos Sacerdotes de Alquimia. Em baixo, o diagrama.

 

 

1993

BONGO HS 5 piezzo

    O Bongo foi lançado em 21 de Março de 2003 na NAMM e é o primeiro instrumento inovados, em muitos anos. Foi concebido pelos designers da BMW e a electrónica por Dudley Gimpel e Cliff Hugo (baixista dos Supertramp). Foi o primeiro baixo desde a Sabre a ter pickups de neodymium duplos em várias configurações H, HH, HS com e sem piezzo com um pré de 18 volts. Todos são feitos de basswood com braço de maple e escala rosewood, pau ferro no caso dos fretless e pintados.  Tem 24 trastes com inlays de meia-lua. Devido á sua forma é conhecido como "tampa-de-sanita". Tem um range de sons possíveis muito grande, o que faz do Bongo um baixo muito versátil e poderoso. Algumas criticas negativas referem-se á proximidade demasiada do PU do braço, o que pode dificultar o slap. Tem um comprimento maior que os outros baixos o que faz com que seja difícil encontrar algum sem uma batida na ponta da cabeça (!). Foi uma aposta certa da MM. Vários músicos famosos adoptaram-no, como Dave LaRue, Cliff Hugo, John Myung, Phil Chen, Tony Levin. Em 2008 foi lançado o modelo de 6 cordas. Este comprei-o na Alemanha, serial xxxxxx. Configuração HS, com ponte Piezzo com a possibilidade de ajustar o som de cada corda individualmente. Um pre muito complexo, grandes possibilidades de sons, grande baixo.
     Um site não oficial, reune a mais completa informação que há sobre MusicMans. www.musicmanbass.org

BONGO STEALTH HH5

O Bongo Stealth é a versão "all noir" do Bongo. Este tem dois hambuckers, um braço muit confortável e confirma que o Bongo é o baixo mais versátil e com melhor som de todos os MusicMan. Serial F25054. Activo, 18 volts. O pré tem um médio grave e médio agudo, coisa que não me ocorre noutro baixo. É ligar e tocar. Muito bom.

STING RAY 5

       Foi introduzido em 1987 e foi o primeiro modelo completamente novo concebido e produzido em San Luis Obispo pela equipa Ernie Ball. Até esta data, apenas eram feitos os modelos Sabre e StingRay criados pelo Leo Fender. O SR5 foi baseado na guitarra Silhouette e no SR de 4 cordas, com algumas inovações como o PU cerâmico, com cancelamento de ruído e switch para opções de série e paralelo. No início dos anos 90 o PU passou a ser de alnico e em 2005 foi introduzida a opção de 2 PUs em várias combinações de hambucker e single coils, como em todos os modelos. Os numeros de série com 5 dígitos usaram-se até ao 59999 até Janeiro de 1998. Depois o serial passou a ser precedido dum "E", começando de E00001. Este SR5 é o 600º, com o serial 50600, feito em  13 de Janeiro de 1989. A côr original sunburst (versão antiga do honeyburst/mel), a placa do braço ainda sem a marca "MusicMan", a tampa metálica da pilha, pestana normal, acção baixa e grande som tornam-no numa peça especial, representativo de como eram os primeiros SR5. Este modelo é um dos melhores baixos de 5 cordas feito, é um standard e com ele foram gravados milhares de albuns.

G & L

L-2000 1985

    Depois da confusão na MusicMan e ainda mantendo a ligação áquela empresa, em Outubro de 1979, o Leo Fender começou a construir a sua nova marca, G&L, iniciais do seu amigo Gerge Fullerton, companheiro de sempre na Fender e a sua própria. Daí que, embora a G&L seja estabelecida em  Maio de 1980, há corpos com data de 1979.
     Surgiu, assim, segundo ele, o melhor baixo que fizera até então: o G&L L-2000, (feito após o L-1000), com PUs activos, dois hambuckers, a soarem melhor do que a Sabre Bass e o StingRay, segundo ele próprio. Realmente é um instrumento possante, com grande som e com mais algumas inovações. Uma delas são os polos dos PUs ajustáveis (como os Ken Smith), outra a utilização de alumínio nos mastros das cravelhas, de forma a tornar o baixo mais leve. O baixo manteve-se sem grandes alterações, até que 1998 o corpo de  ash passou a ser alder. O braço passou a ser fixado com seis parafusos, sem a placa e a dimensão do corpo teve um ligeiro ajuste.  O modelo ASAT surgiu em 1991 e foi o ultimo modelo em que o Fender trabalhou. Tinha o formato da Telecaster e, no fundo, era uma versão do L-2000. O formato, não é mais do que o dos actuais Fodera Imperial... O Leo inventou mesmo quase tudo. Em 21 de Março de 1991, Leo Fender morreu, mantendo-se em actividade até essa data. O seu amigo George Fullerton com quem fundara a G&L, continuou na empresa como consultor e esta foi vendida á BBE. Os baixos da década de 80 conseguem encontrar-se a bons preços e são, sem dúvida um investimento para o futuro.
     Ao ver que os representantes em Portugal da G&L se situavam na zona, em Pombal, fui até lá para resolver um pequeno problema num selector e conhecer melhor os novos baixos... Bem, o som deste velho de 1988 arrasou. Não admira, porque mesmo batido e esmurrado, é um dos melhores baixos "clássicos" que já vi. Serial B017420, datado de 1985.
      Os baixos foram numerados a partir 500, sendo os primeiros para edições especiais. O primeiro baixo "comercial" tem o numero B000518, na ponte, em 1980. Em 1983, depois do serial B010382, esta identificação aparece também na placa do braço e, depois do B014266, de 1984, aparece sempre neste último local. A partir do numero B021788 já são de 1990 até 92. Depois de 92, já pouco importa... Ou não. Curiosamente, os G&L continuam a ser feitos na fábrica do Leo Fender em Fullerton, um lugar místico.

 

L-2000 1987

      Este  G&L de 1987 tem a particularidade de nunca ter sido tocado e estar completamente novo. Serial BO18796, com a etiqueta da inspecção final, chaves e a etiqueta do preço. 456 dólares em 1989, data marcada. Até a pilha era a original, derramada, felizmente sem causar qualquer dano. Por qualquer motivo não se vendeu. Em vinte anos o preço triplicou, mas só os instrumentos até à morte do Leo tiveram a mão do mestre.
     Uma particularidade é a assinatura do Leo Fender na cabeça do baixo. Alguns exemplares eram assinados também no corpo. Todavia, a Fender acabou por proibir este pormenor, que se manteve entre 1985 e 1989.
Estes baixos têm sido até agora subvalorizados, quando na verdade são grandes instrumentos. É que comparando com os Fenders e os Musicman, que foram revolucionários e inovadores, fica realmente a ideia que o Leo Fender  talvez tenha razão: "G & L  guitars and basses, are the best instruments I have ever made". Basta ouvir.

 

NÚMEROS DE SÉRIE

ANO

NÚMERO

LOCALIZAÇÃO

1980

B000518

Ponte

1981

B001917

Ponte

1982

B008525

Ponte

1983

B010382

Ponte/chapa

1984

B014266

Chapa do braço

1985

B016108

Chapa do braço

1986

B017691

Chapa do braço

1987

B018063

Chapa do braço

1988

B019627

Chapa do braço

1989

B020106

Chapa do braço

1990

B021788

Chapa do braço

1991

B023013

Chapa do braço

1992

B024288

Chapa do braço

YAMAHA

 

MOTION MB

   A Tune Bassmaniac foi um baixo inovador quando saiu na segunda metade dos anos 80. A forma ergonómica e o look moderno foi copiado por muitas marcas. Uma delas foi a Yamaha que lançou o modelo Motion MB em duas versões, MBII e MBIII. Tive em tempos os dois modelos. Era um baixo de escala curta, com duas oitavas e uma cabeça peculiar. 
Foi o meu primeiro baixo novo (tive só mais 2 novos, o SR4 e o Fodera). Estavamos em finais dos anos 80 e nessa altura estava para sair  o melhor baixo Yamaha, o TRB 5P, ainda hoje um dos melhores.

   

TRB 5P

       A Yamaha nasceu em 1887 a vender órgãos e outros instrumentos. O primeiro baixo da Yamaha foi feito em 1966. A Yamaha foi uma das primeiras marcas a ter um baixo de 5 cordas. Jimmy Johnson, baixista de Alan Holdsworth e Lee Ritnour, em 1975 trabalhou com a Alembic um baixo com a 5ª corda que seria um C, mas substituiu por um B feito pela GHS. Em 1982 a Steinberger fez um baixo de 5 cordas headless e em 1984 a Yamaha lançou o modelo BB5000. A Yamaha associou os modelos da marca a artistas conhecidos de forma a melhor promover os instrumentos. O BB tinha o endorsement de Nathan East, os RBX, John Myiung e os TRB, John Patitucci, que teve um modelo seu. Os TRB foram muito usados no jazz de fusão durante os anos 90. Tinham um pickup piezzo instalado na ponte e dois single coils, configuração JP, construção neckthrou com braço em maple e mogno e hardware dourado. Por cá custava cerca de 600 contos (3.000 euros), por alturas de 1992. Era um instrumento caro para a época e, devido aos custos de fabrico, a empresa descontinuou o modelo. Era o primeiro baixo "boutique" da marca. Apesar disso o sucesso foi tão grande que por insistencia do público, a produção foi retomada com um modelo identico, o TRB 5P II que hoje se comercializa.

 

   
KRAMER

THE DUKE

        A Kramer foi fundada em 1976 e foi pioneira no uso de alumínio na construção dos braços. A escala usava um material sintético duro, do género do utilizado nos utensílios de bowling e tinha 0 radius, o que era peculiar nestes instrumentos. A produção de instrumentos com braço em alumínio durou até 1982, altura em que passou a usar a tradicional madeira. O hardware era de qualidade, Schaller, PUs DiMarzio. Em 83 as guitarras vinham equipadas com tremolo Floyd Rose, o que deu vantagem sobre outras marcas. Algumas parcerias com artistas conhecidos como Eddie Van Halen, Ritchie Sambora, Gene Simmons ou Louis Johnson, ajudaram a que a marca obtivesse sucesso em meados dos anos 80 e chegou mesmo a ser a mais vendida em 85 e 86, nesta altura com PUs Seymour Duncan.  A empresa recorreu á ESP para fazer os corpos e braços dos instrumentos. Em 1985 comprou a Spector, fazendo bons baixos até 1990, embora começasse a misturar modelos feitos nos USA e outros importados.    Em 1991, a empresa original acabou devido a problemas financeiros causados pelo decréscimo da qualidade dos instrumentos, os contratos de endorsement que mantinha com os artistas e perdeu ainda uma acção judicial proposta pela Floyd Rose por causa dos tremolos usados nas guitarras. Longe dos anos de prestígio, depois de 1995, Henry Vaccaro, detentor do nome da marca tentou relançar, sem sucesso, alguns modelos. Tentou ainda lançar algumas guitarras com o braço de alumínio com o seu nome, mas não obteve sucesso.
        Este baixo, designado "The Duke", foi inspirado na serie L do Ned Steinberger. PUs DiMarzio, passivo, braço de alumínio, serial # B4878, de 1981.


Alain, o testador oficial, "isto é tudo bom!"

JAYDEE

SUPERNATURAL Mark King

      Este é o baixo que ouvimos nas faixas que popularizaram os Level 42 e particularmente Mark King, o homem que toca e canta ao mesmo tempo como se não fosse nada e que popularizou o slap nos anos 80. Se bem que o slap foi reconhecidamente inventado pelo Larry Graham (Central Station) e divulgado pelo Stanley Clarke ainda nos anos 70. Jay Dee é um luthier britãnico e a marca continua activa www.jaydeeguitars.com.
    O modelo original do Supernatural foi feito em 1978 e foi o usado pelo Mark. Martin Kemp dos Spandau Ballet foi outro dos utilizadores nos 80's, assim como Angus Young com uma JD inspirada no modelo SG Gibson e até o Jaco Pastorius foi apanhado com um JD num raro concerto com Scott Henderson. Mais tarde Mark King viria a passar-se para a Alembic e depois para os Status.     Este é o 05713, de 1985. O braço é um set neck. O corpo é laminado em mogno do Brasil, os PUs SN 2000 são revestidos também a madeira, pré com equalizador de 3 bandas, entradas jack e XLR. Modo passivo/activo. Sinais particulares destes baixos são o led do comutador dos PUs, o revestimento destes em madeira, o que só agora é usado por algumas marcas novas como a Jerzy Drodz, a altura dos PUs é ajustada por 4 parafusos na traseira do corpo e o setneck usado pela Smith, Fodera e Zon. Os J&D Já são clássicos.

   
BASS COLLECTION

      Os Bass Collection eram baixos japoneses importados para Portugal pelo F.Ribeiro, de Lisboa e eram baixos bem construídos, ergonomicamente excelentes e não eram baratos. Alcançaram muito sucesso e ainda hoje são construídos, com outro design, após algumas mudanças na firma e paragens pelo caminho. Pouco se sabe da empresa original, a SGC Nanyo. Eram inspirados pelo design inovador dos Tune Bass Maniac, também nipónicos, que quando surgiram foram inovadores e abalaram juntamente com a Ibanez, os fabricantes americanos.
      Em meados dos anos 80, a Nanyo, fabricante japones de electrónica e uma pequena empresa britanica chamada Sexton Guitar Company fizeram uma linha de baixos chamada SB. Havia de 4 e 5 cordas, activos, passivos, com configuração JJ ou JP, de 24 frets e escalas rosewood e cravelhas Gotoh e com os pickups da Nanyo, SGC.
      Os modelos mais baratos, tinham corpo de alder, normalmente pintados e a linha mais cara, tinham corpos de sen e o SB325 era o de 5 cordas e o SB330, fretless com marcadores. O sen é também conhecido por Hari-gari, ou freixo japones (ash). O formato é muito confortável e a escala excelente. A electrónica não é excepcional, mas a ergonomia e o peso destes baixos é extraordinária e são vendidos a preços acessíveis. Não conheço nada tão bom e tão barato. Os meus tres Bass Collection, SB305 passivo, o SB405 activo, mas que nem por isso toca melhor do que o passivo e o topo de gama SB615, feito do tal freixo. Quando visitei as instalações em Pombal dos representantes da G&L, encontrei lá um BC ainda novo marcado ao preço antigo de 290 contos, 1000 e muitos euros... outros tempos.

SB 305 PWH

SB 405  NBL

SB 615

 

IBANEZ

   A Ibanez derivou de uma companhia de Nagoya, Japão, chamada Hoshino que, em meados dos anos 40 comercializava um modelo acústico com aquele nome. Harry Rosenbloom importou a marca para os EUA e, não se mostrando um nome muito atractivo para o mercado, Hoshino Gakki optou por atribuir á marca o nome de uma companhia que recentemente adquirira, Ibanez. Foi fundada em 1957 em  meados dos anos 60 abriu uma filial em Philadelphia e comercializou cópias de grande qualidade de modelos famosos.  Os modelos americanos estavam cada vez mais caros e com a qualidade a decrescer. A Ibanez impôs-se no mercado com os seus modelos muito bem construídos e a preços mais acessíveis. Com os modelos Musician, Roadstar e Roadster, apresentou ao mercado instrumentos bem concebidos, de muita qualidade, que abalaram os fabricantes americanos, fazendo descer os preços. 
      O modelo Artist usado por músicos conhecidos impulsionaram a marca (Paul Stanley dos Kiss, George Benson, Bob Weir). Em 1976, oficialmente terminou a era da cópia e a Ibanez impôs-se como um grande e inovador fabricante. Nos anos 80, a colaboração com grandes músicos originou alguns modelos que são standard no hard rock e no rock instrumental – Steve Vai, Joe Satriani, Paul Gilbert – ou também no jazz – Pat Metheny, John Scofield, George Benson.
     Os baixos Ibanez são dos mais vendidos no Mundo.

2350B

     Inicialmente a Ibanez fabricada cópias de modelos famosos. Este e o modelo 2350B, de 1973, cópia da Gibson Les Paul, acbamento de mogno, com marcas em madre pérola, braço rosewood.  é especial porque me foi oferecido pelo Berito (obrigado, amigo!), companheiro do Tempo e de outros tempos e era do conjunto do pai, o saudoso Silvério, que bem nos acolhia nos tempos do conjunto RX, de Vilamar.

      O período das cópias da Ibanez situa-se entre 1971 e 1976. Apesr de serem cópias, eram feitas com grande qualidade e estas guitarras e de outras marcas como Greco ou Aria, depressa ganharam boa reputação em todo o Mundo. As cópias tocavam tão bem ou melhor do que os originais. A Gibson processou a Ibanez, mas entretanto esta mudou o formato das suas guitarras e já foi inútil a sentença. Mas devido a este episódio as guitarras e baixos do período das cópias ficaram conhecidas como os modelos "Lawsuit", réplicas dos modelos americanos.
       A época dourada da Ibanez foi de 1975 a 1981. A Hoshino lançou modelos originais no mercado em 1975. No início eram variações subtis das cópias do período anterior, mas a partir de 1978 fabricaram modelos completamente originais como o Weir (assinatura de Bob Weir dos Greatful Dead), Musician e Artist. Estes modelos não eram apenas bonitos, mas também dos melhores e mais bem fabricados de sempre, entre todas as marcas. Músicos lendários divulgaram a marca desde então, Joe Pass, John Scofield, Pat Matheny, Steve Vai, George Benson, Frank Gambale, Scott Henderson, Joe Satriani, Gary Willis, Paul Gilbert, etc, etc etc.
       Até 1975 a Ibanez não punha número de série nos instrumentos. Geralmente a placa do braço apenas tinha a inscrição "Japan". Depois o numero surgiu como ainda hoje é usado, com duas letras, de A a L e seis dígitos. A letra corresponde ao mes de fabrico (A=Janeiro), os dois primeiros dígitos para o ano e os quatro ultimos dígitos para o numero de produção desse mes. Ao longo do tempo e conforme os modelos, tem aparecido colocado em vários sítios, na placa do braço ou mesmo numa etiqueta colada por trás na cabeça. Isto falando dos modelos japoneses. Os instrumentos eram feitos na fábrica de Fujigen, onde em meados nos anos 80 também foram feitas as guitarras sintetizadas da Roland. Perto do fim da década de 80, a Ibanez passou a fabricar instrumentos também na Coreia, China e Indonésia.

ROADSTAR II RB850 de luxe

        O Roadstar II foi um dos primeiros baixos de 5 cordas. Lançado em 1984, tinha como novidade a 5ª corda, a pestana de grafite, o botão do volume push/pull para activo/passivo. RB850 BK (BK de black). O espaçamento entre as cordas é muito apertado. A Ibanez põs 5 cordas no braço de 4, o que dificulta um bocado.  Originalmente os Roadstar tinham hambuckers de 20 polos acompanhando as cordas. Infelizmente este meu vinha alterado. O anterior dono substituiu-lhe a electrónica por pré e pickups EMG configuração P/J, o que o fez escavacar a madeira e põr um guarda-unhas para tapar a obra. Por isso comprei um segundo exactamente igual, mas não foi paixão de muita dura, até porque em casa já estava o topo dos baixos Ibanez da altura:

MUSICIAN MC924

       A série Musician era o top dos baixos da Ibanez. Foi introduzido ao mesmo tempo que os modelos Studio e Roadster. Em 1979 os modelos Musician com neckthrou laminado, corpo "sandwich" e pré activo foram um marco. Havia modelos passivos e activos. Para além de o Sting ter gravado alguns dos temas mais conhecidos dos Police com ele, etambém os Toto e os U2 tem o seu som. Os primeiros Musician tinha o jack na frente e havia uma versão passiva, o MC800 ainda em 1978. O pré tinha um equalizador paramétrico que tornou o baixo conhecido como "Musician EQ". Na tampa da electrónica estava escrito algo como “feito pelas orgulhosas pessoas da Ibanez Japão". E basta pegar no baixo para perceber que tinham bons motivos para se sentirem orgulhosos, mais ainda quando contruiram a peça há 30 anos atrás.

    O modelo foi tendo algumas alterações. Em 1982 o corpo deixou de ser sandwich e passou a ter abas sólidas, a cabeça mais pequena e algumas mudanças na electrónica e pickups. O próprio corpo ergonómico se foi modificando tornaando-se mais pequeno até dar origem á linha Soundgear em 1987. Com a Ibanez a começar a fabricar baixos no oriente por esta altura, perdeu-se a genuinidade da marca. Mas os velhos Ibanez ainda se encontram a bons preços. Quando saiu, o Musician MC924 custava 850 dólares. Há 30 anos. Foram feitos cerca de 350 fretless e alguns hibridos, com trastes até á 8ª e fretless daí para a frente. Este, serial B814054, de Fevereiro de 1981.

 

PL5050 PROLINE

   O Proline, conhecido por PL5050, foi o único baixo da mesma linha de guitarras. Foram fabricados durante muito pouco tempo a partir de 1985, devido a problemas legais com a marca Jackson acerca da originilidade do design. Corpo em alder, braço maple com escala ebony. Foi apenas comercializado em duas cores, preto metálico (gun metal) e pérola. Em 1987 acabou a produção. Os acabamentos eram profissionais, o braço á "Jazz Bass", muito estreito e confortável. O dono anterior alterou-lhe a electrónica para pré e PUs Bartolini. Um excelente instrumento, dos melhores Ibanez. Serial F 7 2 2542, de Fevereiro de 1987.

 

RICKENBACKER

4001 Fireglo 1978

      A Rickenbacker é uma companhia americada situada em Stª Ana, na Califórnia. Foi a primeira empresa a fabricar guitarras electricas (havaianas, no início) em 1932. Foi fundada por George Beauchamp e Adolph Rickenbacker. Fabricavam também amplificadores e, curiosamente, o Leo Fender dedicava-se á reparação dos mesmos. Em 1956 foi lançado o primeiro baixo modelo 4000, que deu origem ao clássico 4001.
        Nos  anos 60, dizia-se que quem não tinha dinheiro comprava um Fender e quem podia, comprava um Rickenbaker. Com um look muito original, é um modelo neck throu com truss road duplo, triangulos de madre pérola na escala, dois volumes e dois botões de tonalidade. O braço é de maple e nogueira. Conhecido através do Paul MacCartney (fase do Magical Mistery Tour e durante os Wings), Chris Squire dos Yes, Geddy Lee (Rush), Roger Glover (Deep Purple), Roger Waters, John Entwistle (The Who), John Deacon (Queen), Cliff Burton (Metallica), Chris Wolstenholme (Muse)....
        A par com alguns Alembic, é o único baixo stereo que conheço, um canal para cada pickup. A Ric tem uma box para tornar o sinal mono, "Ric-O-Sound", que se vendem a bom preço mas que, no fundo é um simples "Y". O modelo de alguns destes artistas é o 4001S que era a versão para a Europa. As cores tem uma designação curiosa, por ex. Jetglo para o preto, Midnight Blue para o azul entre outros, sendo o meu o sunburst "Fireglo". Este modelo foi fabricado entre 1961 e 1981, altura em que foi substituido pelo 4003. Este baixo é de 1978, e o serial na chapa dos jacks é o nº xxxxxx.

 

ZON

LEGACY ELITE

     Este foi o meu primeiro baixo high-end, acima dos 5000 euros. Comprei usado, claro. Serial C12157, modelo único feito propositadamente para o NAMM SHOW 2002, a maior feira/exposição de música do outro lado do Atlãntico. O Legacy Elite é o topo de gama da Zon. O pré e pickups são Bartolini, modelo ZB-6 próprio do modelo Sonus Studio. Tem a particularidade de ser duplo: um pré para cada pickup, 18 volts. É o unico preamp que conheço contruído desta madeira. O som é cristalino. A escala tem inlays góticos, a tampa da electrónica tem o acabamento condizente com o corpo. Uma obra de arte, sem dúvida. Diz o Martin Peters, product specialist da Zon Guitars: "That bass is a special one-of-a-kind piece with celtic chain inlays done by inlay artist Larry Robinson. Legacy Elite Imperial, flame maple top and back with mahogamy core, matching headstock and gold hardware. Namm Show Bass, s/n 612157, retail price $4200 plus $275 for the case. Built in January 2002. The circuit is a dual two band system with mid boost switches, not coil taps".
     Joe Zon fundou a companhia em 1981, em Buffalo, primeiro como oficina de reparação e depois construindo os instrumentos com materiais não tradicionais, misturando a madeira com a grafite. Até ao início dos anos 90, era a Modulus quem fornecia os braços de grafite, que, á semelhança do que acontecia com os primeiros Status, não tem truss road. Não deixa de criar alguma inquietação o facto de haver uma ligeira curvatura no braço que, na inexistencia de truss road, não se pode controlar.  Michael Manring, especialista em fretless e tapping, está ligado á marca desde a década de 90, tendo criado o original Hyperbass, mas outros baixistas conhecidos divulgaram a marca: Bill Gould dos Faith No More, Tim Butler (Psychedelic Furs), John Wetton (Asia), Baron Browne ou Robert Trujillo dos Metallica.

STATUS

STEALTH

      Rob Green é o patrão da Status Graphite, situada em Colchester, na Inglaterra. Desde os anos 80 que a Status vem fazendo baixos originais e de grande qualidade. O Empathy e depois o S2 Classic foram muito vendidos por cá. Actualmente a Status abandonou a madeira dos braços e todos os modelos tem braço de grafite. O Stealth é o topo de gama, todo em peça única, de grafite. Mandei fazer um Status Stealth de encomenda, com pre de 3 bandas, pontos customizados e com direito a iniciais junto á pestana. Extremamente leve e confortável e com muito bom som, com um sustain infindável. O Rob é acessível, responde prontamente aos mails e por 3000 euros é possivel mandar fazer um baixo com todos os pormenores escolhidos. Ergonomicamente são perfeitos, mas o Stealth tem a aresta do controrno da parte de cima do corpo a causar algum desconforto ao poisar o antebraço. O pré é de 18 volts e o som morre á medida que as cordas vão envelhecendo. ´`e um instrumento único, fácil de tocar, com o braço e escala perfeitos. Serial # 12083397.


Virgilito, o maior amigo e companheiro, que sempre me incentivou a querer o melhor...
"Pra ser bom tem que ter peso". O Stealth, por acaso, fica apenas pelos 3 Kg.

EMPATHY

      O Empathy é o modelo clássico da Status, actualmente designado S2-Classic. A diferença é apenas no comprimento do braço de grafite que no Empathy vai até á bridge e no S2 se fica pelo primeiro pickup. O Rob usa madeiras exóticas para as abas do corpo. Não é muito leve, mas é uma peça admirável e ergonomicamente perfeita, com um braço e escala do melhor que há. O modelo original é de 1981 e a Status ainda mantém os modelos headless por que ficou conhecida a marca. Este baixo é de 1999, tem o número 0381860, braço neckthrou de grafite, com phenolic na escala de 34''. Particularidade da marca é o primeiro traste logo a seguir á pestana.
       A parceria com a Trace Elliot, em 1990 fez nascer o modelo T-Bass que a Status fabricou até 1997. Com o falecido John Entwistle dos The Who, Rob concebeu o Status Buzzard, de forma arrojada sugestionando uma ave de rapina, modelo que já tinha feito anteriormente com a Warwick. Também Mark King substituiu o Alembic e o JayDee pelos Status, tendo a Status lançado um modelo do 30º aniversário dos Level 42 com uma série numerada de 42 baixos, modelo Mark King.
    

 

PEDULLA

PENTABUZZ custom 1994

     Os baixos Pedulla tem um design único, muito bonito, com o pormenor da tampa da electrónica sendo parte do corpo. Ergonomicamente muito confortável, com um excelente braço e excelente escala. Os Pedulla ficaram conhecidos sobretudo pelos Pentabuzz, baixos fretless, com revestimento especial da escala.  Michael Pedulla começou a sua oficina de luthier em 1975 em Massachusetts. Os primeiros baixos já eram neckthrou e eram equipados com PUs DiMarzio, cravelhas Grover e ponte Badass. Hoje os Pedulla continuam a ser feitos á mão pelo próprio Michael.
         Este tem o nº4656, é de 1994. O prefixo "buzz" distingue os fretless dos MVP, modelo igual com trastes. ´`e em maple, escala em ébano com linhas e a referida cobertura epoxy (polyester) tipica da marca, PUs configuração PJ Bartolini tal como o preamp, duplo (um para cada pickup, como o Zon Legacy anterior. Control de volume, balanço e tonalidade. Uma peça belíssima....


A tampa da electrónica faz parte do corpo!

PENTABUZZ custom 1990

       Este segundo Pentabuzz tem o pré de 3 botões: volume, PUs, graves e agudos. Serial 2854, feito à mão em 1990. O trussroad é uma inovação da Pedulla, tem dupla acção, nos dois sentidos portanto, não tendo qualquer influência a tensão das cordas. A mesma qualidade no som e na performance. Provavelmente os Pentabuzz são mesmo os melhores fretless do mercado. Este veio das mãos do primeiro dono, o Brad, um bacano dos EUA, foi comprado numa loja que já fechou, em Milford, CT (Dixters).

 

 

ALEMBIC

ELAN 5 custom 1992

      Alembic é uma empresa familiar nascida em 1969 criada por Ron e Susan Wickersham. Era uma empresa de consultoria junto de vários artistas como Crosby,Stills & Nash, Greatfull Dead, Jefferson Airplane. Ric Turner, colunista da Bass Player juntou-se ao Ron e criaram a electrónica. Outras inovações dos Alembic foram o uso de braços de grafite (Modulus), modelos stereo (os Rickenbacker já eram stereo, mas passivos) e um modelo de 5 cordas para Jimmy Johnson. Muitos músicos profissionais contribuíram para a divulgação da marca, Stanley Clarke, desde sempre, John Entwistle, John Paul Jones,  Mark King, Greg Lake. Nunca fizeram qualquer endorsement e os músicos famosos foram tratados como um cliente comum. Só o Clarke recebeu um de borla na comemoração dos seus 30 anos de uso do seu Alembic e o Mark King quando lhe propuseram fazer um modelo com o seu nome.
     Este baixo é uma peça de arte, com pormenores e acabamentos de primeira. ´`e um Elan 5 Custom, com acabamentos únicos. Mica, filha do criador da marca, responsável do furom do Alembic Club descreve o instrumento: o topo é de nogueira (nãu usual nos Alembic) com laminados de purpleheart, escala de 34'', corpo maple, escala customizada em ébano 1.66'' x 2.87'', marcas ovais em madre pérola, acabamento em poliester, pUs AXY56, com control de volume, balanço, filtro paramétrico e "Q suitch", braço laminado de 7 peças. Foi feito para o Bass Centre em Londres em 24 de Junho de 1992, serial # 92H7258. Veio da BassGallery, em Londres.

 

 

 

 

1
FENDER
MUSICMAN
YAMAHA
KRAMER
JAYDEE
G&L

2
BASS COLLECTION
IBANEZ
RICKENBACKER
ZON
STATUS
PEDULLA
ALEMBIC

3
PEAVEY
WARWICK
KUBICKI
ARIA PRO II

4
GIBSON
TOBIAS
WAL
FODERA
KEN SMITH
JERZY DROZD
SCHACK

5
ENCONTROS
6
FX, AMPS E COLUNAS

7

GRANDES COLECÇÕES

 

 

 

GIBSON

GRABBER 1978

    Quem viu o Mike Pope todo orgulhoso da nova Fodera com seu nome, até pode pensar que o pormenor do PU móvel, que desliza ora mais prá bridge, ora mais pro braço, dando possibilidades sonoras diferentes, era genial, inventado pelo engenheiro e excelente músico, cujos preamps vêm desde há uns anos, equipando os baixos mais desejados do Mundo. Mas não. Em 1973 a Gibson  teve esta ideia. O modelo Grabber Bass, com o G-3 (com 3 PUs) e o Ripper (2 PUs) dominaram as vendas da marca, sendo o Grabber o modelo mais vendido na segunda metade dos anos 70.  O Grabber era o primeiro bolt-on da marca e tem um "sliding pickup" que literalmente desliza, manualmente, na sua posição. O som é mais próximo dos Fenders do que os outros modelos. Foi construído para ser um baixo barato, de forma a concorrer com os Fenders e muitos modelos importados principalmente do Japão. Em 1975 um Grabber custava pouco mais de 300 dólares, tal como os PBass.
   As cores usadas no Grabber foram vermelho vinho, ebony, satin natural, maple gloss, nogueira, branco e vermelho candy apple no início dos anos 80. As cores raras são o branco e o nogueira. O PU é um hambucker Gibson, as cravelhas Schaller e a bridge dá a possibilidade de pôr as cordas na própria bridge ou através do corpo. Foi feito um exemplar em 1973 e 219 em 1974. Em 1975 o modelo apareceu no catálogo da Gibson. O corpo era maple em vermelho vinho ou ébano. Em 1975 o corpo mudou para alder e foi o ano em que mais exemplares se fizeram, 2637 baixos. A cor satin natural  juntou-se às duas anteriores. Em 1976 foi acrescentada a cor branca, uma das mais raras. Em 1977 foram introduzidas as cor nogueira e maple gloss que é apenas o verniz sobre a madeira. O Grabber neste ano era feito em maple ou alder.  Em 1982 juntou-se o candy apple red e, em 1983 o modelo foi descontinuado.
         Há um registo detalhado dos exemplares feitos até 1979, tendo sido feitos 808 baixos no ano deste e um total de 6800 neste período. O Grabber passou a ser o modelo de entrada de gama da Gibson, substituindo o EBO e teve muito boas vendas. Os baixistas mais famosos que usaram este Gibson foram o Gene Simmons, dos Kiss, a Suzi Quatro e o Louis Johnson dos Brothers Johnson e que gravou também para o Michael Jackson para quem criou linhas famosas e influentes (Billy Jean, Just Can't Get Enough, etc etc).
 
      Em 2009, foi feita uma edição reissue de apenas 350 exemplares, o Grabber II.

 

TOBIAS

STANDARD 5 FRETLESS

     Isto é um "tubaias" como eles dizem. Michael Tobias  começou a marca em Abril de 1977, em Orlando. O primeiro serial era o 0178 Janeiro de 1978, a data do primeiro instrumento. Depois do nº578, voltou ao nº179. O homem mudou de terra algumas vezes. Em 1980 fechou a Guitar Shop onde fez os primeiros Tobias e foi para S.Francisco onde trabalhou na Sierra Guitars. Aí foram feitos cerca de 50 instrumentos. Em maio de 1981 mudou-se para Costa Mesa, Califórnia e depois para Holywood. Mudou-se mais umas vezes, trabalhou na reparação e foi construindo uns baixos. Em 1988 deixaram de fazer reparações e construíam os Tobias. Tinham tantas encomendas que não aceitaram mais até à NAMM Show de 1990. Perante o crescimento do negócio e a incapacidade de responder a todos os pedidos, vendeu a marca à Gibson em 1-1-90 e o primeiro serial foi 1094. Até ao número 2044, foram feitos na Califórnia com o Mike Tobias e a equipa, até 1992. A Gibson mudou-os para instalações maiores em  Burbank. A equipa chegou a ter 10 pessoas. Diz o próprio Tobias que, até ao nº 2044, apesar de pertencer à Gibson, a equipa fez os baixos da mesma maneira. Mas depois disso, a Gibson mudou a fábrica para Nashville e o Tobias começou a MTD, um ano depois, por obrigações de contrato.


Dois fretless de excepção, o Pentabuzz e o Tobias St

    Este baixo feito no início dos anos 90, no período de transição. Tem PUs e electrónica Bartolini, TCT, de 3 bandas, com o potenciómetro dos médios dentro da cavidade do preamp (como eram feitos na época).

   

     É um fretless com linhas, escala de pau ferro com acabamento sintético, como os Pedulla Pentabuzz. O corpo é ash, neckthrou, com tiras de maple e bubinga. O "Standard" foi produzido na época pré-Gibson, também conhecida por "Burbank CA era". O corpo era preparado em Nagoya, no Japão e o resto da instalação feito pelo Mike Tobias e a sua equipa na Califórnia, embora se diga que apenas o setup e inspecção final era feita pelo homem, o que, se calhar, até é verdade. A produção parou porque o câmbio do yen e o dólar deixou de justificar a produção. Os modelos deste período eram o Standard, Basic, Classic e Signature. Foram apenas feitos 400 Standard e muito poucos eram fretless. Os PUs não tinham radius, sendo planos, como alguns Tobias vintage. Um teste a este baixo saiu na BassPlayer de 1994 . Medidas nut 4,45 cm e no 24º fret, 7 cm; entre cordas, na ponte, 17,5mm.  Este baixo é o numero 111053, o que devia querer dizer: os primeiros dois dígitos são o mês, os dois seguintes o ano e os dois últimos o numero de produção. Não bate lá muito certo, mas, de qualquer forma, é de 91/92 de certeza, um dos 400 feitos.


Aqui, ao lado do primo americano Classic, do Zé Luis, de 6 cordas


    Os Standards feitos no Japão são como os velhos Tobias, nada comparáveis aos posteriores feitos na Korea e pela Gibson em Nashville. O preço em 1991 eram 2.000 dólares. As madeiras não são tão exóticas como as dos americanos, nem tinham opção de acabamentos, mas no resto é igual. Da propria voz do Mike Tobias: "Business was still very good and we were not able to make anywhere near enough basses to fill the orders. Instead of trying to jack up production, we tried to get outside vendors to build for us. We had 110 Model T basses made for us by a very fine builder in New England, and then we got the Terada factory in Nagoya, Japan to make the Standard bass for us. This was and is a great bass, but the dollar/yen ratio killed the project. There were about 400 Standards".

     Em 1983, foi dos primeiros luthiers a fazer baixos de 5 cordas.    Em 1986 Jimmy Haslip tornou-se endorser da marca e em 1987 foi feito o primeiro fretles, um Basic 5. Nesta época foram endorsers também Gary Willis, Chris Squier, Keith Jones e outros. Andrew and Freddy, músicos de gospel, contribuiram para a difusão dos Tobias no género e pelas várias igrejas.

     Em resposta ao crescimento da marca, em 1-1-1990 foi vendida à CMI, da Gibson.Neste período foi lançado um novo modelo, o Killer B, o Growler e o Standard. A equipa continuou a mesma, até que, em Abril de 1992, a Gibson mudou a empresa para Nashville, Tenessee. Passou a fazer um modelo na Coreia, conhecidos por Tobbys (deLuxe e Pro). O primeiro serial da Gibson é o 1094. As madeiras e a electrónica deixaram de ter a mesma qualidade e a marca nunca mais foi a mesma. A Gibson tem uma custom shop onde faz os velhos clássicos. Actualmente todos os Tobias são feitos nos EUA, na fábrica de Arkansas. A Gibson pagou ao Mike Tobias para lá ir uns tempos pra ensinar os gajos a fazer os baixos como antigamente.

     Mike Tobias passou a viver na zona de Woodstock e começou a sua nova marca, MTD. Muitos são feitos na Coreia segundo as suas especificações. E assim se foi a lenda.

 

 

WAL

WAL MK I  1987

     Os WAL começaram a ser feitos em 1976 pela Electric Wood Ltd, uma companhia formada por Ian Waller, um perito em electrónica e Pete Stevens, mestre luthier. A intenção era fazer um baixo que reunisse as qualidades dos Fendes e dos Gibson num instrumento. São o expoente dos fabricantes europeus. Todos os pormenores são cuidados e são dos instrumentos mais caros, feitos na Europa, com valores a começar nos 3500 euros. Mesmo usados valem por aí. Os Wal ficaram muito conhecidos pelo som fretless e muitos instrumentos eram feitos com dois braços, um deles fretless.  Muitos músicos famosos adoptaram o instrumento, como Paul McCartney, Geddy Lee, John Entwistle, Martin Kemp (Spandau Ballet), Colin Bass (Camel) e Mick Karn, baixista dos Japan, falecido em janeiro de 1011 e que, autor de excelentes linhas de fretless foi concerteza um dos baixistas mais influentes da actualidade. Em 1988, Ian Waller morreu subitamente aos 43 anos, de ataque cardíaco. O Stevens decidiu não deixar morrer a marca e assim fez, integrando o luthier Paul Herman na empresa.
    Os modelos Wal dividem-se em Mk1, 2 e 3. O Mk1 era o fabricado na época do Ian Waller. O Mk2 foi originalmente uma versão de 5 cordas com o corpo maior, passando a haver também de 4. O Mk3 é um corpo diferente, outro modelo. Algumas características dos Wal são os botões de alumínio, entrada jack e XLR para o instrumento (como os Jaydee), cravelhas Schaller, PUs Wal com polos reguláveis para cada corda, como os Smith e os G&L. As madeiras utilizadas são o maple canadiano e mogno do Brasil.
      O  Wal tem o serial W2876, fabricado em maio de 1987 e assinado pelo Waller na tampa da electrónica onde escreveu as madeiras utilizadas. Este exemplar viu manufacturado na mesma altura um suplementar braço fretless, feito propositadamente para o mesmo corpo. Uma característica muito interessante que mais nenhum fabricante adopta.

 

FODERA

EMPEROR de luxe 2005

      A Fodera também faz guitarras, mas foi com os baixos que se tornou uma marca de referencia. Foi fundada em Brooklyn em 1983 por Vinnie Fodera, luthier e Joey Lauticella, músico. O Fodera era estudante de artes e foi contratado em 1977 pelo Stuart Spector para os tarbalhos em madeira dos seus baixos no atelier de Brooklyn, Nova Iorque. Ali trabalhou 3 anos e meio e estabeleceu contactos com grandes luthiers como Ned Steinberger. O Ken Smith contratou com o Spector a manufactura de instrumentos personalizados e foi o Fodera que ficou encarregado dessa tarefa, sob a orientação do próprio Ken Smith. O Spector viu-se incapaz de corresponder a todas as encomendas e o Fodera em 1981 passou a trabalhar directamente com o Ken Smith, fazendo o Smith toda a parte electrónica e os ajustes finais de cada instrumento. Em 1982 conheceu Joey Lauricella, baixista e cliente do Smith que lhe põs a possibilidade de desenharem os seus próprios instrumentos.  Em 1983 o Fodera comprou a parte do Smith e fez o primeiro Fodera que, curiosamente era uma guitarra e não um baixo. Ainda antes de ter a sua marca, Fodera já havia desenhado o modelo Monarch, divulgado pelo Victor Wooten. Anthony Jackson que tinha trabalhado com o Ken Smith na construção de um baixo de 6 cordas, foi um dos primeiros clientes que teve o instrumento em 1984. O primeiro baixo de 5 cordas foi um Alembic custom para Jimmy Johnson, mas o segundo foi um Fodera. O modelo Emperor foi o segundo a ser construído em 1984 e é o mais vendido da marca, usado pelo Marcus Miller, Mike Pope, James Genus, etc. O Imperial é baseado no baixo do Anthony Jackson e foi divulgado por Matt Garrison e Richard Bona, entre outros.
     São dos instrumentos mais caros que há... (não falando nos Alembic de 40.000 euros, lol). Os clientes tem pelo menos 2 anos de fila de espera nas encomendas. As madeiras, dizem eles, tem pelo menos 80 anos. Nos ultimos 25 anos foram feitas menos de 3.000 Foderas, o que as torna raras. A marca Fodera é das mais prestigiadas do mundo. Mesmo a série económica NYC é bastante cara. Feitos á mão, não há dois iguais e são feitos menos de 200 exemplares por ano, cerca de uma dúzia por mes. As encomendas feitas no final de 2011 serão entregues na Primavera de 2013. Podia ser pior lol...
     Os PUs variam entre seymour Duncan e EMGs, havendo alguns Bartolini pelo caminho e o pre deste há uma décadda é feito pelo baixista e engenheiro Mike Pope, que detém a sua própria marca.
     Este baixo foi feito em 2002, tem o numero de série registado na Fodera #xxxxx, corpo maple, braço laminado maple,  um dos mais finos e melhores braços de sempre. Nas expressões deles: curly maple top, swamp ash body, Ebony fingerboard with madre of pearl dots. Day of birth 24-1-2002.

    FODERA E SMITH

    O Rainer Bastian www.mrbassman.net é mais um aficionado baixos de topo. Teve inúmeros instrumentos e trocou algumas impressões muito interessantes comigo. Os Fodera e os Smith tem  em comum uma parte da sua história. O Fodera foi empregado do Smith e com ele terá aprendido alguma coisa.  Diz então o Rainer, comparando as duas, com a sua experiencia:
"About Fodera's and Smith's:
     Smith basses have a Smith signature tone - they are very similar in their sound and the production quality is consistently VERY high. If you get a Smith (neck through of course) you will get a Smith tone - outstanding, unique, wonderful mids cutting through EVERY mix and a smooth treble bite, full of attack or growly - just as you want it.
    The Foderas I played so far told me a different story. Every Emperor Deluxe or Elite I played was .... mainstream. Outstanding and very flexible - no doubt - but no character tonewise. On the other hand I recently bought 2 Monarchs with EMGs whih are quasi "exploding" in my hands. Unbelievable ! And surprising ! As I never liked the EMG tone in other basses. This is bass heaven - played through a Epifani UL rig.
    Nevertheless: The production quality at Fodera seems to be much more towards a range between very high and .... quite poor ! I have seen noisy circuits and repairs bad done by Fodera. For every time I think about that I can't belive that Foderas are so expensive..."

 

KEN SMITH

      Os Ken Smith são um marco na história do baixo eléctrico, pela inovação e perfeição que trouxeram á industria. Todos são feitos á mão e com o setup final feito pelo próprio Ken Smith, que os assina na tampa da electrónica. As madeiras são escolidas por ele que detém o maior armazém  climatizado de madeiras para instrumentos do mundo, com cerca de 20 espécies diferentes. Dali faz os seus baixos e vende madeiras para outros fabricantes. Vale a pena consultar a página dos Smiths para ver a descrição das várias madeiras utilizadas nos intrumentos. Tem 8 a 10 anos de permanencia no armazém climatizado até serem utilizadas. As inovações dos Smith foram muitas, desde os straplocks embutidos, os circuitos impressos, o reforço de grafite nos braços, braço largo de 5 e 6 cordas e as medias 128 e 130 da corda si ou a ponte com intodução aberta das cordas. Muitas das novidades dos Smith se tornaram standards na industria. segundo eles, os Smith são o casamento dos métodos de construção dos séculos XVI a XIX e da modernidade.
    O Ken Smith é contrabaixista desde criança, e dedicou-se á construção dos instrumentos. Ainda continua a tocar em orquestras locais e grupos de jazz. Aos 17 anos foi escolhido para o grupo de Horace Silver em 1969 mas, por causa da idade não podia permanecer nos bares nocturnos e foi substituido pelo Stanley Clarke, mais velho um ano. Tocou com vários músicos incluindo o Sinatra, Ginger Rogers e a Shirley Bassey. Ken conheceu Carl Thomson, um luthier conhecido que vivia no mesmo prédio e estabeleceu uma amizade que o influenciou a fazer os seus próprios instrumentos. Como começou a ter pedidos, contratou com a Spector o fabrico dos mesmos, sob o seu desenho. A Spector encomendou por sua vez o fabrico dos mesmo ao Vinnie Fodera. Em 1980 o Smith fez a sua própria oficina que venderia em 1984 ao Fodera. A partir de 1985 os Smith foram feitos num atelier em Pensilvãnia, que o Smith viria a comprar em 1995, encarregando-se a partir daí da totalidade do processo.
    Em 1981 fez o Smith de 6 cordas em colaboração com o Anthony Jackson (que depois se passou para o Fodera). Inspirado também pelo seu contrabaixo italiano do século XVIII, o Ken Smith aprumou-se na construção do baixo eléctrico. A construção do baixo perfeito era um gosto pessoal e não um objectivo de negócio. Tornou-se num negócio muito lentamente, segundo o próprio Ken.
    Os BT começaram a ser feitos em 1981 com 4 botões e alguns switches. Em 1986 os graves/agudos ficaram juntos num botão concentrico que o Smith vendeu também para a Fender e outras marcas. Em 1993 estes botões ficaram separados de novo e foi acrescentado mais um para os médios, ficando 5 botões. Os PUs demoraram 3 anos a ser realizados pelo Ken. Em 1981 com os BT apareceram os primeiros soapbars. Os primeiros 20 PUs foram feitos pelo Bill Lawrence com cobertura de madeira. Nos seguintes o Bill põs revestimento de plástico, pormenor que o Ken não esperava, mas assim ficaram até hoje. A primeira chafarrica do Smith foi em Broklin em 1980, perto da casa dos pais do Vinnie Fodera. Ken Smith já o conhecia desde 1978 da escola. Conheceu por essa altura também o Joey Lauricella que era um músico numa banda de casamentos e afins, o que não era considerado um meio profissional. O Lauricella nunca trabalhou com o Smith. Era apenas um cliente que lhe comprou meia dúzia de baixos e lhe levou alguns clientes. O Smith faz questão de referir que o Fodera era um seu empregado (primeiro á peça e depois a salário) e que nunca fez um baixo Smith, "apenas trabalhou neles". O Smith diz que foi só trabalho de madeira. Todos os baixos foram completados pelo próprio Smith com instalação de electrónica e demais peças. Ali começaram a trabalhar os dois e o Ken Smith fez na Spector alguns baixos, trabalhando aí o Fodera que era na altura estudante de artes - (ver atrás a história na secção da Fodera Emperor). O que é certo é que o Smith, empenhado mais como músico no trabalho de estúdio, vendeu o atelier ao Fodera com todas as ferramentas e madeiras. Nesta fase inicial foram feitos 200 baixos e o numero actual vai pelos 5700.  Em 1993 foi desenhado o modelo BMT. O braço destes tem 7 laminados e foram armazenados e secos durante vários anos antes de ser utilizados num novo baixo. Foram construídos durante 5 anos cerca de 140 baixos. Depois veio o BSR que é uma mistura do BT e do BMT. Tudo começou porque, tendo um contrabaixo excelente, com 300 anos, o Ken Smith propõs-se conseguir um baixo eléctrico que se lhe igualasse. Como ele diz, "o resto é história". Stanley Clarke, John Patittucci, Anthony Jackson, Chuck Rainey, Melvin Davis, Hadrien Feraud, Marcus Miller, Gary Grainger e outros, tem um Ken Smith.
    Os Smith, a par com os Alembic e os Tobias (entretanto vendida á Gibson), foram pioneiros baixos artesanais de alta qualidade e elevado preço. Foram fundamentais no desenvolvimento do instrumento.

BT 5 (Acacia Koa) 1990

    Este BT Custom 5 é de 1991, serial xxxxx, o clássico de 3 botões, com cabeça grande, preta, muito procurado pelo som cristalino que tem. O pré é de 2 bandas, 9 volts.  Este é o topo de gama da época, feito em acácia koa, em extinção, pelo que foi descontinuada a sua utilização. Veio da Alemanha, do fanático dos Smiths, Rainer Bastian que o vendeu com pena, já que tendo muitos Smiths teve muito com que comparar. "Be shure that this is a top Smith 5 - as you can see in my website, I own and owned a lot so I had a lot to compare! The bass is perfectly set up with Smith TCRM-ML strings, very low action and a joy to play. The truss road needs no attention since 7 years. The bass was originally delivered 1990 from Ken Smith to the shop Uli's Musik in Leverkusen (witch doesn't exist anymore). From there it has been sold to a player in Bremen. I am the second owner and bought it in 2002. It was the origin of my deep love for Smith basses".

   O pré de 3 botões é o mesmo dos baixos de 4, que usava o Patitucci, com a diferença que um dos botões é concentrico. Comparando o pré de 3 botões com o de 5 (concentrico separados mais um), diz o Rainer:

    "I found out that between the old two band EQ and the NEW 18V 3 band EQ (with the frequency selector DIP switches inside) the tone lost more and more of its 'freshness'. In the end I sold the Walnut BMT 5 where I installed the new preamp, because I liked the BT5 tone better. Though we are talking about very subtle differences - there is a good reason why several US players look at BT5 basses with the 3 knob layout explicitly for their organic tone.
    And much more important: This BT5 has the fastest neck of all of the Smiths I ever owned - and I owned a lot. Try it to believe it. The thin neck layout is not produced by Ken anymore
. I' am sure that you will love this bass like me - if you like the Smith tone at all. I keep the 25th Anniversary only for it's rarity and beauty, and the BMT5 for it's better balance when hanging on the strap. Tonewise this BT5 is absolutely world-class".


BT 4 1987

     O BT4 veio depois, modelo igual, mais antiga, de 1987. Feita também em Koa. A tampa do truss road tem o "Smith" em madre pérola, pequena, leve, parece um brinquedo, mas é uma obra de arte. Serial 87336, assinada pelo Ken em 31 de Agosto. Os pots fazem lembrar os Alembic.

  BT 5M quilted maple 1995

      Este baixo é de quilted maple, feito em 1995, serial 5MQ128495. O próprio Ken me enviou as informações: é uma edição limitada feita durante um ano e pouco. A escala é em bubinga, sem pontos. Alguns anos depois fizeram uma edição bolt-on deste modelo. O "MQ" do serial é de Quilted Maple de que é feito o corpo. O efeito da madeira é próprio das raízes das árvores.  Vem com o preamp novo na época, com switches series/parallel. A propósito dos prés, faz o Rainer estas considerações, comparando-o com o BT5 anterior:
     
"About the 2 band and the 3 band preamps: Of course the 3-band EQ provides more flexibility in tone shaping due to the mid boost/cut, and the serial switch adds an interesting option too. But from my point of view I never missed them on the BT5 - and I played this bass both on stage and in studio. To be honest I am barely using any EQ shapings. I ever found that a good bass loses evenness and balance in it's tone when using the EQ. I also found the serial option too muddy and mid-oriented - but of course this is dependant from the personal taste.
     Furthermore - I found out that between the old two band EQ and the NEW 18V 3 band EQ (with the frequency selector DIP switches inside) the tone lost more and more of its 'freshness'. In the end I sold the Walnut BMT 5 where I installed the new preamp, because I liked the BT5 tone better. Though we are talking about very subtle differences - there is a good reason why several US players look at BT5 basses with the 3 knob layout explicitly for their organic tone.

  

BSR 5GN 2008

     Os Smiths são viciantes... faltava um Smith dos novos, com o novo pré com switchs interiores para regulação da tonalidade. Este é o BSR 5GN Tiger Maple, serial 5GN5655W08, topo de nogueira, flame maple, escala em ébano macassar. Veio da Martinica. Comprei-o ao Remi Rascar, um bacano frances que frequentemente tem gigs nas Antilhas e lá comprou o Smith que depois viajou para Portugal. O BSR tem um formato de corpo diferente do BT, o primeiro e mais conhecido modelo. Foi introduzido em 1993. Para além destes saíram o BMT e o CR, modelo bolt-on.


O Smith BSR 5GN a dar uma volta com o nosso amigo César Maranhão e a banda Zapping

BSR 4GN (walnut/tiger maple) 2008

     Finalmente um Smith de 4 cordas, dificílimos de encontrar, com o serial 4GN5630W08, acabado em 12-3-2008. Modelo com o novo pre, tal como o de 5 cordas anterior e com as mesmas espeficicações. Os Smith são extremamente bem construídos, peças únicas, com um som único muito orgãnico e com uma voz muito própria. Provavelmente são os melhores baixos do Mundo.

JERZY DROZD

SOUL IV Custom

      O baixo eléctrico é um instrumento recente (1950). Por isso, tivémos na nossa geração, oportunidade de assistir à evolução do instrumento. Se nas guitarras tudo continua mais ou menos na mesma, nos baixos já não foi assim. Desde o primeiro Precision Bass, assistimos a muitas inovações nos anos 80 (que podemos verificar nos baixos destas páginas), e nos anos 90/2000 deu-se uma espécie de nova revolução no baixo eléctrico com o aparecimento de uma série de novos luthiers que fazem instrumentos muito interessantes e diferentes. Estas mudanças, curiosamente, são mais ou menos paralelas à evolução do instrumento em termos de técnicas de execução. Se, nos anos 70/80, o baixo ganhou protagonismo com disco-sound e o jazz de fusão (ou jazz rock, se quiserem), nos anos 90/2000 deu-se um novo salto com o aparecimento de novas técnicas e abordagens do instrumento.
       Os Fenders podem ser a base de tudo, e foram os mais gravados, os mais copiados, os mais comprados, mas, quem fica agarrado só aos Fenders, perde mesmo muito. Os Fenders não são tudo.
       Assim, para além dos Fenders e dos baixos de luthiers que se tornaram grandes marcas há, então, esta nova vaga dos novos construtores, que tenho tido oportunidade de apreciar na Musicmess e nas mãos de alguns amigos. Estes novos baixos são impressionantes sobretudo pela busca de novos designs, mas não só. A participação no NAMM Show em Anaheim, Califórnia, que se realiza em Janeiro, tem dado visibilidade mundial aos novos luthiers que vêm os seus baixos adoptados pelos baixistas de topo. Desta nova vaga  São os Ritter (Alemanha), os Mayones, (Polónia, importados pelos nossos amigos da Casa Abreu, de Tentúgal, aqui ao lado), os Marleaux (Alemanha), Ken Lawrence, (EUA), Leduc (França), uns quantos outros e Jerzy Drozd, The Bass Art Company, de Barcelona, que tem um dos sites mais interessantes www.jerzydrozdbasses.com.  O Jerzy Drozd Barcelona Custom ganhou precisamente  a categoria de baixos, no NAMM Show de 2011.

       Este é um Soul IV, novíssimo, serial # 53511, de 4 cordas, feito em 2011. O corpo em freixo, braço maple, PUs single coil Jerzy Drozd JeDXS com preamp Aguilar OBP-3, com volume, balanço, Eq de 3 bandas e opção passivo, com switchs para activo/passivo e frequências de médios. A construção é irrepreensível. Este exemplar tem acabamentos simples, sem recurso a madeiras exóticas, com a particularidade de os botões e os PUs serem acabados a madeira. Alguns modelos mais cuidados são verdadeiras peças de arte. É levíssimo, com 3,150 Kg, o que o faz muito confortável. Vê-se a influência dos Warwick (ou Spector), no formato do corpo, assim como dos Tobias, na cabeça e no reforço do braço junto à cabeça. Também a bridge é de 2 peças como os Warwick (ou Alembic, se quiserem).  O som é forte sem que os médios sejam muito pronunciados, à maneira dos MusicMan, Yamaha TRB (dos anos 90) e dos Tobias.
      A encomenda de um baixo ao Jerzy demora de 6 a 8 meses. Podemos dizer que estes novos luthiers abrem novos caminhos para o baixo eléctrico, o que é admirável, numa altura em que parece que tudo já está inventado.

SCHACK

CARBON IV

      Andy Schack é um luthier alemão que fez alguns dos mais interessantes e inovadores baixos europeus. O início foi em 1982, mas o homem já não faz baixos como antigamente e ainda continua no negócio, mas com pouca actividade, uma vez que se dedica a uma nova área que nada tem a ver: mecanismos para lagos domésticos de peixes - Koi phish (serão carpas? Que raio... é mesmo intrigante, deixar os baixos para se dedicar a maquinarias de lagos de peixes, www.koi-andreas.de , do Andreas Schack, (telefone 06185-1744), fazendo jus à afirmação de que "há músicos que mais se deviam dedicar  era à pesca".
     Mas, voltando aos baixos, o site está apenas em alemão www.schack-guitars.de e os modelos usam também braço normal de madeira. É uma pequena industria familiar onde o pai, a mãe Eva e o filho Nico dão o seu contributo. O nome Schack é um nome respeitado. Inicialmente trabalhava associado com o luthier Wolfgang Staub. A série Carbon utilizava grafite e havia modelos neckthrou que, não tendo truss road deram alguns problemas. O Carbon é um instrumento realmente diferente. O sistema leva cordas double-end, baseado no Steinberger, com um sustain infindável. A afinação e na bridge, com duas peças como os Alembic e os Warwick (que copiaram da Alembic). O pré, construído pelo Schack é único, com pormenores que só encontramos nos Smiths recentes. Cada potenciómetro de cada frequência, tem um equalizador e já na época (anos 80) alimentava-se de 18 volts. Os PUs são Basstech, feitos pelo Schack e alguns modelos levaram Bartolinis. A electrónica tem reputação de ser das melhores que se fizeram para baixos eléctricos. Só assim se percebe que um pequeno luthier tenha ficado conhecido em todo o Mundo.

 

     Contribuiram para isso o fantástico Kai Eckhardt, baixista do John McLaughlin e o Jonas Helborg que recebeu de prenda um baixo de 10 cordas, construído para comemorar o 10º aniversário dos Schacks. Num artigo da Bass Player de Maio de 1993 está uma foto do bicho de 10 cordas, um carbon B2, afinado EADGCEBEF#B. O Jonas Helborg tinha na altura 26 anos, já tocava descalço, só com as meias enfiadas e era um moço sueco a dar os primeiros passos com as estrelas na Mahavishnu Orchestra. Já vi pessoalmente que o Helbourg, como artista da Warwick é um habituée na Feira de Frankfurt. Já há 20 anos ele por lá andava e foi lá que ele viu o Schack de 10 cordas, um instrumento espantoso cuja corda E é uma 8ª abaixo e, diz ele, vai tão baixo como o E dum Bösendorfer de cauda (!), com muita limpeza. O Andy Schack, volvidos estes anos, está muito interessado em comprar o mostrengo de 10 cordas, que não se sabe onde pára actualmente... Ou não sabia... enquanto escrevia isto, encontrei à venda o exemplar que não resisto a deixar aqui, este e o seguinte os únicos baixos aqui reproduzidos que não passaram lá em casa (e que não vão passar!). Parece que este é o segundo dos dois que foram construídos, este de 1996, à venda por 2.500 libras pelo proprietário inglês que o encomendou.

O Schack não se ficou por este estranho exemplar, mas também...


      Livra! Mas o meu é mesmo este pequeno Schack Carbon B2, é nº 541, um 4 cordas com braço de carbono e corpo em bubinga. PUs Basstech JB40s single coils, pre Schack BC3P. Curiosamente o formato do corpo é muito semelhante aos mais recentes também alemães, Marleaux. Um instrumento diferente, com os graves gordos e um médio "lata" da grafite, que lhe dão um som único.

  

    
      


1
FENDER
MUSICMAN
YAMAHA
KRAMER
JAYDEE
G&L

2
BASS COLLECTION
IBANEZ
RICKENBACKER
ZON
STATUS
PEDULLA
ALEMBIC

3
PEAVEY
WARWICK
KUBICKI
ARIA PRO II

4
GIBSON
TOBIAS
WAL
FODERA
KEN SMITH
JERZY DROZD
SCHACK

5
ENCONTROS
6
FX, AMPS E COLUNAS

 

 

FX, AMPS & COLUNAS

Neste página:

Furacão combo 150, Farfisa B200, Peavey TNT130 BW, Trace Elliot AH200 GP12, Roland Cube 60  1985, Roland SIP-301 preamp, Alembic F1-X preamp, Crown PowerTech 1, DBX 160A, SWR Goliath Jr III, SWR Goliath III, SWR SM-400, Mesa Boogie Walkabout, Mark Bass NY 604, Mark Bass 112, Mark Bass 410, Epifani UL210, Epifani Performance 400, Epifani UL410, Phil Jones Flightcase BG150, SWR Headlite, Genz Benz Shuttle 6, Genz Benz Shuttle 9, Ibanez Promethean, AccuGroove 210, Walter Woods Electroacoustic Blue Lite,  TC Electronic RH750, TC Electronic RS112, Avalon U5, Mike Pope MPP-2, Alembic SF-2, Crown MacroTech 2100, AER Amp One custom, Ampeg SVP Pro, Ampeg SVT III Pro, Eden World Tour Road Runner WT-600, Eden D12XLT, Eden210XST, Eden Traveler WT-550, REDDI A Designs, SWR Grand Prix, EPIFANI UL502

 

         Para além dos instrumentos, há a questão da amplificação. A difusão de frequências muito graves implica aparelhos com características diferentes dos amplificadores normais. Para além de altifalantes mais fortes, as caixas das colunas têm também aberturas (reflex) para garantir maior difusão de graves, que normalmente andam pelos 40 Hz ou menos.
     Quando a Fender produziu o primeiro baixo em sério, o P Bass, inventou também o primeiro amplificador feito em série, o Fender Bassman, em 1952. Mandava 50 watts a válvulas e um altifalante de 15''. Em 1954 foi redesenhado passando a ter 4 x 10''. Pois... não foi a SWR como dizem. Em 1958 saiu o clássico com o circuito 5F6A que foi copiado por inúmeros fabricantes.
     A Ampeg Bassamp Company foi fundada em 1949 e durante os anos 50 e 60 viu os seus amps serem usados por inúmeros baixistas.  O primeiro Ampeg foi o Super 800, de 18 watts com um 12'' e uma porta reflex atrás. Em 1951 saiu uma versão de 20 watts com um 15''. O John Entwistle dos The Who foi o primeiro baixista a usar dois stacks ao mesmo tempo, um ao lado do outro, amps de 200w, tendo sido seguido por muitos músicos da época. O combo B15 é o grande clássico da marca.      

 

    Nos anos 70 não havia muitas marcas de amplificadores para baixo. Usava-se também a amplificação dos teclados como os Farfisa. Destes tenho um lá em casa, dado pelo meu amigo Berito, que pesa 40 Kg.... imagine-se o peso do stack ao lado! É um Farfisa B 200 Mod 311230, de 2 canais (afinal a ideia já é antiga). 200w de amplificador e duas colunas monstruosas de 4 x 12'' de 100w cada uma... Made in Italy, com 4 valvulões. O som é realmente bom, tirando um ruído da velhice. Estes amps foram fabricados entre 1970 e 1978. De itália vinham muitas organetas importantes para a música e também os amps de baixo Davoli. À parte disto, pouco mais havia. Talvez uns Roland no início dos anos 80 e os Peavey.
         A amplificação de baixo, durante muitos anos, não tinha tweeter. A discussão decorria entre as válvulas e os transistores.

       Em 1960 o modelo Super Beatle da Vox e mais no final da década o Acustic 260, tal como o Kustom de 1971 já tinham tweeters. Contudo, só no início dos anos 90 os tweeters se tornaram comuns no baixo.
      O meu primeiro amp de baixo foi um combo (ao lado), quase como todos os do início dos anos 80, de 15'' e 150w da Furacão. Esta era uma empresa de Coimbra em grande ascensão com PAs profissionais que adaptava os amps também a instrumentos. O combo furacão acompanhou-me algum tempo até ser substituído por um Peavey. Antes, porém, ainda desmanchei o combo e separei o amp da coluna para me livrar da vibração irritante da caixa original.  O meu sonho era mesmo uma cabeça e coluna separadas... e na banda seguinte (o Peavey já tinha marchado), lá estava à minha espera à disposição para eu tocar. Era também um Furacão... "O meu sonho tornou-se no meu pesadelo", lol.    

    A Peavey foi fundada em 1965 pelo Hartley Peavey, que fez o primeiro amplificador em 1957. Actualmente é uma grande companhia privada, dona também da Crest Audio e da Trace Elliot.  O série TNT , de baixo, foi comercializada em finais dos anos 70 com um combo de 45 w e um alti de 15''.

 

 

 

As colunas, com altifalantes Celestion,  tinham duas portas reflex circulares, à frente e, curiosamente vinham com umas tampas de plástico, para alterar o som.  Na altura, as duas grandes marcas modernas de amps para baixo eram a Trace Elliot e a SWR. A velha guarda eram a Peavey e a Ampeg.

   
  Os combos mais potentes, o TNT 130 foram comercializados primeiro como de 150 a 200w, com altifalantes Scorpion ou, no caso do meu, Black Widow (BW) de 15'' e cone metálico. Fui buscá-lo ao Porto e custou 110 contos (550 euros). É um bocado pesado e ainda se encontram no mercado de usados por cerca de 200 euros.


    Por volta de 1990, uma cabeça Trace Elliot AH200 com o EQ GP12. Era do nosso amigo Américo da Music Hall. Durante uns anos rodou pelos bailaricos com um monitor Furacão com um alti Beyma coaxial. Um destes altifalantes com o respectivo crossover poria, com excelente resultado, no meu próximo mini-combo, Roland Cube 60, de meados dos anos 80 que ainda está e estará lá por casa.
    A Soundwave era uma pequena empresa que fazia em 1979 amplificadores de PA em Romford, Essex, Inglaterra. Alguns baixistas da zona começaram a usar os amplificadores para o baixo. Era comum os baixistas adaptarem amps de guitarra para o efeito. Vendo  a lacuna existente, a empresa começou a fazer amps de baixo com o nome Trace Elliot. Fez a primeira coluna de 4 x 10'' específica para baixo, que se tornou num standard. Em 1985 mudaram-se para Witham para instalações maiores. Em 1989 sairam os amps acusticos e mudaram-se novamente para Maldon, até que em 1992 a Kaman, que eram os distribuidores nos EUA compraram a empresa. Em 1997 três directores compraram a empresa e divulgaram-na mais pela América, vendendo-a no ano seguinte à Gibson. Em 2002 a Gibson fechou a fábrica que, em 2005 foi comprada pela Peavey que hoje detém a marca Trace Elliot. A Peavey manteve a sede em Essex e escritórios em Chelmsford, Inglaterra e repescou muitos trabalhadores da Trace, dos últimos 20 anos. Uma história cheia de episódios.
    

 

 


A Roland foi fundada em Abril de 1972 em Osaka (mudou-se depois para Hamamatsu), Japão, pelo Ikutaro Kakehashi. Em 1960 havia fundado a Ace Electronic Industries que fabricava amplificadores de órgão, de guitarra e pedais de FX e tinha um contrato com a Hammond para lhes fazer as caixas de ritmos para os órgãos. Em 1973 o Kakehashi deixou a companhia para se dedicar à Roland e ao primeiro sintetizador vendido comercialmente, o SH-1000. A partir daí a Roland foi pioneira em muitas novidades, tornando-se uma marca de topo na investigação e desenvolvimento tecnológico ligado à música, nos synths, caixas de ritmos, groovebox, pelo seu nome ou pelo nome Boss e, na parte que nos toca, nos baixos, desenvolveu a tecnologia midi ligada ao baixo e às guitarras, aos efeitos e criou uma linha de combos de guitarra e baixo grande qualidade, alguns deles foram marcantes e ainda são uma referência como o Jazz Chorus (guitarra) ou a série "Cube" (baixo). Este, ainda hoje está lá por casa e são encontrados no mercado de usados ocasionalmente. Tem um som cristalino, muito bom. Pesa 18 Kg, o que comparando com os combos actuais é uma enormidade. Depois de levar com um ElectroVoice EV-12, tá customizado com um Beyma coaxial e respectivo crossover. O tweeter fazia falta. (Antes, estes 60w chegavam... o que terá mudado?)

 

A qualidade de som deste combo, despertou a curiosidade sobre o que a Roland fazia na época a nível mais profissional. No início dos anos 80 a Roland produziu aparelhos que ficaram verdadeiros clássicos das racks, chorus, flanger, delay e prés de guitarra e baixo. O pré de baixo SIP-301, é um pré analógico que pode ser usado como DI box ou como processador para juntar som analógico. Durante um tempo alternou com o Alembic F1-X na rack. Nesta página está tudo sobre o velho Roland: http://www.joness.com/gr300/SIP-301.htm

 

 

 

 

      

     Em  Fevereiro de 1995, a BassPlayer, www.bassplayer.com publicou um teste a preamps que aqui fica para consulta. Ainda hoje não é comum os baixistas por cá usarem pre e power separados. Mas lá fora e, particularmente nos Estados Unidos, muitos baixistas profissionais é assim que tocam. O teste da BassPlayer não podia ter sido mais oportuno. O Alembic F1-X, o Ampeg SVP pro e o Demeter VTB-201 ganharam o teste, o Alembic com nota máxima.
     A escolha do Alembic não foi a primeira. Antes correram em teste um Trace Elliot GP11, o Tech 21 Sansamp PSA-1, um interessante pré para baixo e guitarra com memórias programáveis e distorção, o SWR Interstellar Overdrive, um pre de baixo usado também por guitarristas fabricado entre 1993 e 1999, o SWR Grand Prix que ficou um clássico da marca, fabricado entre 1991 e 2001 e mais um BBE, o clássico Roland SIP-301 e uma ou outra coisa de há quase vinte anos atrás. Mas há coisas que se compram e ficam. E assim foi com o F1-X que continua a bulir actualmente, emparelhado com um Crown Powertech 1 (575w bridged mono a 8 Ohm).


 

    Alembic é uma empresa familiar nascida em 1969 criada por Ron e Susan Wickersham. Era uma empresa de consultoria junto de vários artistas como Crosby,Stills & Nash, Greatfull Dead, Jefferson Airplane. Ric Turner, colunista da Bass Player juntou-se ao Ron e criaram a electrónica.  
    Robert Thomas, em 1969 desenhou o logotipo da marca. A núvem representa o Universo, o dragão em círculo representa a sabedoria e o infinito, a mão representa a bondade, o prisma (fundo do círculo) representa o foco, os raios representam a energia e o alambique a pureza e o objectivo. Isto é, a bondade usa tudo o que há no Universo e numa busca infinita do saber, centra a energia no alambique resultado na maior pureza... lol  o que eles querem dizer com isto é que a Alembic usa todos os materiais e na busca da aprendizagem, focam o seu esforço na fábrica para fazerem os melhores instrumentos que há. Amén.

     O F1-X foi construído  no início dos anos 70, baseado no Fender Bassman, pensado inicialmente para baixo ou para teclados. O som é puro, cristalino. Algumas pessoas queixam-se de falta de médios, o que nem sempre facilita furar na mistura de uma banda rock. Todavia, o F1-X é manufacturado exactamente da mesma maneira desde essa altura, assim como a versão stereo F2-B, usada pelo David Guilmoure e o SF-2, um filtro, equalizador capaz das frequências mais díspares que nenhum outro aparelho do mercado consegue atingir.
O casamento do Alembic F1-X com o Crown Powertech tem resultado perfeito ao longo de muitos anos. Outros aparelhos vão passando pela rack, como o clássico dbx 160A, mas o coração  foi sempre o mesmo.
     O output do F1-X revela-se demasiado alto, até na DI, em várias situações, pelo que a Alembic anunciou uma pequena alteração para os interessados que consiste na substituição de uma resistência. Em baixo as indicações retiradas do forum do Alembic Club.

 

Aqui o esquema do F2-B, versão de dois canais do F1-X:

 

        O F1-X, 40 anos depois de ser inventado, continua a ser um preamp impressionante em qualquer rack. Mesmo o Mike Pope, com caracteristicas diferentes e sendo um "state of art", não lhe tira o lugar. Um baixista no Basschat escreveu assim: "The ultimate "warm" for me is the Alembic preamp (...) The downsize it's a 1U 19'' case, but the tone is worth the hassle. Plug into the effects return/preamp in of any small head or combo...and you'll never use the internal preamp again. Not just warm... toasty warm, with butter."     Melhor do que um Alembic, são 2 Alembics. Por isso, surgindo a oportunidade de ter um SF-2, ei-lo. 

           O SF-2, "super-filtro", é um aparelho estranho. Só depois de bem testado e de se conhecer bem, se chega à conclusão que não se pode viver sem ele (ou talvez sim lol). A qualidade do F1-X é potenciada  e podem tirar-se do SF-2 sons que só mesmo ouvindo. O SF-2 dá força e timbre ao som, reforça as frequências e soma ao F1-X o que às vezes lhe parece faltar.  Dizem eles e é verdade, que "pode ser usado como preamp ou como processador do sinal permitindo um controlo incrível e detalhado do sinal e do balanço entre o sinal processado e o sinal original. Não há outro preamp, equalizador, paramétrico, filtro ou unidade em lado nenhum, de nenhum fabricante que molde o som como o SF-2". O manual dá uma grande ajuda:   Alembic's SF-2 manual

      Depois de compreendido, o SF-2 torna-se mais simples de operar e o resultado é diferente de tudo. Basicamente tem 2 bandas de equalização entre os 40 htz e os 6 k. Pode-se seleccionar high pass, band pass ou low pass em cada filtro, ajustar a quantidade de boost, a frequência e a resonância dos picos (damping ratio). Conclui-se com o ajuste do volume do sinal processado e do sinal limpo, para se obter o resultado perfeito. Pode ser usado em stereo com os dois filtros independentes, mas se usado em mono, um terceiro filtro mistura os dois canais permitindo a conjugação de ambos. Pode ser usado também como preamp independente, tendo um som muito transparente como um F1-X sem válvula, embora seja pensado para estar num loop. No fundo, o SF-2 é baseado no preamp dos baixos Alembic Serie II que custam à volta dos 15.000 euros...

 

 

POWER-TECH 1

    A Crown é uma marca da Harman International. Começou em 1947. O dono era o Clarence Moore e a mulher Ruby. Pimeiro chamava-se International Radio and Electronics Corp. Fabricava gravadores de bobinas usados pelos missionários pelo Mundo fora. Em 1960 mudou o nome para Crown International. Em 1971 um incêndio destruiu 60% da fábrica, mas em 6 semanas foi tudo reconstruído. Em março de 2000, a Harman, (dona também da AKG, da Lexicon, JBL, Dbx, Soundcraft), comprou a Crown. O primeiro amplificador  era a válvulas e é de 1959. Em 1964 o primeiro amplificador de transistores, o SA 20-20. Em 1967 a Crown inventou o primeiro amplificador de circuito AB+B de 150w por canal a 8 Ohm, o DC300. Este amplificador fez a Crown liderar o mercado no mundo inteiro e, 40 anos depois, em 2007, viu-lhe atribuído o TEC Award na Audio Engineering Society's Convention em Nova Iorque, um clássico que definiu uma nova era nos amplificadores de potência. Em 1971 a Crown inventou o grounded bridge, que permitiu aumentar a potência sem aumentar o tamanho e com menos distorção e aquecimento. Em 1974 foi-lhe atribuída a respectiva patente. Em 1984 o Microtech M-1000 foi um marco e depois em 1992, o MA-5000VZ estabeleceu um novo standard nos amps de grande potência.
   Os Crown e os Crest Audio são as opções mais comuns dos baixistas nos Estados Unidos. A série Power-tech e Macro-tech é usada por muitos baixistas profissionais, dadas as características de som dos amps, muito natural e quente.

POWER-TECH 3

      A série Power-Tech foi lançada em 1995. O circuito é o mesmo dos lendários Macro Tech, mas têm apenas um transformador. O PT 3 dá 540w por canal a 8 Ohm e 760w a 4 Ohm, bridged mono 1525w a 8 Ohm e 1090w a 16 Ohm.

 

 
MACRO-TECH 2400

Na escalada imparável do volume, o Macro-Tech 2400 apareceu por cá :)... é um amplificador profissional de grande potência, um standard da marca, tocando a qualquer impedância:
8 Ohm stereo - 520w por canal
4 Ohm stereo - 800w por canal
2 Ohm stereo - 1050w por canal
8 Ohm bridge mono -1585w
4 Ohm bridge mono - 2070w
2 Ohm Paralelo mono - 1605w
1 Ohm paralelo mono - 2080w
O Macro-Tech 2400 tem quase 30 Kg de peso profissional, lol...

     

 

 

 

    dbx 160A

     O QUE É UM COMPRESSOR? Basicamente é um controlador automático do volume: reage aos picos do som e baixa o volume um pouco, de forma ao sinal soar sempre nivelado. O importante é um compressor comprimir o som, mas não demasiado, sem tirar a naturalidade do som. Os músicos podem tirar partido de alguns efeitos secundários dos compressores como dar mais punchy, engrossar o som ou dar mais sustain. (O sustain implica mais ruído). Cada um dos objectivos podem ter custos e portanto é necessário experimentar e saber se se quer um compressor com muitas funcionalidades, válbulas, etc ou, para a rack normal e prática um compressor mais simples e eficaz será ou não o ideal.

    UM COMPRESSOR É MESMO NECESSÁRIO? Pode ser ou não. Há músicos que não tocam a níveis que possam exigir um compressor, outros cuja característica do amplificador dispensa o compressor (alguns os amps também comprimem o som). Mas poder limitar os picos de forma a proteger os altifalantes, nivelar alguma divergência de som entre as cordas, aumentar o sustain ou  ou dar mais ataque ao som tornando-o mais gordo ou poderoso, são vantagens para quem as pretende. Mas um compressor mal usado pode arruinar o som. Por isso é bom compreender o compressor antes de o usar. Depois disso, na nossa área da música ao vivo, torna-se imprescindível certamente.
    Vale a pena ficarmos a saber umas coisas acerca do dbx, já que para o baixo o compressor é uma peça fundamental. David Blackmer, da DBX, inventou os compressores em 1970. Trabalhando com várias companhias como a Panasonic ou a Sanyo ou a Dolby, foram desenvolvidos vários tipos de compressores para usar inicialmente nas gravações e nos auto-rádios. Mas não obteve grande sucesso no material de consumo, já que havia algumas incompatibilidades com aparelhos que não usavam o sistema. Então abriram-se outras possibilidades e a Tascam passou a usar o dbx no Portastudio, um standard da gravação portátil, antes de aparecer o digital muito mais tarde. A diferença do dbx do Dolby, é que este último sistema requeria calibragem das cabeças de leitura para tocar optimizado. Uma gravação feita com dbx era praticamente inaudível num sistema que não funcionasse com dbx. Foi também utilizado nas gravações de LPs entre 1973 até 1982. 1100 albuns foram gravados com o sistema. Estes não apresentavam picos e estalos e foram feitos a partir dos masters originais e comercializados mais caros como edições especiais. A invenção expandiu-se à televisão e ao cinema.
     Na música, os aparelhos de rack dirigiram-se essencialmente ao mercado profissional. O compressor dbx 160A é um standard da indústria, um dos aparelhos mais usados nos PAs. É um compressor mono, com um noise level muito reduzido, a compressão é  suave e sem alterações de timbre, reage muito rapidamente, muito indicado para os músicos que tocam ao vivo. Algumas opiniões consideram o modelo mais antigo o 160XT com melhor som.
       Percebendo os nomes e os aparelhos: o primeiro modelo foi o 160 (sem sufixo), com frente em madeira e um VU. O 161 é igual, mas com jacks RCAs balanceados. O 118 é igual ao 161 mas sem o VU. O 117 e o 119 são outras variações não balanceadas, menos populares. O 162 é a versão stereo do 160.  e o 165 tinha mais controles da compressão. O 160 tinha transistores instalados à mão e soldadoras manuais ponto a ponto... Foi substituído pelo 160X que passou a utilizar chips e circuito impresso. Na versão seguinte, 160XT, utilizaram XLR e 1/4 Jacks. Nessa ocasião mudaram e expandiram a produção do Massachussetts para a Califórnia, Utah, Japão, China e Corea e os aparelhos deixaram de ser feitos à mão e passaram a ser feitos por robots em linha de montagem e passaram a utilizar componentes miniaturizados. Nesta altura nasceu o 160A. O 163 era uma versão mais barata do que o 160X embora tivesse transistores instalados à mão como o 160. Quando passaram para chips, chamaram-lhe 163A e 163X quando passaram a usar componentes miniaturizados. O 166 é uma versão stereo do 163A com mais controles e funcionalidades. Passou a chamar-se 166A e depois 166XL. Mais tarde saiu a versão 266A, versão mais barata do 166A, depois renomeada 266XL. O 1066 foi uma versão melhorada do 166XL. Aparecem outras designações das quais já nem eles sabem do que se trata. A nós basta fixarmos o 160, o 160A ou o 160X ou 160XT que são as versões que são standards para os músicos, particularmente para os baixistas.
    O dbx 160A  tem detecção real de RMS, mantendo o som natural desde a compressão suave ao extremo do limitador. Ratio baixo e "overeasy" são indicados para compressão mais suave; compressão "hard knee" e Ratio  :1 e acima de 60 db para resultado mais drástico "à prova de bomba", dizem eles, contra distorção nas gravações digitais, nos PAs e emissões de rádio.
 

    Os controles da generalidade dos compressores, assim como do 160A são:
Input Level - determina a quantidade de sinal que o compressor vai ouvir e sobre o qual vai agir;
Threshold - é o nivel de volume que o sinal tem que ter antes de o compressor reagir sobre ele. Isto é importante porque podemos não querer que todo o sinal seja comprimido;  subir o Input Level dá o mesmo resultado que descer o Threshold.
Ratio - é a quantidade de compressão que o sinal vai ter depois de passar no threshold. A porção (ratio) é medida em decibéis. A porção de 4:1, por exemplo, quer dizer que por cada 4 db que o sinal tem no threshold o volume de saída apenas subirá 1 db. Geralmente porções de 2:1 ou 4:1 são consideradas compressão moderada e porções acima de 10:1 são compressões altas ou limitadoras. A porção infinito:1 indica que o sinal depois de passar no threshold não sai mais do que 1 db, seja qual for o volume da entrada; um Ratio baixo e um baixo threshold resultam em maior sustain, mantendo a dinâmica natural. um Ratio alto e um Threshold baixo resulta num som adulterado. A regulação ideal para a compressão dos picos de sinal é um Ratio muito elevado e um elevado threshold, para que só a maior parte do pico do sinal seja afectado. Para o baixo, numa nota muito grave, o ideal será dar um elevado Ratio e acertar com o threshold de forma que só o grave excessivo seja afectado.
Attack - regula a velocidade com que o compressor reage ao sinal
Release - controla o tempo que o compressor leva a deixar de comprimir
Output Gain - controla o volume do sinal depois da compressão. Como a compressão baixa o sinal geral, o output gain faz de boost e põe o sinal ao nível desejado;
Hard Knee e Soft Knee - o 160A tem estas funcionalidades no switch "Overeasy".  O Hard Knee faz com que o compressor aplique a totalidade do Ratio escolhido imediatamente quando o sinal passa no threshold. O Soft knee faz com que o sinal ao passar no threshold seja comprimido apenas um pouco, tornando o som mais natural. Nos casos de se pretender usar como limitador, o Hard knee é necessário.   
     Finalizando, um site interessante com tudo sobre compressão e afins: http://www.ovnilab.com/faq.shtml     

 

           GOLIATH JR.III
Inicialmente a opção foi por uma coluna Big Ben, de 18'' de 400w e uma Goliath Jr, 2x10'' de 350w. O Alembic nesta fase trabalhava com o crossover com as frequências separadas para cada coluna. Mas a opção de ter 2 colunas 2x10'' Goliath Jr, 350 w, pareceu a mais prática para trabalhar. Conforme a situação, só uma ou as duas colunas podiam alinhar.

   

 

   A SWR foi a grande marca em Portugal (digo eu) nos anos 90. Numa altura em havia raras marcas de amplificação para baixo, a SWR destacou-se pela qualidade do som e estabeleceu alguns standards. Curiosamente a origem da SWR está na Acoustic, a marca usada pelo Jaco Pastorius, Robbie Krieger, Albert King, Chuck Berry, Larry Graham, John Paul Jones, John McVie, John Deacon, Flea, etc, etc. A marca acabou nos anos 80 (embora tenha ressurgido recentemente) .    Foi o engenheiro e designer da Acoustic, Steve W. Rabe (SWR), quem fundou a SWR em 1984 com o nome SWR Engeneering Inc. O primeiro produto foi um amp para baixo híbrido de transistores e válvulas, o PB-200. Os primeiros cinco foram feitos à mão numa garagem em S.Fernando Valley. Este modelo depressa veio dar o clássico SM-400. Em 1986 a SWR fez a Goliath 4x10'' com tweeter, que se tornou também um clássico e um standard para profissionais. Em Dezembro de 1997 o nome mudou para SWR Sound Corporation e o Rave vendeu a empresa a Daryl Paul Jamison. A SWR mudou-se de Sylmar, California em janeiro de 1999 para a fabrica da Gauss em Sun Valley. Em 2 de Junho de 2003 o Jamison vendeu a SWR à Fender que agora fabrica o material da marca em Corona e em Ensenada, Baja.

 SWR SM-400
    O SM-400 foi amplificador emblemático da marca. A BassPlayer chamou-lhe até "lendário no mundo das cabeças de amplificação". O Amp foi inovador em vários aspectos como o eq paramétrico e o aural enhancer. Lançado no mercado em 1985, foi o segundo produto da marca, na sequência do PB-200, conhecido depois como Studio-220. Foi fabricado até 1993, altura em que foi substituído pelo SM-400S e depois pelo SM-500.

GOLIATH III

Se as colunas de 2x10'' podem ter algumas limitações, já a 4x10'' é uma referência absoluta de qualidade. E, muito importante, concluí também que uma coluna 4x10 toca melhor do que duas 2x10. A Goliath III, 700w, saiu em 1996 e foi fabricada até 2007. Foi a última coluna da série equipada com altifalante PAS, Professional Audio Systems e um tweeter Foster. É nesta série III que a porta reflex passou para a frente, tornando-a uma coluna mais média. A Goliath é um standard. Foi talvez a coluna mais copiada desde que saiu a primeira versão em 1986 que tinha apenas 400w e era equipada com altifalantes EDEN. A segunda série passou a ter drivers PAS, até à Goliath IV em 2007. Era no seu tempo a coluna de topo. Algumas opiniões dizem que, apesar de ser uma excelente coluna, se deixou ultrapassar por marcas de luthiers que costumavam estar atrás da SWR. A série III foi substituída pela IV, obviamente, que deixou de ter a numeração a seguir ao nome e passou a usar drivers Eminence, réplicas dos PAS, firma que, entretanto, faliu.

       A história da SWR pela voz do fundador Steve W. Rabe: em Junho de 1984, SWR abriu a porta da garagem. O objectivo era fazer o equipamento de baixo com o melhor som e robustez que fosse possível, direccionado para o mercado profissional. Era tempo de mostrar que um amp de baixo era mais do que um amp de guitarra sem reverb. Enquanto as outras companhias produziam os seus amps, os músicos em estúdio gravavam directo, porque o som era de longe melhor do que o de qualquer amp. Novos estilos como o slap e o popping tornavam-se populares e os baixos de 5 e 6 cordas expandiam-se.

       O range de frequências e a dinâmica dos últimos modelos de amps e colunas, não reproduziam bem estas novas sonoridades. Só os sistemas bi-amp com crossover a separar as frequências para uma coluna de graves e outra de médio/agudos conseguiam o feito, representando uma enorme despesa. A SWR quis mudar isso. Então, com a colaboração e os conselhos de alguns dos melhores músicos, a marca criou algumas inovações de referência: o Aural Enhancer, Sinde Chain Stereo e Mono FX Loop, tuner send, Real Studio Quality XLR Balanced Recording Outputs, o Red Head combo com um espaço para uma unidade de rack, entradas separadas para baixo activo e passivo, frequencia do EQ baixa até 31 Htz, secções de stereo power, colunas full range com tweeter.

 

 

 

M-PULSE WALKABOUT
     Na procura pelos amps tradicionais, para tocar em sítios mais pequenos e evitar de levar as racks, acabei por ter lado a lado o SM-400 e o Mesa Boogie Walkabout. Comparativamente ao SWR, este, também feito à mão em Petaluma, Califórnia (hoje a SWR é da Fender e feito em série), tem um aspecto robusto e é uma bela peça. Em termos de som, o Mesa soa mais encorpado nos graves, embora tenha menos potência (300w a 4 Ohm). A Mesa Boogie era conhecida inicialmente como Mesa Engineering. Foi fundada por Randall Smith em 1969, que fazia alterações nos combos Fender para terem mais volume. Tendo como clientes o Carlos Santana, Keith Richards e os Greatfull Dead, a marca tornou-se no início dos anos 70 uma referência. O nome Mesa Engeneering vem do emprego anterior do Randall que era reparar motores de Mercedes e o Boogie vem duma exclamação do próprio Santana a propósito dos amps. O primeiro produto oficial da empresa foi o amplificador de baixo Snakeskin Mesa 450, encomendado pelo baixista Patrick Burke.
O Walkabout não tem saídas speakon e precisa de boa corrente para tocar bem. O som fura da mistura, médios e agudos muito controláveis e um grave firme que em comparação ganhou a todas as cabeças digitais. Com volumes mais altos, o grave das digitais torna-se muddy e o do Mesa mantém-se sólido. Muito bom. Curiosamente tive dois Walkabout e um soava mais brilhante e magro e o outro mais gordo e menos brilhante, mesmo trocando de válvulas... Será que mesmo nos amps não há dois iguais?

 

 

 

EM BUSCA DO AMPLIFICADOR POTENTE E LEVE...
O Mark Bass F500 do Joel, a Ibanez Promethean, os Genz-Benz 6.0 e 9.0, a Mark Bass Little Mark do Pedro Rico:

 

 

 

Esta viagem pelos amps digitais começou no Epifani Performance 400. A Epifani nasceu em 1994 pela mão do Nick Epifani, um italiano, guitarrista e cantor que começou a alterar as colunas de outras marcas. Daí lançou-se no desafio mais difícil das colunas de baixo, já que as frequências muito graves têm outra exigência. Trabalhou com a Eminence e fazia colunas à mão, uma a uma, até que conheceu o Fodera e o sócio. Ficaram pasmados porque pela primeira vez ouviram umas colunas que reproduziam o som dos Fodera como devia ser (lol, cada um diz o que quer, lol). O que é certo é que com o apoio e preferência do Anthony Jackson, a Epifani cresceu. A série UL foi inovadora com a utilização de neodymiun, composta por colunas leves, potentes e com muito grave. Realmente a UL210 vai aos 40 Htz, tal como ía a SWR Goliath. O som é transparente e límpido. Durante uns anos, a Epi UL210  4 Ohm fez bem o papel dela. Mais tarde teria outra de 8 Ohm, da primeira série. A Epifani tem as colunas mais neutras, algo que pudemos comparar num teste com o pessoal dos baixos. A série 1 tem altifalantes B&C, feitos em Itália, a marca mais prestigiada e a série 2 tem altifalantes feits na casa. A série 1 tem o som mais aberto (mais neutro) e a série 2, o som mais redondo (os médios/agudos são mais suaves):

 EPIFANI UL210, AMP PERFORMANCE 400

     Em matéria de amplificação, o meu primeiro Class D foi um Epifani Performance 400. Vindo das racks+SWR Goliath, tive uma sensação de falta de grave no Epi. Os preços dos classe D são razoáveis, cerca de 1/3 ou 1/2 dum bom amp analógico. Assim, o estrago não é muito grande... Em breve o Epi deu lugar a outro amp, mas a coluna ficou. A UL210 é uma excelente coluna, potente, 500w, pequena qb, com graves, (40 Htz) e leve (17 kg). E, muito importante, mantém graves suficientes mesmo levantada do chão. Com a UL210, despedi-me da Goliath III, excelente, mas com 40 kg e as pequenas Goliath Jr foram andando também, após muitos anos de bons serviços e alguns rebobinanços.

 

EPIFANI UL410

Esta é a coluna 4x10 mais potente e mais leve do mercado - 1000w, 2400w de pico, 28 Kg, com a definição e a transparência que caracterizam a Epifani. A marca vai agora na 3ªsérie de colunas. A série 1 utilizava altifalantes italianos B & C, dos melhores do mercado, que equipam também a Mark Bass e outras marcas de grande sucesso comercial. A série 2 usava altifalantes desenvolvidos na casa e a série 3 usa a nova geração Neo, que garantem, dizem, um grave mais igual aos altifalantes convencionais. Os altifalantes de neodymium têm dissipadores de alumínio porque, com o aquecimento, menos potência é absorvida do amplificador. Em altifalantes de gama mais baixa, com o calor o volume perde-se o que leva o músico a subir o volume provocando mais calor e mais perda de volume. Daí que não é qualquer coluna neo que faz o mesmo trabalho. Detalhe, alta definição, equilíbrio e nota máxima em todos os aspectos no teste da BassPlayer de Junho de 2003, altura em que saiu a primeira série. Esta coluna é actualmente uma referência entre a sua classe e subiu a fasquia da qualidade.

 

 

 

 

PHIL JONES FLIGHTCASE BG-150

   A segunda experiência digital foi com um combo Phil Jones. O homem é baixista e fez o primeiro amp aos 13 anos. Em 1998 fundou a American Acoustic Development. Com 150 empregados, em St.Louis, Missouri, fabrica altifalantes para hi-fi, automóveis, etc. Fabrica também todos os produtos Phil Jones Bass. O design dos produtos PJB é diferente de todas as outras marcas. A utilização de altifalantes de 5'' torna-os completamente originais. Alguns endorsers conhecidos são o Chuck Rainey, Pino Palladino, Nathan East, Bob Babbitt.
   O Flightcase BG-150 é muito leve, 11 Kg, tem 2 altifalantes virados para a frente e 2 para cima. O som é magnífico, muito limpo, muito bom. O Flightcase BG-150, falha na potência, revelando-se insuficiente. Mas isso depende do uso que se pretende dar-lhe. Para contrabaixo ou gigs de jazz, acústicos ou mais suaves, é um aparelho fantástico. Vale a pena cuscar o site da marca:
                                                                   http://www.philjonespuresound.com

 

 

 

 

 SWR HEADLITE 400w

       Continuando na procura do amp digital.... O seguinte, influenciado pela boa prestação do material SWR anterior, seria o novíssimo Headlite. O atraso da SWR em aparecer no mercado com um mini-amp foi justificado com a procura do som SWR no novo aparelho. A Headlite tem o equalizador e o aural enhancer da marca. A SWR lançou também um amplificador do mesmo tamanho para somar potência. O mais positivo no amp é a qualidade do som e o timbre, como convém. Negativo é a falta de marcação evidente nos botões. Com pouca luz, não se sabe onde se está. A potência também se revelou insuficiente mas, esse é um problema de muitos amps classe D.

 

 

 

 

 GENZ-BENZ SHUTTLE 6.0 e SHUTTLE 9.0

     Jeff Genzler fundou a empresa em meados dos anos 80. O Genz-Benz Shuttle 6.0, de 600w (dizem eles), substituiu o SWR amplite. O som também é hi-fi, muito natural, mas com volume insuficiente. Logo foi substituído pela versão de 900w (dizem eles). São bons amplificadores para pequenos gigs/médios e não servem para tudo. Percebi, então, que o normal das cabeças digitais é anunciarem grandes potências, mas que nada têm a ver com a potência de um amplificador convencional. A EBS anunciou o novo mini amp Reidmar de 250w, dizendo que estes sim são RMS enquanto outros fabricantes anunciam watts de pico. O grave também não tem a consistência de um amp normal e nota-se isso nitidamente em comparação com a MesaBoogie Walkabout. As Genz-Benz, como muitas outras desta geração class D, têm no coração um chip Bang & Olufsen. Comecei a suspeitar que as cabeças digitais são uma moda e que um dia toda a gente voltará aos velhos watts.  Talvez estes amps sejam uma passagem, o início do que está para vir.

As tripas do Shuttle 9.0

     A Markbass tem uma lista de endorsers impressionante... Cliff Hugo (Supertramp), John McKenzie, Mark Egan, Michael Manring, Sterling Ball (o da Musicman), Jeff Berlin, Dominique di Piazza, Alain Caron, Hadrien Feraud... Criou uma imagem destacada no mercado e tem produtos para todas as necessidades  até software. Só tive colunas, mas tive oportunidade de testar vários amps e combos. O de 12'', o de 15'', o A101, acústico mas que resulta muito bem com o baixo eléctrico, alguns amps dos quais se destacou o F500. As colunas são muito interessantes. A de 12'' é a mais pequena, leve e potente (400w) do mercado. A NY 4x6'' (foto acima) também leve (15 kg) e potente (600w). A 4x10'' HR, com 25 Kg, de 800w e desce aos 33 htz, o que faz dela uma das colunas mais graves do mercado. O reflex atrás dá uma mistura de grave com sub. Em termos de portabilidade e potência, não há melhor que a MarkBass. O timbre é muito vincado, piezzos um bocado manhosos e grave mud, o que pode ser determinante na opção...

 

 

   A Ibanez é uma marca que fez história nos instrumentos. Nos amplificadores, nem por isso. Apareceram agora com este mini amp que supera as expectativas. Tem um EQ magnífico de 6 bandas, a cabeça de amplificação é destacável do combo e foi o primeiro amp digital que tocou mesmo, alto e muito bom som. O combo em Si tem algumas limitações e a 5ª corda queixa-se. É preciso cuidado e dar apenas a dose certa, mas toca com muita qualidade ao nível de equipamentos muito superiores. O altifalante é cerâmico (porque será?). Curiosamente a coluna de extensão tem um 10'' de neodymiun e não toca nada comparada com o combo. Ao vivo não faltou volume ao bem pensado combo. A cabeça com a MarkBass 4x10 (em baixo) berra que se farta. Se não fossem outras opções de outros campeonatos, este seria um aparelho para ficar. Já foi, mas muito aconselhável.

As tripas do Promethean...

 

 

 

 

 

 

 

As colunas AccuGroove são feitas à mão nos EUA, ou melhor, eram. Recentemente, Mark Wright, fundador da marca, adoeceu. Durante algum tempo o puto de 18 anos tentou gerir o negócio na ausência do pai, mas em finais de 2011 o website fechou, denunciando ao Mundo que as coisas íam parar por ali. A ideia do mark era ter uma coluna que reproduzisse exactamente todas as frequências do baixo. Então juntou na mesma caixa os altifalantes de graves,médios e agudos, separados internamente, cada um em seu compartimento. Myron Dove, baixista do Santana ficou impressionado e incentivou-o a divulgar e construir mais colunas. Em sociedade com David Innis, nasceu a AccuGroove, "para audiófilos". A empresa ficou conhecida mais pela coerência e qualidade do que por motivos comerciais. As colunas não eram baratas - por ex. esta Tri210L custava no importador europeu em Itália, 1350 € - mas valeu a pena abri-la para verificar que mais ninguém construía colunas de forma tão cuidada, com o pormenor impressionante de, por ex., serem usados fios com 4 mm de diâmetro!

               Uma inovação (que a Epifani utiliza também nos seus modelos DIST), é o switch para mudar a impedância de 4 Ohm para 8 Ohm. Um artigo polémico na BassPlayer, abalou o nome. Transmitia a ideia de que o switch não fazia nada, o que não é verdade. O importador italiano Fabio Rigamonti www.basszone.it , baixista do grupo de rock progressivo dos anos 70, Alphataurus, muito na área dos Area, explicou-me desta maneira a operação do switch que, realmente faz alguma coisa, permitindo que esta coluna de 4 Ohm se porte como de 8 Ohm podendo ser-lhe linkada outra de 8 Ohm:
               "The old Accu-Switch is not really changing the impedance! It only simulates the 8 Ohms impedance when you use two cabs and a bass head that reads automatically the total load! (SS, Mosfet, etc...). I have tried it many years ago... if plug in one cab only, the switch is doing nothing! If you plug in two cabs with a minimum of 4 Ohm, here's what happens:
Both switches on 4 Ohm = the head goes under protection at volume 2; one switch on 4 and one on 8 = the head goes under protection at volume 4; both switched to 8 ohms = the head doesn't go under protection! At list under the power stage goes overload :-)... but this is common with other amps also, providing that you don't blow the speakers before :-) So, it works!"

                 No interior, os melhores altifalantes da Eminence, isoladores de som, tudo fixado com cuidado, nitidamente feito para ser muito bom. A grelha, com um sistema de parafuso e veio não encontrado noutras colunas. Assim acabou uma marca de topo. Quando as coisas são feitas em casa, artesanalmente, assim pode acontecer. De 2004 a 2011, são apenas 7 anos, mas decerto que este nome não se vai apagar facilmente na história da amplificação para baixo.

 

 

 

 

 

 

 

     O Walter Woods é um ansião, engenheiro, que faz amplificadores à mão, sozinho, um a um, desde o início dos anos 70. Não tem site ou qualquer contacto para além da morada e numero de telefone. Criou-se uma mística à volta dos amplificadores, caíndo-se até em alguns exageros, "que são feitos com peças da NASA", etc. Lol. Uma coisa é certa: o som é duma limpeza, duma transparência impressionantes. O sr. Woods é considerado o pai da tecnologia digital nos amplificadores. Assim se justifica que, em 1995 tenha feito um amplificador pequeno, leve e potente - 1200w a 4 Ohm ou 800w a 8 Ohm.  Na net há extensos tópicos nos fóruns americanos e muitas opiniões e notícias provenientes da experiência de cada um, mas nada oficial acerca destes amplificadores. O sr. Woods ficou viúvo no Verão de 2011 e a sua actividade é cada vez mais reduzida. Ele próprio dá assistência aos seus amplificadores e faz upgrades de potência. Richard Bona de Nova Iorque (e agora também o Pedro Rico de Peniche, lol) tocam com um raro WW Stereo (1000w bridged). Victor Wooten, Otelo Burbridge, John Patittucci e outros músicos lendários como Chick Corea ou Jim Hall, Herb Hellis, Mark Egan, George Mraz, Joey Lauricella (sim, o sócio do Fodera não usa um Epifani), Lincoln Goines, Mike Formanek, etc usam outros modelos como o Blue Light, ou o Ambar Light ou, como o Carlos Barreto um dos mais antigos dos anos 80. O Sr. Woods chama aos seus amps MIA -Musical Instrument Amplifier e daí que não servem exclusivamente para baixo.

     Vários comentários afirmam que a série MI com power analógico soa como um amp a válvulas. Não tem grandes complicações nas regulações, nem filtros ou variantes. Tem controles "variação" e "balanço" para corrigir a zona média, o "boooming" dos graves e o "screaming" dos agudos, muito facilmente. O grande problema dos WW é que se avariarem, só o homem os concerta, dizem, mas é certo que um entendido bem o pode fazer. E mesmo assim há um alemão que lhe pôs uma questão e ele respondeu-lhe "como é que ele, na Europa, tinha um amplificador dele... pois não era suposto...". Ora também por aqui se vê que o Sr. Woods tem uma personalidade muito peculiar e vive afastado do mundo. Ter telefone já é uma coisa extraordinária! A maior parte dos amps entraram na Europa para a França, não havendo exportação oficial dos mesmos. É muito popular entre os contrabaixistas e os MI têm 2 canais independentes com ligeira diferença a pensar no baixo eléctrico e no contrabaixo.
     O objectivo do Sr.Woods foi fazer um amp compacto e potente. A electrónica é complicada e acondicionada de forma a manter a caixa pequena, o que dificulta a reparação. A fonte de alimentação é o que chamam "switching power supply" que é um oscilador automático à volta dos 30 KHz e deriva dos "relays vibrators" que equipavam os autorádios de válvulas nos anos 50. (Como não vejo um boi disto, limito-me a reproduzir para quem sabe). Desta forma conseguiu substituir os pesados transformadores. Após vários modelos ao longo dos anos, em meados dos anos 90, o Sr.Woods começou a fazer a série Electroacustic. O pre é igual aos anteriores, mas a fonte usa tecnologia digital, ou fosse lá o que existisse em 1995!
     Polémicas de manutenção à parte, uma coisa é certa: ninguém fica indiferente quando ouve um WW. O homem foi pioneiríssimo na tecnologia digital, nas microcabeças e o som é espantosamente clean e potente. É certo que inspiraram o Bonafide da Tecamp e outras cabeças com 2 canais independentes como a MarkBass LMK e poucas mais. O primeiro aparelho para baixo com 2 canais separados deve ter sido o pré Alembic F-2B (1970), que não é mais do que a versão stereo do F1-X.
      Os WW usados vendem-se entre os 2.000 e os 2500 dólares. Novos, só telefonando ao homem e sujeitar-se à espera ou, procurando, neste momento a http://www.bottomwave.com tem um Blue Light M-800 de 800w a 8 Ohm e 1200w a 4 Ohm e um Ambar Light M-450 de 450w a 8 Ohm ou 750w a 4 Ohm. O vendedor de material hi-end, Sr. Sato Katsuya de Tokyo manda uns preços espantosos e avisa, ou se compra agora (Novembro de 2011) ou só lá para a Primavera! Mas, provavelmente nunca mais. Aqui fica reproduzida a resposta, pelos preços hilariantemente insanes, lol:

"Hello
We have a Water Woods M800 Amp (Blue Light), after confirmation of payment, orders are shipped.
$7880USD plus shipping. 
Leram bem... 7.880 dólares, mais correio... o Sato não está bom da cabeça!...
The only one in stock. If this is sold, delivery will be next February to March.
We accept cash only. Best Regards, Sato/Bottomwave.com"

Como posso ter lido mal, perguntei o preço do mais barato, o Ambar Light:
"Hello. M450 (Ambar Light)... $6390USD plus shipping. Regards"

        Este WW é dos primeiros da série Electroacustic Ultra, com o numero 121295 (dois últimos dígitos é o ano de fabrico) e originalmente era um MI-200 - 8  de 300w a 8 Ohm, tendo sido intervencionado pelo próprio Woods em 1997 e 1998 para updates de potência até receber a blue light que define a potência máxima destes amps. Blue Light 1200w 4 Ohm, 800w a 8 Ohm, Red Light 750w a 4 Ohm e 450 a 8 Ohm, Green Light 450w a 4 Ohm e 300w a 8Ohm. À mão estão escritas no interior as datas das intervenções. O homem quase cessou a actividade e prometeu que divulgará os planos dos amps para que toda a gente possa reparar os ditos. Estranho mesmo é nunca ter vendido a patente a grandes marcas que o abordaram para o efeito. Aqui fica o esquema palmado ao Mr. Woods. É aqui que está o segredo. Basta olhar:

Em Abril de 2012, no eBay estava um "Blue Light" por 2750 dólares e o anúncio rezava assim: "The king of bass amps; you know the one. Near-mint cosmetics, perfect operation condition. Staggeringly powerfully toneful. Long wait and hight price from Walter. Get this one no wait and somewhat lower price. Enjoy!"

Eles andam aí...

 

 

 

 

 

Depois de tudo, uma última oportunidade aos amp digitais... O RH750 da TC Electronic limpou o Tecamp na visita dos baixistas a Burgos e teve uma passagem repentina lá por casa. Um amp com muito bom som e potente, com uma série de funcionalidades, afinador, 3 memórias e um compressor muito bom, o melhor que já ouvi em qualquer cabeça... Um "canivete suiço" muito recomendável. Acabou por partir quase novo, porque o sr. Woods não quis mais companhia.
      A TC Electronic é uma empresa dinamarquesa fundada por dois músicos irmãos, Kim e John Rishoj em 1976. O primeiro produto foi um pedal de chorus, o SFC, que ficou até hoje um standard. Seguiram-se nas unidades de rack, o delay TC2290, de 1985, estabeleceu novo nível elevado com um delay até 32 segundos, modulação e funcionalidades que, juntas à inigualada qualidade de som  fizeram do aparelho um standard já com décadas. A TC de hoje começou em 2002 depois da compra de marcas conhecidas como a Tannoy, Goodman e a Martin Audio.
      A linha de produtos de baixo começou em 2009 com a Rebel Head 450. Depois da NAMM de 2009 a TC seleccionou 24 baixistas de todo o Mundo para testarem os seus produtos e partilharem a sua opinião. Os nomes são impressionantes: Mark King, John Paul Jones, Roger Glover, Rocco Prestia, Uriah Duffy, Bona, Nathan East, etc.
      O som é sólido e muito limpo através da série de colunas RS, muito leves, sem neodymium e com design futurista, com arestas redondas (lol)! O intrigante é a pouca potência face à concorrência e a possibilidade de serem ligadas 3 colunas! No questão da potência indaguei-os. Responderam à semelhança dos Epifanis... o amp deve ser mais potente do que a coluna para em situação alguma distorcer. E dão o exemplo do automóvel que dá 250 Km/h e vai a 150 Km/h com muito mais facilidade e segurança do que outro automóvel que dá 180 Km/h e vai aos mesmos 150 Km/h, mas com mais esforço e insegurança.
      O amp, tal como o Promethean, não é dos mais leves, pesando 4 Kg. Não divulgam as impedâncias, mas esclareceram também que com uma coluna, trabalha a 8 Ohm, com duas a 4 Ohm e com três, a 2.66 Ohm. Veio acompanhado de uma coluna RS112 de 200w equipada com um Eminence coaxial, com um tweeter no traseiro, algo já visto há muitos anos nos Beyma. Muito interessante este material. Som muito limpo. Pena os apenas 200w da coluna, mas é o que está.

 

 

 

 

 

     DE VOLTA ÀS RACKS, UNS "RETOQUES FINAIS"

 

 

 

       Dada a volta, o regresso à origem. O velho Alembic F1-X, comprado em 1996 continua a dar cartas. O assunto parecia encerrado mas, eis o AVALON U5, a resolver o problema da DI. Geralmente não uso a DI do Alembic que não tem controlo do volume e, mesmo com a resistência é muito alto com alguns baixos activos. O Avalon U5 - Ultra Five - tem um boost com várias posições e saída de mic e linha. Como pré, tem seis presets com sons diferentes que dão a cada instrumento um timbre mais adequado, sem desvirtuar a sonoridade própria de cada um. Talvez as suas potencialidades se mostrem mais úteis em estúdio, mas ao vivo, os presets contornam alguma agressividade no som e o boost dá o que falta. A Avalon fabrica aparelhos desde meados dos anos 80, com qualidade de topo. O som é muito limpo, muito versátil com várias possibilidades instantâneas de mudança do som, a construção é muito boa, robusta e impressionante. O U5 é um aparelho a sério. Como pré é muito original, como DI até ao seu nível, é imbatível e, por isso, mesmo no mercado de usados são vendidos a bom preço.

 

 

 

 

          O Michael Pope é um dos baixistas da nova geração que rapidamente cativou o apreço dos nomes mais conhecidos (irmãos Brecker, Patitucci, Chick Corea) e do público. Tocou com Michael Brecker, Bill Bruford, Elektrik Band, David Sanborn, Manhattan Transfer, Mike Stern... Com dois albuns publicados e muitas participações, o rapaz, além de ser um baixista virtuoso, ainda tem tempo para inventar preamps e inovar os baixos dos seus conterrâneos Fodera e Lauricella. Há mais de 10 anos que o Mike Pope faz os preamps para todas as Foderas. Criou a sua própria marca em 2008 e tendo três produtos disponíveis: um preamp interno para baixos, o MPP-1 e o MPP-2, unidades de rack. Curiosamente, sendo o criador "à antiga", fala directamente com os seus clientes e a comunidade baixista, pois que é normal ver as suas participações no forum do TalkBass.com. Os componentes são de primeira qualidade e o homem faz os aparelhos à mão, tendo já uma rede directa de representantes nos EUA e um importador na Europa que vende o MPP-2 a 1800 e tal euros.  O pré é uma versão de 2 canais do MPP-1 com a possibilidade de linkar as DIs de cada canal podendo tocar separados. O MPP-2 é muito silencioso e com extrema definição. Só lhe falta a válvula, lol!

 

 

 

 

SVP PRO

      A Ampeg Bassamp Company foi fundada em 1949 na sequência da empresa anterior Michaels-Hull Electronic Labs que pertencia a Everett Hull e Stanley Michaels. Em 1946 fabricaram um PU para contrabaixo a que deram o nome de "amplified peg", que, aglotinado resultou em Ampeg. Em 1960 Jesse Olivier, engenheiro da empresa criou o Portaflex, que se tornou um standard entre os combos dos anos 60 e 70. Em 1969 Bill Hughes e Roger Cox desenharam  o Ampeg SVP (Super Vacuum Tube) de 300w, que foi o primeiro amplificador de baixo para espaços grandes e puxava 2 colunas 8x10''. Era muito popular entre os baixistas. Era material muito pesado, a cabeça, com 14 válvulas (incluindo seis válvulas 6550 de saída) pesava 43 Kg e cada coluna 47,5 kg (bem.. até eram leves, atendendo a que tinha 8x10'' e uma coluna normal actual, de 4x10'' pesa 40 kg).

     Era o amp de baixo mais potente de sempre, já que o normal era 50w e para um som muito alto eram 100w. A Ampeg desenvolveu um sistema de protecção que permitia continuar a tocar, embora mais baixo, se uma válvula falhasse. Os Rolling Stones foram a primeira banda a testar ao vivo no tour mundial de 1969. A Ampeg foi pioneira e inovadora na amplificação de baixo. Em 1986 foi comprada por outra firma St.Louis Music Inc que ainda detém a propriedade.

     A actual versão mais próxima do antigo SVP é o SVT2-Pro. O SVT3-Pro  usa transistores e não válvulas de saída. O SVP-Pro é um descendente directo do SVT2-Pro. Mas para entendermos melhor a Ampeg, vejamos: eles têm duas séries "reissue", a Classic Series (cabeças) e a "Diamond Blue Series" (combos). Têm além destes, três linhas: Bassamp (combos), B Series, (cabeças sem válvula) e a SVT Pro (cabeças a válvulas), de cuja família é o SVP (P de preamp) aqui em causa.

         O SVP pro tornou-se uma referência de som, ganhando a par com o Alembic F1-X e o Demeter o famoso teste exaustivo de preamps de Fevereiro de 1995, a BassPlayer publicou e que aqui fica para consulta. Designaram-no como uma "locomotiva" de som. O único circuito de transistor é o equalizador. Um inconveniente do SVP Pro referido por alguns utilizadores é o "hiss" ou "hum" audível que, contudo pode ser reduzido com uma boa escolha de válvulas, mas que, no meu não noto que sejam assim tão audível - parece normal como com outros aparelhos. Para contornar este problema (quem o tem), aconselham dar menos ganho e subir mais o master. Os Ampegs vêm equipados com 4 Sovteks 12AX7WA de fabrico soviético e a 12AU7 uma SLM Electronics Hot Rods chinesa. 95-126-01... Assim evitam um custo acrescido, pensando que os utilizadores exigentes mudariam as válvulas de qualquer maneira. Contudo, tocava muito bem com o set original. "Tocava" porque, lá está... manias... pu-lo a rodar com um set de válvulas novas de stocks antigos. Uma Mullard inglesa de 1963, como válvula principal, e americanas GE de 1952 na segunda posição e duas GE de 1976 na terceira e quinta posições. A válvula de overdrive, na quarta posição é uma Sylvania também antiga. As válvulas 4 e 5  são controladas pelo botão de drive.

    Este é da primeira série, meados dos anos 90, serial TPPWG50043, chassis 1542341. A construção é impressionante, muito robusta e cuidada. É muito comparado ao Alembic F1-X em termos de qualidade, mas muito diferente em termos de som.             Há várias formas de lidar com o SVP Pro. Para minimizar o "hum" (que também não noto no meu), é dar pouco ganho e subir o master, resultando num som gordo dado pelas válvulas da 4ª e 5ª posição.  Para a 2ª posição recomendam uma válvula hi-fi e pareceu-me bem a GE de 1952. Mas, quanto a válvulas, dos vários testes que fiz, a minha orelha detectou diferentes volumes nalgumas, mas, quanto a tonalidade soaram-me idênticas... Talvez medições com aparelho próprio diga melhor o que cada válvula é. A minha curiosidade era maior quanto à Mullard que dizem que é mais média. E, realmente, parece um pouco menos "redonda" que as GE ou outras que testei como a Tung-Sol, Electro-Harmonix ou mesmo as Sovtek. É uma IDC MULLARD ECC83 feita em Inglaterra, com a refª I63B7D3, 1022-830 de 1963. Uma Telefunken soa mais baixo que as outras. Têm bom som as Electro Harmonix e a Tung-Sol reissue. De qualquer forma, o pre ficou com válvulas antigas... custaram tanto as válvulas como o pre, lol!
 

      VÁLVULAS
      As opiniões divergem quanto à ultilização das válvulas, mas é sempre útil analisar. Uma possibilidade: 1 - Tung-Sol reissue 12AX7 (muito hi-fi) ou uma igual à da segunda posição, JJ ECC83S, 2 - high gain JJ ECC83S, 3 - Penta Labs 12AX7C, 4 - Amperex 12AU7 (ou uma Tung-Sol 12AU7), 5 - Penta Labs 12AX7C. As válvulas Mullard têm um pouco mais de médios e as RCA, GE ou Sylvania garantem também um bom som. As Rubie são muito silenciosas. Mesmo válvulas americanas ou alemãs usadas, de boa qualidade, são preferíveis às válvulas chinesas ou russas. Por ex. Mullard, Amperex ou Telefunken. Mas são preferíveis as válvulas antigas, as NOS (New Old Stock) são mais caras que as actuais. Um bom site para válvulas é o www.eurotubes.com . As duas posições importantes no pré para controlar a distorção e obter um bom som é a primeira, V1 e a quarta 12AU7. Por isso nestas posições aconselham-se válbulas NOS (New Old Stock) de qualidade. As restantes 3 12AX7 têm um input mínimo no som e, por isso, podem usar-se válvulas modernas, mais baratas e que tenham um som neutro como as JJ ECC83, que é uma das válvulas modernas de melhor qualidade. Daí que também se possa utilizar na posição V1.
         A  12AU7 existe no Ampeg para adicionar distorção harmónica ao sinal, que é controlada pelo botão "drive" do painel. Funciona mais como um "presence" do que um "overdrive" que de facto não é. Se se usar uma 12AX7 nesta posição, dá mais distorção. Se usarmos uma Mullard 12AU7 na posição V1 fica um som mais quente e mais alto. O chão fica "mais comprimido", mas é agradável. Para baixar o input, as válbulas 12AX7 5751 dão cerca de 75% do volume duma AX7 normal e neste género as Sylvania, Raytheon double mica e RCA black plate triple mica são muito boas. Para mais volume a 12AX7 ECC83 7025 é indicada.... O Ampeg SVP Pro dá pra estas coisas... ir trocando válbulas e ouvir o que têm para dar as várias combinações.

      Comparando O Ampeg é muito versátil, com inúmeras possibilidades de sons. Os filtros Ultra Lo / Bright, o Ultra High, as 5 possibilidades de frequência de médios e o equalizador gráfico dão muitas opções aliadas ao kick habitual do som Ampeg. Do jazz ao rock, toda a gente gostou deste preamp no teste da BassPlayer. E é verdade. Comparando com a minha grande referência o Alembic F1-X, o Ampeg é mais agreste, embora mande um som também hi-fi com inumeras possibilidades de regulação. É sem dúvida mais versátil que o Alembic, mas o Alembic tem aquele som quente hi-fi, em "V" e com uma espécie de "compressão" que lhe dá um certo "veludo", pronto a tocar bem com qualquer baixo ou qualquer coluna. O Ampeg, mais rude,  precisa de se adaptar aos "casamentos" do resto do material. Mas, tão diferente, é igualmente excelente e imprescidível na minha opinião. Diz-se que o Alembic é para um som puro, profundo, natural e limpo e o Ampeg para um som agressivo e com atitude.

 

SVT III PRO

    A cabeça com o pré SVP é a SVT III Pro que difere da II por ter o amplificador a transistores em vez de válvulas. O pré tem as mesmas cinco válvulas do preamp. 475 w a 4 Ohm ou 275 a 8 Ohm, este amp é um clássico e particularmente este é da primeira série de 1995. Muito se diz do som Ampeg, "duro" e não sei o quê... mas, tal como o pré, é muito versátil, com muitas possibilidades de sons. A Ampeg é pioneira na amplificação de baixo. Eles sabem.

 

 

 

 

 

 

 

 

amp one custom

        Ah, os combos!... A AER começou em 1992 por fabricar amplificadores para instrumentos acústicos e depois extendeu-se ao baixo eléctrico. A série Cube custa a rondar os 3000 euros e soa bem com baixo eléctrico e contrabaixo. No início da pirâmide está o "amp one", um dos mais pequenos combos de baixo, com um altifalante italiano Sica, neo, de 10', refª 28908, 10B 2.5 8 Ohm de 250 w. O amp é analógico, com um tradicional transformador toroidal e tem multiplas funcionalidades. Curiosamente, apesar do enorme som grave que se tira desta pequena peça, apenas dá pra ligar um sub activo e não outra coluna passiva como os outros combos. O som é potente, musculado com um grave muito forte. Se resulta bem com baixos vintage, tal não acontece com baixos high-end que dão o seu melhor ouvidos também através de um tweeter. Por isso este combo foi customizado e levou um tweeter a sério, um Monachord HT-30 de 100w 8 Ohm (50w RMS), fx 20000 Hz, spl 98 db Ferrofluid, com o respectivo crossover feito pelo mestre Zé Luis. A quem tem combos e colunas MarkBass com o piezzo ranhosito, posso informar que este é um tweeter indicado para uma boa substituição. Não se compreende porque o AER não vem de origem com o tweeter. Com um switch ficou com a possibilidade de ligar e desligar o mesmo e vê-se bem a diferença. Impressionante é o grave e a forma como reproduz bem a 5ª corda, coisa de que o Promethean se queixava. As possibilidades de ligações são interessantes, não faltando o volume da DI e o in para auxiliar, compressor, mute, etc etc. Mais um canivete suiço muito bem feito.  Na feira de Frankfurt de 2012 a AER apresentou também os novos mini combos para guitarra eléctrica, o Cheeky. De pequenos combos, ficamos conversados... Mas fica aqui uma intervenção do nosso amigo Capelas que diz tudo:

Paulo Capelas Já ouvi todo esse material e a AER não é comparável a Aguilares e Bergs bla bla etc.
Quase todas as marcas precisam que o equipamento debite som, com potência. E isso significa compressão. E essa compressão significa a supressão ou "limitação" de cert
as frequências que passam por facultativas na amplificação do instrumento por escolha táctica do fabricante. O espectro sonoro varia um pouco em cada marca mas dá sempre impressão que nos falta sempre ali qualquer coisa.
Quando ligamos directo a um bom pré de estúdio ou a uma boa mesa, parece que esses equipamentos captam com muito mais sensibilidade todas as nossas nuances e detalhes. O som do baixo é mais rico e sentimos muito mais resposta. Estes AER têm essa filosofia. Nasceram quando conseguiram fazê-los a tocar com força, mantendo a tal fidelidade que tanto esperávamos.
É um equipamento fora de série

 

 

 

 

WORLD TOUR WT-600 ROAD RUNNER

     De regresso aos amps, depois da SWR SM-400 e do Mesa Walkabout, o WT-600 David Eden.  A Eden foi criada em 1976, fazendo principalmente colunas para baixo. No final dos anos 80 Russ Alee trabalhava para a Acoustic onde desenhou a série 360, famosa por ser o amp do Jaco. Steve Rabe trabalhava na empresa, parte do tempo como técnico do Jaco. Alee saiu para formar a sua empresa de amplificadores, a AMP, juntamente com o Rabe que por sua vez, saiu para formar a SWR. A Eden fazia as colunas para a SWR e quando decidiu fazer os seus próprios amplificadores baseou-se na tecnologia dos AMP. Esta foi comprada pela Gibson que não fez nada da empresa e a vendeu ao Dave Funk que fez a sua linha de amps, os Thunderfunk... Parece que Eden, SWR e Thunderfunk vieram todos do mesmo sítio.
     Os amplificadores e colunas são feitas à mão. Os altifalantes são encomendados à fábrica dos Eminence segundo especificações próprias, assim como os tweeters. Desde 2005 os amps são feitos na China e as colunas continuam a ser manufacturadas nos USA, distinguindo-se pela série,  D americanas e também feitas China a série E. No início de 2012 a Marshal comprou a Eden, o que é uma viragem definitiva na história.
     Estes amps são muito conhecidos pelo som natural, standard "old school", quente da válvula e pelo equalizador paramétrico extremamente versátil e potente. Impossível qualquer baixo soar mal neste amp. Extremamente bem construído, é bi-amp, com crossover respectivo, tocando em stereo com 300w por canal a 4 Ohm, 190w por canal a 8 Ohm ou em bridge com 600w ao mínimo de 8 Ohm. O loop de efeitos é stereo, o que é uma funcionalidade rara de encontrar. Com a introdução do WT-550, o WT-600 foi descontinuado, ficando a seguir o WT-800. O som é potente e o grave muito firme e o equalizador faz o resto.  Façam os testes que quiserem... não há cabeças digitais que possam com as tradicionais. É só uma opinião, depois de ter por lá passado...

 

A Eden no seu site faz questão de ter uma foto de um WT-800 dum cliente, que resistiu todo queimado a um incêndio e ainda a funciona normalmente. O homem recebeu um novo à troca do danificado. Eu não trocava. E não vale atear o fogo!

     Com o advento dos chineses os amps passaram a ser todos feitos na China, a partir de 2005, pelo que os americanos (usados), feitos à mão lá com o orgulho deles, vão ficar raros de encontrar... Apenas as colunas da primeira linha são feitas nos USA. Com a compra da Eden pela Gibson, é bem possível que em pouco tempo a marca fique vulgarizada como aconteceu com a Trace Elliot e se distancie da qualidade dos velhos tempos, o que, aliás, já vem acontecendo de há um par de anos para cá.

O amp é grande porque tem coisas lá dentro:

Os mais potentes da série World Tour são construídos como os amps de PA, ligações stereo ou em bridge com a opção de ligar ou não o crossover, de forma a dividir as frequências graves e agudas para cada canal.

 

TRAVELER 550

   Mais um amp impressionante. O WT-600 foi descontinuado por culpa deste. A Eden deixou para os modelos de potência superior WT-800 e WT-1000 as possibilidades de stereo e de crossover ou bridge mono. Este Traveler 550 dá a 2 Ohm, o que faz dele um dos mais potentes e versáteis amps do mercado: 700w a 2 ohm, 500w a 4 ohm e 300w a 8 ohm. O som é o mesmo Eden com muito de tudo, graves, médios e agudos, num chassis mais pequeno e portátil, se bem que pesado. Feito à mão em Montrose. Mais um grande aparelho com som quente e poderoso a deixar para trás qualquer cabeça digital.

 

D112XLTN

   As colunas série D continua a ser feita à mão nos USA. Os novos altifalantes são feitos pela Eminence segundo as especificações da EDEN. Os modelos N, de "Neo", têm altfalantes da última geração de neodymiun. Foram introduzidos em 2008 e, com as mudanças na marca, terão sido descontinuados. Dizem eles que ao fim de 5 anos de investigação conseguiram duplicar o som dos altifalantes normais, e aumentaram a eficácia do arrefecimento. O chassis do altifalante é em alumínio o que por um lado contribui para melhor arrefecimento e por outro não dispersa a acção do iman como os altifalantes de chapa. "Now, you can enjoy the weight savings of neodymium magnets without the negative side effects, such as thin bottom end and short lifespan that plague other neo speakers"... Se eles o dizem... De qualquer forma é impressionante o grave desta coluna cuja frequência de resposta vai dos 32 hz aos 14 khz a 103 db SPL. Outras espeficicações: 1x12, 8 Ohm, 250w, tweeter E-2700 Cast Bell, crossover 2.5 Khz 18 db.

D210XST

        A 2x10 XST tem dois altifalantes convencionais EC-1060XS Cast Frame, tweeter E-2700 Cast Bell, crossover 3.5 Khz 18 db, 500w RMS, 8 Ohm, frequência de resposta mais grave de sempre, 30 hz - 13 Khz, 103 db SPL. E dizem que suplanta muitas 4x10 do mercado. A coluna mais grave que tive foi a MarkBass 4x10 que ía aos 33 hz. 30 hz numa 2x10 não é impressionante?

 

 

 

Furman PL-Plus II

For over 30 years, Furman has been the leader in AC power management solutions for audio, video, and broadcast professionals. Furman's advanced SMP+ circuit absorbs, clamps, and dissipates any offending surges or spikes to save your gear without sacrificing any parts. With their proprietary Linear Filtering Technology (LiFT), Extreme Voltage Shutdown (EVS), and high current TVZ-MOV components, Furman's technology offers the world's most advanced electrical surge and spike protection available. Every piece of gear in my bass rig is plugged into the PL-Plus II, and with its rear BNC connector, I illuminate the back of my rack with the Furman GN-LED gooseneck light.

 

 

 

 

 

 

FXFXFXFXFXFXFXFXFXFXFXFXFX

     Les Paul foi pioneiro nos efeitos, na guitarra, usando alguns aparelhos para tone shift. Os baixistas não se aventuravam nestas coisas. Grady Martin, um guitarrista de estúdio que tocou com o Elvis, Buddy Holly, Johnny Cash, Willie Nelson e outros, quando em 1961 gravava o tema  Don't Worry, de Marty Robbins, com um baixo  Danalectro, e deparou-se com o som distorcido, provocado pela avaria numa válvula da mesa de mistura. Em vez de repararem o problema, usaram o "novo" som e esse terá sido o primeiro solo com distorção da história. Em meados dos anos 60, nas gravações dos Beatles foi usado pelo engenheiro Ken Towsend o primeiro delay, sobrepondo duas pistas em tempo diferente. John Lennon usou o primeiro flanger com um complexo sistema de feedback e delay. Só mais tarde a A/DA e a ElectroHarmonix apareceram com os simples pedais.

    Nunca me foi necessário usar  muitos efeitos. À parte do compressor, só o Chorus para simulações de fretless ou para o slap dos Level 42, tem sido o mais necessário um pedal ou outro. Por isso, muitos pedais que passaram pela mão foram seguindo viagem.

     Em termos de pedaleiras, a BOSS GT-6B é um aparelho de grande qualidade, com true bypass, com saídas XLR e digitais para gravação e emulação de amps e colunas, o que a meu ver não tem muito interesse. É o resultado de cinco anos de desenvolvimento em que a Boss não lançou nenhum produto idêntico. Algumas criticas negativas referem a qualidade insuficiente do wha e dos fx de synth, mas isso é relativo, uma vez que depende da ordem pela qual se põem os efeitos, o que pode fazer toda a diferença. Tem também um loop recorder.

 

     Uma vez que o Chorus é o fx que mais (pouco lol) utilizo, acabei por andar em busca do pedal perfeito, quando o tinha na mão logo no nício... desde o actual Boss CEB-3, o  Ibanez CS9, excelente na guitarra, mas magro no baixo, o

vintage Boss CE-2B dos anos 80, que não funciona com os transformadores actuais ao mais sofisticado

Digitech Multi Chorus... e ao DOD FX62 , que, afinal, foi o segundo Chorus que adquiri e

estava comigo quase desde o início. Foi tão barato que eu achei que poderia haver um melhor. Dada a volta, o DOD ganha de

caras a todos os outros, se bem que o Digitech é também muito interessante e versátil, com várias opções do efeito.

 

      Nos pedais de delay, o BOSS DD7 é a sequência dos clássicos DD que continuam bons. Mesmo o DD3, modelo mais antigo, continua a ser produzido. A  Akai Professional, tem aparelhos muito interessantes e únicos. No caso dos pedais, o Akai Head Rush é um delay de grande qualidade com saídas para 4 amplificadores (vá-se lá saber quando é que se usa isto), com Tap Tempo e Looper. O DOD Envelope Filter é um clássico auto-wha que soa bem sozinho ou conjugado com o MXR Octaver por exemplo. O MXR é o octaver que mais "chão" tem, num teste feito nos nossos encontros. 

     Um  pedal diferente de tudo e de todos é este synth Akai Deep Impact, muito fácil de usar, com sons espectaculares, muito fácil de controlar. Simula sons de sintetizador como nenhum outro. Ficou mais conhecido agora depois do som do Christopher Wolstenholme e o preço dos usados subiu de forma absurda. A Akai descontinuou este pedal há vários anos e não se importou em aproveitar o recente êxito do baixista dos Muse. Como curiosidade, o meu custou 400 euros e acabei por vendê-lo (por não justificar o investimento por 2 ou 3 músicas) por cerca de 600, uns tempos depois. É um must, o pedal mais marcante de sempre.

 

D.I. BOX

REDDI

Este armanho é.... uma DI box. Feita à mão pela A Designs, é considerada a DI com melhor som do mercado. Inspirada no Ampeg B-15, amp a válvulas. Freq resposta 20 Hz - 60 KHz, impedância 1 Ohm, ganho 16 db, noise -126 db, impedância de output 600 ohm, nível máximo +22dBu, distorção THD >08 a 1 KHz. 4,5 Kg de DI. No interior tem dois transformadores e uma bábula 12AX7. Inspirada na DI da Ampeg, tem a particularidade de ter não switch de cortes, mas um botão de volume do sinal, o que é excelente.

 

 

walter woods manual

 

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